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RESENHA: ESPECIAL SOULSPELL

Por: Rodrigo Paulino

Soulpell é um projeto de rock opera criado pelo baterista Heleno Vale, no interior de São Paulo, na cidade de Lençóis Paulista, a banda contem 3 álbuns lançados que contam com convidados como Tim “Ripper” Owens, Jon Oliva, Blaze Bayley e até mesmo Amanda Somerville.

O trabalho é de qualidade, não deixando nada a dever para outros projetos do gênero como Avantasia ou até mesmo Avalon. Vamos falar um pouco dos trabalhos lançados até hoje e tratar um pouco mais sobre o conceito de cada álbum.

A LEGACY OF HONOR – ACT I

Composto por 11 faixas, é o primeiro álbum da banda, inicia-se com uma faixa instrumental, chamada The Gathering, e logo somos apresentados a uma faixa muito rápida ao melhor estilo do gênero, Age of Silence, que é simplesmente avassaladora. Troy é a típica canção de uma metal opera, é aquilo que vocês espera ouvir, contando com os maravilhosos vocais da lindíssima e carismática Daísa Munhoz (Vandroya e Inlakesh). Em Alexandria e Milvian Bridge, temos uma desacelerada, no entanto, a qualidade de composição é fantástica, a participação dos cantores é muito marcada, por exemplo, os vocais femininos e fortes são insuperáveis em Alexandria, é marcante. Outro destaque do álbum é a última canção, lembro-me de escuta ela por horas e horas quando ouvi o álbum pela primeira vez, é simplesmente uma explosão, o refrão é bem pregado, as partes de Nando Fernandes como Samael são arrepiantes, no entanto, após um instrumental, seguido por uma instrumentação cheia de violinos chorosos e que te fazem viajar, cadenciados por guitarras rítmicas, um piano, um tom irônico, risos por todos os lados, cercado de sarristas, ganham uma projeção até que entra DAISA, eu espero os segundos por esse momento em que ela canta e solta todo o potencial de sua voz, arrepia!


(Corra até os 5:50, ou imagine um clipe para essa musica com todo o conceito do álbum…)

Após falarmos dos pontos principais do álbum, vamos falar do conceito:

O primeiro álbum conta todas as visões que Tobit tem de suas vidas anteriores em diferentes lugares e épocas, vemos como coisas simples tem sua importância e se refletem no decorrer pelas suas escolhas e todas elas se tornam consequências na vida de Tobit.

LABYRINTH OF TRUTHS – ACT II

Abrindo o álbum com uma introdução mais pesada com mais peso do que o anterior, criando toda a expectativa para um grande álbum promissor. The Labyrinth Of Truths possui uma atmosfera mais pesada, porém muito elaborada, Dark Prince’s Dawn tem uma pegada de power com sinfônico, é rápida em dados momentos e o peso constante está sempre presente. Este álbum possui musicas mais longas também, com corais elaborados em muitas delas, como no caso de Amon’s Fountain. Zak Stevens e Jon Oliva marcam presença em Into the Arc of Time, uma musica que tem um marco muito importante no desenrolar da opera. O que me chamou muito a atenção na época do álbum recém lançado, foi um dueto muito do bonitinho e extremamente cativante, de Daisa uma vez, eternamente doce e bela com Lucas (o guri parece o Renato Russo cantando), é uma balada rica, com detalhes tão belos e possui um clipe!


(Adrift – Soulspell (Daísa Munhoz ft Lucas)

No conceito, temos agora o filho de Tobit, Timo interagindo e com outros personagens e remontando seu destino durante momentos históricos, como o nascimento das cruzadas, a Guerra de Troia, segunda Guerra Mundial, etc.

HOLLOW’S GATHERING – ACT III

Esse álbum é um grande sucesso, ele não é tão melhor quanto o segundo, que na minha opinião acaba por se tornar um clássico e um marco na carreira da banda. Hollow’s gathering, faixa que abre o álbum, é uma explosão, Ligia Ishitani começa de forma graciosa e harmoniosa o álbum, no entanto a voz de Daisa e um up na velocidade e no peso da canção transforma totalmente o que o ouvinte está escutando. To crawl or to fly reúne as vozes de Daisa e Manuela Saggioro com a simpática Amanda Somerville e Matt Smith, é uma canção empolgante, mas o apogeu dela é o dueto entre Amanda e Daisa. Logo em seguida em Anymore, Manuela e Daisa fazem um dueto, no entanto, Manu tem destaque merecido, é uma canção linda. Um outro destaque  está em The Dead Tree com Tim Ripper Owens, os agudos são animais! Para finalizar os destaques do álbum, temos Whispers Inside You, é uma balada para finalizar, mas as as vozes se completam de forma tão graciosa, entre Amanda e Michel, que você espera por mais e mais e mais… Só que o cd termina.


(Cadê mais dueto? Cadê mais Amanda, Daísa e Manu?)

Ainda esse ano a banda vai lançar um novo álbum com o que existe de mais forte no que se refere a vocais agudos, segundo Heleno Vale, confirmando a presença de Andre Matos. E aí como será que vai ser? A minha expectativa é bem grande. Espero que você amigo leitor do Ponto ZerØ possa ouvir também e curtir muito essa banda BR.

RESENHA: ANGRA – SECRET GARDEN

Por: Rodrigo Paulino

O som mecânico, cercado por uma atmosfera sinfônica enigmática, quebrado pelo peso das guitarras e bateria, e temos a voz inconfundível de Fabio Lione tomando conta da sinfonia com todo seu peso em Newborn Me, Angra ficou deveras mais sinfônico e mais power nessa nova fase, sabemos que Lione é referência em sua área e no seu estilo de canto, o refrão é algo maravilhoso que como costumo dizer, ele “explode na música” e causa um efeito maravilhoso, interessante a presença do teclado à lá os corais de Nightwish em Ghost Love Score na parte mais calma, no entanto, é tudo muito bonito e muito bem produzido, um estilo mais marcha militar com a bateria e um efeito legal da guitarra à lá estilo praiano e um violão muito bem tocado ao melhor estilo hispânico é muito bem encaixado antecedendo um solo muito bem executado e pesado, é de pirar. A progressão da música é fantástica é rítmica e muito bem produzida, voltamos ao refrão com toda a força, o teclado é maravilhoso em pequenos sons cristalinos seguido dos sustenidos da voz. Blackhearted Soul já carrega mais para o lado dos corais masculinos, com guitarras e baterias rápidas, a voz também segue esse estilo mais rápido, o teclado com seus efeitos cristalinos é notado, é uma musica sem duvida emblemática, rápida e cheia de pequenos detalhes, épica e empolgante. O solo dessa musica faz você se sentir numa queda livre, é incrível, no entanto já intercala em outro estilo que te leva às alturas de uma hora para a outra. Final Light tem um peso muito peculiar, apesar de ter um light no nome, ela soa muito obscura, com teclado rápido e um batuque muito interessante, pequenas notas soltas no decorrer na música, interessante quando o refrão chega, feche os olhos e sinta a voz de Lione te levar para a altura… Gosto desse efeito que a voz dele tem de brincar com essas sensações. O ritmo das guitarras permanece o mesmo, no entanto o batuque sempre é percebido, a bateria é muito presente na musica, os pratos estão gritando ali o tempo todo, mas não te deixa perceber, logo o solo que tem uma variação e uma progressão muito delicada, um riff que te arrepia, com um peso fenomenal antes da música voltar a progressão que te abraça e te levanta novamente no refrão.

Chegamos na música que tem clipe, Storm of Emotions, o tom da musica é muito positivo, posso dizer que a voz de Lione nessa musica inicia num tom tão suave, o baixo é muito nítido e a bateria é uma cereja muito bem posicionada nessa canção. No segundo refrão, a musica ganha um peso muito peculiar, até os violinos são notados, o fator surpresa é Rafael cantando essa canção, ele carrega uma impressão pessoal o que a torna muito emocionante, particularmente gostei muito da letra, da presença da bateria e teclado nela, o clipe é muito simples e vale a pena ser conferido, essa é outra música que possui aquele efeito explosão, ah! Preste a atenção no coral que se levanta, é muito lindo, é uma musica que termina da mesma forma que começa com pequenos toquinhos.

Violet sky já retorna com tons pesados, a guitarra apresentando tons rítmicos, é uma musica mais pesada, meio travadona no seu desenvolver, no entanto, é interessante de se ouvir, pela mudança nos tons da voz, a progressão dela é complexa, demorei a me acostumar com ela, mas depois que você entende a complexidade dela, você se acostuma, umas pequenas notas aqui e ali e então parece que o que amarrava música solta ela, e novamente o coral entra com uma guitarra fantástica, bateria a todo o vapor e em dado momento. Rafael também canta com grande dedicação essa canção. Então chegamos a faixa tema, algo inusitado, muito sinfônico, muito belo e delicado, esperamos por um dueto de Lione ou até mesmo de Rafael Bittencourt com Simone Simons, daí fomos surpreendidos: Simone Simons, a vocalista do Epica canta toda a música, Secret Garden seu tom é tão suave e doce, o refrão contem a guitarra em primeiro plano, enquanto no seu decorrer eles aparecem mais ao fundo, é uma musica que você fica impressionado pelo equilíbrio entre tudo, em dado momento, um piano segue apenas com a voz, um tom mais melancólico, no entanto, os instrumentos vão surgindo até que Simone e todo o resto explodem junto com todos os elementos numa mistura perfeita, você até esquece o que esperava com relação a duetos.

Upper Levels possui uma pegada mais agitada, as batucadas surgem novamente, algo mais clean até um dado momento em que o peso aparece com as guitarras meio que ao estilo de Violet Sky, ganhando um pouco de velocidade, o refrão dá uma desacelerada, e o vocal parece meio que conversar com você, logo tomando um tom mais rápido novamente. As pausas na parte cantada dão grande destaque a outros elementos que estão compondo a música. A canção em determinado momento fica apenas nas vozes e o tom do teclado, o que dá um efeito diferente e um tanto positivo na música, algo diferente, até entrar um solo gostoso de se ouvir e voltar ao baixo e a guitarra meio que despencar na musica, alçar voos, e novamente pegar a linha da canção novamente.

“Eu digo que a vida está fluindo muito além de suas veias
Muito além do tempo, muito para além do espaço
Algo que você pode sentir por dentro, mas nunca entender”

Crushing Room possui uma atmosfera de suspense, começando com teclados e depois sendo mais pesada, essa sim é um dueto com a belíssima e enérgica Doro Pesch, aplausos para essa mulher, por favor, ok. A voz rouca da dona moça nessa música é simplesmente muito perfeita, apesar de não cantar com toda a extensão vocal que sabemos que ela possui, mas forma algo muito bonito com a voz de Rafael, a musica parece que vai despencar, uma queda livre, no entanto, as batidas antes do refrão são muito fortes, cria uma expectativa muito grande para ouvir as vozes se unirem, ouvir Doro cantar ele com Rafael bem ao fundo, um solo muito doido, em um dado momento a musica ganha um tom de pedido, antes de volta ao refrão, é uma musica muito interessante, o álbum como um todo é muito bom, no entanto essa foi fantástica. Perfect Symetry possui guitarras muito rápidas, o teclado com aquele efeito que já citei, e Lione sendo Lione, hehehe, a bateria é rápida, engraçado que as coisas se tornam suaves na voz dele, mesmo que rápido, o refrão também é rápido, em dado momento uma orquestra torna tudo tão teatral e num tom dramático, que alterna com o peso de tudo, e então surge a guitarra do meio como uma tsunami, lentamente te leva para o alto, e aí tudo explode na voz, é uma canção muito interessante, e acaba rápido.

Chegamos a ultima faixa, lembrou tanto a última musica do novo álbum do Pink Floyd, o violão, as vozes de apoio, é uma musica muito bonita, pessoas emotivas serão levadas ao choro, ela possui notas de piano tão doces, e Lione praticamente te abraça com a voz, chega a parecer uma coisa meio de coral de igreja em alguns momentos, você pode esperar os caras cantarem ALELUIAH, mas isso não acontece. Silent Call, a voz de Rafael abre as asas e voa nos teclados estilo órgão, é muito bela a canção, possui toda uma energia, e fim de álbum com o órgão ecoando.

Sabemos que o Angra passou por um momento meio delicada com a mudança do vocalista da banda, ficou aquela coisa meio: Será que Lione vai levar algo do Rhapsody com ele? Vale atentar que a banda se saiu bem, diferente de muita coisa que eles fizeram antes e pode levar alguns ouvintes a reclamarem por saírem da zona de conforto e alguns até mesmo fazerem cara feia com relação a Simone cantar totalmente a música tema do álbum, eu não vi nada demais nesses elementos, é um álbum muito bem produzido, muito bem trabalhado, minunciosamente e estrategicamente trabalhado para ser mais específico. Vale muito a pena conferir esse trabalho, Rafael simplesmente arrasa, esbanja e mostra todo o potencial, que pudemos conferir em seu trabalho solo anteriormente, no entanto com grande destaque em Secret Garden.

Tracklist:
1.Newborn Me
2.Black Hearted Soul
3.Final Light
4.Storm Of Emotions
5.Violet Sky
6.Secret Garden
7.Upper Levels
8.Crushing Room
9.Perfect Symmetry
10.Silent Call

RESENHA: REPUBLICA – POINT OF NO RETURN

Por: Rodrigo Paulino

Começamos com guitarras pesadas, progressivamente a bateria aparece com um vocal bem carregado, bem heavy metal, assim começa Time to pay, característico da banda, logo a primeira ouvida é o vibrato do vocalista Leo. O álbum foi masterizado nos Estados Unidos por Stephen Marcussen, que já trabalhou com  Rolling Stones, Kiss, Black Sabbath e Foo Fighters. A canção se desenvolve com um maravilhoso solo e termina com a bateria rítmica, que logo pega gancho com Why?, uma música mais rápida, gostei muito do vocal alcançado e a presença da bateria, em um dado momento uma guitarra muito insana invade o clima da música, algo que me chama muito a atenção é a firmeza do canto na música, notamos isso mais forte no final dela, onde todos os instrumentos terminam sua participação e fica apenas a voz.

Life goes on tem todo o estilo meio árabe ou mediterrâneo, com guitarras super presentes, no entanto uma luz surge no meio da música, ela diminui o ritmo e o peso, as vozes soam tão clean, mas logo volta no ritmo normal, isso é um fato surpresa na música, é uma coisa tão gostosa de se ouvir essa variação, então a música volta novamente, essa canção é baseada no best seller de George Orwell “A Revolução dos Bichos” e possui um clipe. Change My Way possui uma batida mais rápida e é tocada com o baixo e bateria, até o refrão, onde a atenção volta para as guitarras, quando este termina, pequenas notas são liberadas no decorrer, a música é viciante, a voz é muito versátil nessa música que sai de um estilo mais pesado para um mais suave, essa faixa possui toda uma coisa praiana em determinados momentos, não sei o motivo, mas imagino essa música num episódio de CSI MIAMI. Com uma pegada mais pesada Goodbye Asshole chega com seu convidado especial, Roy Z, que já esteve com eles numa edição do Rock In Rio, Roy é guitarrista do Bruce Dickinson e Rob Halford, seu toque na música é praticamente impossível de não se identificar a música possui uma alma e um peso formidável.

The Land Of The King tem uma pegada maravilhosa, misteriosa, como se passasse dentro de uma névoa, no entanto a música ganha grande peso, o instrumental pesado e o solo junto com a voz pesada transformam essa música numa peça teatral, muito bom. No mercy começa naquela estilo de rock classic, muito tranquila, a voz sendo produzida praticamente sem esforço, simplesmente fluindo, naturalmente, uma música em tom de baladinha, gostei muito dos acordes dessa faixa, a voz continua abraçando numa variável de tons um pouco pesados e mais leves, no entanto há um solo devastador nessa canção.

Pauleira, bateria insana, guitarras presentes endoidecidas, vamos bangear? Dark Road é uma música muito potente, muito forte e rápida, é uma música que por sí possui um ritmo muito interessante, com a mesma energia que inicia, ela termina. Fuck Liars possui partes em que os backing vocals são presentes, isso deu um efeito legal na música, riffs muito interessantes em um dado momento aqui dão um up na composição.

Chegamos em El Diablo, que começa a todo o vapor, essa música possui um clipe também, pela VEVO, o seu clipe tem no roteiro desejo e luxúria. Não se engane, essa canção é cantada em inglês, essa canção é uma queda livre, gostei do ritmo dela, da forma que ela se desenrola, um solo muito poderoso e muito carregado, maravilhoso.

Track List:
01. Time To Pay
02. Why?
03. Life Goes On
04.Change My Way
05. Goodbye Asshole (feat. Roy Z)
06. The Land of The King
07. No Mercy
08. Dark Road
09. Fuck Liars
10. El Diablo

RESENHA: THE LEPRECHAUN – LONG ROAD

Por: Rodrigo Paulino

Gostaria de iniciar essa resenha com as palavras: FOLK IS NOT DEAD!

Possui diferentes influencias musicais que vão de Bob Dylan e Johnny Cash, desmantelaram o paradigma, colocaram uma guria para cantar e um violinista e assim nascia a THE LEPRECHAUN! Eles tocaram em vários festivais dentro e fora do país, graças ao seu estilo bem variado, que segundo eles, não importa se é country ou celta. No álbum que resenharei hoje, eles compuseram, tocaram, produziram e apenas a masterização ficou por conta de alguém de fora da banda.

A história por trás do álbum Long Road, segundo Eric, baixista da banda, se deu após mandar o primeiro disco para um editor de uma revista, e ele dizer por telefone que sequer havia ouvido a banda e que eles teriam uma longa estada caso quisessem que ele escrevesse uma nota sobre eles.

Long Road é um álbum acústico, gravado no interior de São Paulo e muito gostoso de se ouvir.

Batucadas, violoncelo, banjo e toda a animação, assim começamos Culprits and Victims, o canto é totalmente livre, é uma música muito contagiante, a voz sai cem muito esforço, é uma canção muito rápida, mas muito contagiante e cheia de energia. Melancholic Singings mantém o estilo de banjo e batucada com pequenas paradas, o vocal é mais doce do que na primeira música, no entanto ele flui com toda a naturalidade, essa entra para as musicas viciantes, ela possui um ritmo tão envolvente que leva você a balançar os pés e bater palmas junto com a melodia, possui um instrumental muito bem trabalhado, idêntico ao de saloons do velho oeste. Uma desacelerada entra em Dead Stars, mantendo o estilo western, engraçado que se colocasse essas faixas em um filme western seria perfeito, Dead Star, entra no estilo mais baladinha do álbum, com um vocal mais aveludado e vai crescendo no decorrer da música de maneira perfeita, junto com os demais instrumentos.

Blood Puddles lembra muito uma banda do estilo, Of Monsters And Men, uma coisa que vem me cativado cada vez mais ao folk da banda, são os vocais e a instrumentação, cada coisa tem seu tempo, cada instrumento foi pensado para sua presença na composição da música. Voltamos ao estilo saloon novamente, a batida super contagiante e o vocal que conta de They Won’t Control Our Freedon (For A Day), How Brave We Are no início tem todo o ritmo da cavalgada, no entanto a musica pega um estilo mais rápido, legal é você pegar essa canção e imaginar-se no deserto lutando contra os perigos e o calor em cima de um cavalo… Sim, essa música te leva a emoções e sensações interessantes.

Chegamos a Lemon Trees, com toda a graça e batida, com um tom melancólico e um tanto que misterioso, a voz está num tom mais alto, existe alguns gritos de guerra ao fundo, outra musica de um ritmo muito cativante. Musica de combate na cidade, presença de instrumentos marcantes na musica, a batida é muito viciante, vocalmente ela se mantem fantástica, o refrão de Hold The World é algo que vai grudar na sua mente e se manter nela por um bom tempo, um solo de bateria e gaita são colocados ali e rapidamente silenciados pela voz e uma progressão intercalada da voz com instrumentos, essa música é uma obra de arte nata! Man of Tiananmen, tem um começo mais tranquilo, harmônico, então ela explode com os instrumentos, é uma progressão muito interessante, da voz dela, é muito gostoso de se ouvir o som dessa banda, acertaram bastante no tema, nos instrumentos, na voz… É tudo tão puro e tão orgânico. Hello Stranger parece uma música que trabalha com dois ritmos diferentes, um pouco mais desacelerado, mas em dados momentos ela pega fogo, logo desacelera e pega fogo de novo, tem uma coisa tão sexy presente na voz e no estilo.

Hide your love tem aquela pegada de baladinha, apenas com o violão e o tom de voz mais baixo, doce, em momentos ela mantem a doçura na voz, a música embala, como se te preparasse para a última música do álbum, mas se tratando desta canção, ela possui uma graça tão impressa nela que você não quer que ela termine mas logo começa The Hope At The End, com sussurro, aquele clima de que está amanhecendo naquela cidade pacata onde há um tirano, com a voz mais baixa, até que a música explode, com os instrumentos, a bateria muito bem notada e colocada, ela volta novamente à paz e a bateria tocada de forma bem tranquila, até explodir novamente com todos os instrumentos e ela retorna à tranquilidade, uma certa melancolia e um silêncio, quase que seco encerra música fazendo você esperar pelo resto da música.

O que posso falar dessa banda que ouvi apenas algumas vezes e já considero pacas? O estilo Folk Western carregado de uma impressão que te faz viajar em filmes clássicos de bang bang, a voz é perfeita para o estilo, para quem curte folk, vai adorar e repetir inúmeras vezes o álbum, ouvi ele algumas vezes que passou até rápido. Recomendadíssimo!

Long Road Tracklist:

  • Culpirits and Victims
  • Melancholic Singings
  • Dead Stars
  • Blood Puddles
  • They Won’t Control Our Freedon (For A Day)
  • How Brave We Are
  • Lemom Trees
  • Hold The World
  • Man of Tiananmen
  • Hellor Stranger
  • Hide Your Love
  • The Hope At The End

A Banda é:
Fabiana Santos – Vocais
Bruno Stankevicius – Violão
Eric Fontes – Baixo
Paulo Sampaio – Violão
Rafael Schardosim – Banjo
Andrew Nathanael – Violino
Fernando Zornoff – Bateria

Confira o clipe de “Hold the World” minha musica favorita do álbum, que foi escolhida como single.

RESENHA: OVERDRIVE – OVERDRIVE

Por: Rodrigo Paulino

Hard Rock! Definição perfeita para a banda OVERDRIVE, de Curitiba, The Cave, faixa de abertura conta com a voz cativante da vocalista Fernanda Hay, sua voz é tão cativante e potente ao mesmo tempo, os instrumentos têm sua vez, mas são bem leves perto da voz dela, entra para aquele tipo de musica que eu gosto: bateria bem presente. Engraçado que mesmo tendo o peso do instrumental, o vocal dela me passa muito do blues, mas é um estilo único. A faixa Midnight Sunlight já começa a todo vapor, os instrumentos são mais presentes, o baixo tem uma grande responsabilidade, e a presença dele é muito bem notada, novamente o vocal de Fernanda rouba a cena, o refrão dessa musica é simplesmente hipnotizador, algo que me chama a atenção nos vocais é a firmeza na voz dela. O álbum como um todo tem uma abordagem bem setentista e para terminar essa musica… haja fôlego!

A próxima faixa, Love Trick, foi selecionada para ter um vídeo clipe, bateria bem rítmica, e um vocal sexy, muito bem encaixado com o ritmo da música, é algo que flui fácil e rápido. Interessante como essa musica tem o poder de te transportar para um evento em alguma lanchonete de series ou filmes americanos que se passam nos anos 70, a essência dessa banda é muito retrô, e isso é algo que é a impressão digital deles, fantástico o trabalho deles.

Logo vamos para a faixa que dá nome ao disco, nome à banda: OVERDRIVE. Começa muito bem apenas com a guitarra e a bateria ganha vida, logo depois o baixo, e logo em seguida uma explosão vocal com vibratos e sustenidos muito bem executados, a faixa tema faz juz, ouvindo com os fones chega a arrepiar os pontos altos alcançados, sem falar que no refrão, você flutua, pela leveza do vocal. Uma coisa que gosto é versatilidade vocal, e Fernanda domina isso, mostra isso para gente nessa música, até aqui, já ouvi 4 músicas e a harmonia que há entre todos os elementos da banda é simplesmente incrível. Traitor Troop é outra musica do álbum que me cativou e muito, ela começa de uma forma e termina de uma forma bem diferente, no capricho. Circe tem um poder tão grande, pois a instrumentação é muito bem colocada e o vocal é extremamente diversificado, torno a chamar a atenção para o vocal potente dessa menina, voz firme, sem deixar de ser feminina. Também vale a pena chamar a atenção para o instrumental, que acompanham o estilo dela, passam do 8 ao 80, as escalas e toda a presença de cada elemento na musica em seu devido tempo.

41 Miles fecha o álbum num clima mais tranquilo e progressivo, incrível a doçura da voz e a harmonia presentes em todo o álbum. A mistura de todos os elementos da banda nos leva a outro nível junto com a voz de Fernanda, simplesmente essa música é a cereja em cima do bolo.

Amei muito ter ouvi essa banda, simplesmente apresentou um álbum que saiu do tradicional das bandas atuais, apresentando um vocal bem maduro e muito bem elaborado, interessante quando tantos elementos conversam e entram em harmonia entre si para compor uma música, um álbum inteiro. Quero mais! Cadê? Boatos que o próximo álbum já está sendo produzido.

OVERDRIVE É
Fernanda Hay(vocals)
Luis Follmann(guitar)
Diego Porres(bass)
Joel Jr(drums)

RESENHA: BLIND GUARDIAN – BEYOND THE RED MIRROR

Por: Rodrigo Paulino

The Ninth Wave, a primeira faixa longa do álbum começa com um longo coral de arrepiar e um instrumental animal, dando entrada a voz e a presença da banda, com guitarras cadenciadas, felizmente é daquelas músicas que simplesmente te arrepiam na primeira ouvida, a presença da orquestra dá o acabamento perfeito, a variação entre os vocais e o coral são hipnotizantes. O refrão da música chega a ser ima explosão, é muito bonito, num dado momento, perto do final da musica, fica apenas no coral, sinta-se no céu. Twilight of the Gods, começa com guitarras muito presentes, o fatos orquestral antes presente em peso dá espaço para o lado power metal, a voz mais pesada, no entanto é muito bem arranjada essa faixa, o solo funciona muito bem e não é algo enjoativo. É uma música frenética do início ao fim. Prophecies já muda totalmente o contexto, no seu inicio, chegando a lembrar um pouco músicas do Queen, no entanto, ela retorna o peso para o álbum, as guitarras cadenciadas no meio da música junto com a voz são delirantes, o solo nessa música parece ser meio “perdido”, mas ele é muito bem elaborado, um deleite para os ouvidos, vale um destaque que essa faixa é muito versátil, ela começa tranquila, fica pesada e retorna para seu fim, como uma cavalgada e termina com os backing vocals.

At Edge Of Time possui toda uma atmosfera sinfônica, com guitarras lentas e bateria tranquila, mas a voz fala muito, ela ganha força, é uma faixa muito gostosa de se ouvir, logo após um “empurrãozinho” da orquestra, os metais ganham presença e a musica ganha mais vida e mais peso, o resultado pode ser até mesmo que você sorria enquanto ouve, por se deparar com algo tão belo, a orquestra faz você sentir que está diante de algo extraordinário. É uma canção tão teatral e ao mesmo tempo tão empolgante. O solo está misto com orquestra e as duas coisas se unindo para ser uma coisa só, se completando nesse instante garante uma certa ‘magia’ na música, você se convence de que essa deveria fazer parte de uma trilha sonora de um filme épico. Ashes of eternity já é mais pesada, com riffs, vocal mais pesado e bateria bem ao estilo power metal, no entanto, com a presença de corais em determinados momentos, parece que você é levado ao céu, ou aquela sensação de estar acima das nuvens, é uma canção que varia muito no estilo dela, apesar de bateria se manter no mesmo ritmo, a musica pela sua estrutura em seu decorrer surpreende. The Holy Grail é outra música de bastante peso, essa realmente começa já com peso, ao melhor estilo de power metal, bangeadores bangearão.

The throne, não sei o que me lembrou Batman, deve ser a orquestra, mas logo ela se acelera, engraçado que a música é muito rápida e possui um dos solos mais brilhantes do álbum que ouvi até agora, com a orquestra em segundo plano, o final da canção vira um duelo entre o backing vocal e a voz de fronte. Sacred Mind possui uma atmosfera interessante, é uma das músicas mais tranquilas, instrumentalmente falando, mas tem um dos vocais mais pesados, num ponto a musica fica toda cadenciada, desde a instrumentação até a voz, até ela engrenar e ficar muito sombria, uma discussão entre o bem e o mal, o solo é enlouquecedor, muito bem trebalhado. Miracle Machine é a baladinha do álbum: piano e voz, essa faixa me lembra as músicas de Final Fantasy, de personagens que morrem no decorrer da história. Piadas à parte, é uma faixa muito interessante, muito bonita e bem bolada, chega a lembrar os rocks dos anos 80 em alguns momentos, mas é linda.

Grand Parade é uma porrada! Começa com todo o peso, mas ele parece dissolver como areias ao vento, iniciando com até mesmo um vocal mais leve, quando o front man decide aparecer, ele eleva a musica, novamente temos um espetáculo teatral, corais, orquestra épica que alguns momentos parecem os acordes de Piratas do Caribe, no entanto, a musica ganha altura e alça grandes voos, é uma pérola essa canção. Essa é a segunda canção mais longa do álbum, ela oferece um espetáculo aos ouvidos na orquestra.

Minhas impressões sobre esse álbum? É um excelente álbum de metal sifônico/power metal, sem dúvida alguma! Muito bem preparado e muito bem orquestrado, sem frescuras e muito gostoso de se ouvir.

RESENHA: ORPHANED LAND – ALL IS ONE

Por: Rodrigo Paulino

O metal é um gênero único, suas vertentes são tão amplas que algumas vezes você pode se pegar a pensar: “Bah! Onde que eu andei esses tempos que nunca tinha ouvido isso?” Isso me ocorreu no último dia do ano de 2014. Bateu aquela curiosidade para saber quem era Orphaned Land… Ví um daqueles ups que fazem com o álbum inteiro no YouTube e simplesmente me apaixonei pela banda.

Eles são israelenses, desde 1991 estão na ativa, apesar de um hiatos de 6 anos, voltaram em 2004 . O álbum que vou resenhar agora, é particularmente o meu favorito, pela sonoridade e pelas letras. A capa fala por sí.

O álbum inicia com o melhor das palmas e aquele clima israelense, mas ai você s esupreende com as guitarras e um coral maravilhoso, dando entrada ao vocalista, que possuí uma voz bem característica de habitantes do meio oriente, All Is One abre o álbum de maneira épica e, apesar do clipe ser cheio de pequenos detalhes grossos, é muito bonito. Os arranjos árabes não soam artificiais, são muito bem trabalhados e bem posicionados, o elemento folk é muito marcante, com aquelas firulas vocais e tudo mais, após um tradicional instrumental, a guitarra explode num solo feroz, com riffs e voltamos ao início da musica com aquele mesmo coral poderoso, carregado de vozes, chega a arrepiar. The Simple Man carregam uma impressão mais oriental do que sua antecessora, é mais leve, porém guitarra e bateria se fazem muito presentes, o vocal é mais ambiental, porém no refrão é muito gostoso, é uma viagem de tapete voador. Brother vem a ser uma balada acompanhada por um piano, vem lembrando mais as bandas ocidentais, o álbum como um todo trata bem das políticas e das diferenças infundadas por meio da religião, visto eles virem de um país dividido e sentido religioso, eles tratam os conflitos que eles vivem diariamente: judaísmo, cristianismo e muçulmanos se ferem em combates, tanto que a capa do álbum retrata os 3 símbolos religiosos em um único desenho.

Outra canção que merece destaque é Fail, ela trás consigo o peso que pode ser conferido nos álbuns anteriores, é uma canção bem agressiva, por sí mesma ela assusta com a fala no início. Guitarras pesadas e a bateria bem rítmica, garantem o peso. É uma música bem progressiva, o refrão dela é lindo demais, em meio a tanta violência, abre-se caminho para uma melodia de vozes tão tranquilas, que chega a destonar daquilo que você como ouvinte espera.

Existem faixas cantadas em hebraico, como Through Fire And Water, o que eu acho que seja algo muito positivo, tendo visto que o idioma materno é algo mais fácil de se expressar, a emoção é impressa na música e sentida de forma mais direta. Ya Benaye já tem mais peso o que a torna meio que indispensável numa ouvida rápida pelo álbum.

O álbum como um todo, é um daqueles que você ouve sem pular uma faixa sequer, ele é surpreendente, os convidados enriquecem mais ainda o álbum com suas vozes e cordas, é uma experiência diferente, vinda de um país que sabemos pouco com relação à sua cultura e sua relação com o metal ser um tanto que desconhecida. Espero que curtam.

Orphaned Land é:
• Kobi Farhi – vocais
• Yossi Sa’aron (Sassi) – guitarra, violão e instrumentos orientais
• Uri Zelcha – baixo
• Chen Balbus – guitarra
• Matan Shmuely – bateria

Tracklist de All Is One:
01. All Is One
02. The Simple Man
03. Brother
04. Let The Truce Be Known
05. Through Fire And Water
06. Fail
07. Freedom
08. Shama’im
09. Ya Benaye
10. Our Own Messiah
11. Children

RESENHA: KATTAH – LAPIS LAZULI

Por: Rodrigo Paulino

Kattah foi formada em 2006 em Curitiba, o nome da banda vem de um personagem criado pelo vocalista Roni Sauaf e as músicas retratam o mundo das pessoas, de ilusões à realidade, por se tratar de uma banda brasileira, carregam uma característica bem fundida ao som deles de traços da cultura brasileira.

Este ultimo álbum Lapis Lazuli, foi produzido por Roy Z e Andy Haller, que já trabalharam com SOAD, Sepultura, Judas Priest etc.

O álbum começa com Behind the Clay, uma canção bem pesada, o vocalista tem um grande poder, lembrando grandes nomes como Fabio Lioni, o lado sinfônico, presente num tempo mais “zen” da música é capaz de tirar do chão. A faixa ainda carrega um tom “faraônico”, em certos pontos a música fica apenas em voz e piano. Uma excelente faixa para abrir o álbum. Na sequencia, Inside My Head possui um tom mais melódico, mesmo sendo apenas bateria e guitarra, de maneira progressiva, a voz abafada vai ganhando poder até os vocais aparecerem totalmente de maneira progressiva. Uma variação no tom na parte do refrão dá um toque todo especial. Nessa faixa, ele utiliza diversos estilos vocais, alguns mais rápidos, outros mais rápidos, abafados , etc. Apocalypse abre com notas egípcias, o teclado fazendo um efeito cristalino e a bateria ganhando força, apesar de haver uma guitarra, ela segue o tom egípcio no inicio de forma bem leve, até então a musica engatar, ganhar velocidade e peso, sem perder o tom cristalino do teclado, o vocal nessa musica é meio travado, no entanto no refrão é totalmente libertador, essa faixa é muito gostosa de se ouvir, fechar os olhos e se deixar levar, uma hora o refrão simplesmente explode em seus ouvidos, encerrando a musica ao melhor estilo Egito.

Alpha Centaury começa com elementos que te levam a crer que é uma musica bem Nova Era, no entanto, ela tem um estilo bem rápido, desacelera no refrão, com a presença do teclado bem mais nítido na canção, mas volta com a velocidade. Interessante que apesar da musica ser agitada, o vocalista não é agitado todo o tempo, depois de um leve hiato, a musica simplesmente se desenvolve de uma vez em guitarras. Essa é uma das minhas faixas favoritas do álbum. Vetus Espiritus começa agitada, logo a voz abafada, e sobe o nível de forma que você não espera, as guitarras enlouquecem ao fundo e a voz do vocalista se encaixa tão bem ao estilo que ela flui muito fácil, essa musica também possui um solo fantástico, muito poderoso, a única coisa que não me agradou foi o fade no final da musica, no demais ela é demais. Rebirth of Pharaos já começa ao melhor estilo egípcio presente em grande parte do cd, a variação que tem nessa faixa é muito gostosa de se acompanhar, em dado momento a guitarra é abafada, e ai vem fatores que criam diferenciais em algumas bandas, ouve-se palmas ao fundo, acho interessante a utilização de palmas, assobios e outros sons não instrumentais em musicas de estúdio, outra faixa que vou arrebentar o replay.

The Hidden Voice conta com mais peso que sua antecessora, guitarra bem rítmica e é bem rápida com uma desacelerada tão cativante em dado momento que te dá a ideia de paz, seguido de um dos melhores solos que eu já ouvi, com riffs e a bateria muito bem presente. Lapis Lazuli é uma faixa abrasileirada do álbum, porém com bastante peso, é bem compassada, cantada em partes em português e inglês, gostei muito do resultado da musica, outra coisa que acho legal, o fator Folk, temos uma cantiga de “Nana Nenem”, seguido a musica normalmente, é uma faixa muito interessante, muito curiosa, o resultado é aquele: a musica tema do álbum acaba sendo realmente a cereja do bolo. A Capoeira é bem rápida, uma canção breve mas muito bem arranjada. Land Of God é uma faixa mais tranquila, daquelas que faz você parar e viajar, contem apenas o violão e o teclado em sua maior parte e a voz do vocalista que praticamente te abraça, então a bateria e a guitarra fazem sua participação, chega a ser surreal, assusta, pois você não espera que entrem dessa forma, o resultado é muito agradável.

You Will Never Be Dead, começa com um piano tranquilo, que logo ganha companhia de guitarra, mas quando a voz entra, o piano toca de forma tão doce, essa é uma das musicas mais calmas do álbum, até entrar a guitarra compassada, acho interessante a forma que essa musica evolui, ela é meio progressiva e ao mesmo tempo muito forte, possui características bem marcantes, sua velocidade oscila, no entanto quando ela é executada a todo o vapor, ela causa uma sensação muito boa. Untitled é outro instrumental ao estilo árabe, apenas vozes para terminar em Last Chance, a presença do teclado e pequenos elementos leves com guitarra logo são quebrados com a guitarra com mais ênfase e destaque, a musica se desenvolve de maneira harmônica, com direito ao teclado ao melhor estilo órgão, a musica finalmente ganha maior força depois da metade, com seu instrumental.

Gostei muito do trabalho dessa banda, o álbum é muito bem trabalhado, os arranjos muito bem compostos e o vocal sabe muito bem o que faz, recomendado para os amantes de Rhapsody Of Fire, Angra, Shaman etc.

Tracklist:

01. Behind The Clay
02. Inside My Head
03. Apocalypse
04. Alpha Centaury
05. Vetus Espiritus
06. Rebirth Of Pharaohs
07. The Hidden Voice
08. Lapis Lazuli
09. A Capoeira
10. Land Of God
11. You Will Never Be Dead
12. Untitled

RESENHA: MACHINARIA – “SACRED REVOLUTIONS, PROFANE REVELATIONS”

Por: Rodrigo Paulino

MachinariA é uma banda de Bagé (RS), que mistura o peso do trash metal, com o progressive e o heavy metal tradicional. Nessa resenha posso adiantar a todos vocês que o que mais me chamou a atenção foi a voz do vocalista Luciano Ferraz. O álbum Sacred Revolutions, Profane Revelations, traz à cena as torturas e crueldade que houveram na época da Inquisição.

A faixa de abertura, Iconoclast te leva a outro nível, corais invadem e tudo para, temos uma espaçada e bem executada instrumentação que não deixa nada a desejar, é obscuro, e os corais ajuda a manter o clima, então a faixa engata, é um misto de como se o dia a dia do ser humano estivesse ligado ao espiritual, o certo e o errado? Quem dita? Quem é o Iconoclasta? É uma música tensa, pesada em dados momentos com aqueles elementos do metal progressivo marcantes. Scapegoat os vocais mais agressivos e mais rasgados, o baterista deve ter suado um bocado para esse resultado marcante nessa música, é muito marcado por vocais rápidos e gutural no refrão, possui um dos solos mais interessantes intercalados com bateria.

Act of Justice mais uma faixa brutal, no entanto mostra muito de como o vocalista é versátil, possui uma velocidade e um peso sem igual, acompanhada da voz rouca. Vamos bangear? Essa música é um convite perfeito para isso num determinado ponto, então ela volta a um clima pesado e menos rápido, mas bem compassado. E então voltamos à agressividade, essa música é uma montanha russa. Holly Office é uma faixa cheia de cadência é uma das faixas mais dinâmicas vocalmente falando, ela se desenvolve muito bem. Em determinado momento a música adquire um tom que te faz esquecer um pouco o peso anterior para terminar com um vocal rasgado.

A faixa tema do álbum “Pictures of The Dark” começa com o peso presente em grande parte das músicas, mas o vocal de Luciano é acompanhado mais pelo baixo, no entanto o ritmo da música cresce com a guitarra, acho interessante o fator surpresa que eles imprimem nessa faixa, com o início, você não imagina que a música ganharia as proporções que ela alcança. A faixa tema “Sacred Revolutions, Profane Revelations” inicia com o baixo presente e a guitarra e abateria aparecendo com o tempo, temos uma música com início mais lento e um refrão agitado, fato, essa é a faixa mais dinâmica do álbum, tranquila, progressiva e agressiva, ela trabalha muito bem em todo o contexto do álbum. Entra naquelas faixas que te enganam: quando você acha que acabou, lá vem Luciano com guturais que arrepiam seguido de guitarras fantásticas.

New eyes, old lies é agressiva e rápida, segue bem o que as outras faixas ofereceram, no entanto, os vocais apesar de serem os mesmos ouvidos no decorrer do álbum, parece mais livre, mais solto, a música se torna cadenciada e viciante, então ela se desenrola novamente como uma locomotiva a todo vapor, o bateria pira o ouvinte também.

Shallow Grave para encerrar o álbum é levado a pitadas de mais trash, é rápida e carregada com os vocais, deixando os bangers doidos. A variação na música é bem perceptível, no seu ritmo e na sua execução, cada um tem a sua vez. Chegamos finalmente em Burning My Soul, inicia com uma reportagem, uma entrevista para ser mais exato, começando com as guitarras abrindo para o vocal rasgado, riffs, é uma faixa perfeita para um encerramento, pois ela não foge em segundo algum da proposta do álbum ou da banda. Essa música é muito pesada e muito boa para se escutar.

MachinariA é uma boa pedida para grandes fãs de heavy metal e trash metal, possui um vocalista muito versátil e é rica nos instrumentais, conseguem perfeitamente o conceito do álbum, sobre as torturas, antigas e contemporâneas. Uma grande revelação do metal nacional.

MachinariA é:

Luciano Ferraz – Vocais
Matheus Leal – Guitarra
Alan Quintana – Guitarra
Luiz Mario Moraes – Baixo
Bruno Dachi – Bateria

As faixas do álbum – “Sacred Revolutions, Profane Revelations”
1 – Iconoclast
2 – Scapegoat
3 – Act of Justice
4 – Holly Office
5 – Pictures of the Dark
6 – “Sacred Revolutions, Profane Revelations”
7 – New Eyes, Old Lies
8 – Shallow Grave
9 – Burning My Soul (BONUS)

RESENHA: ERIDANUS – HELLTHERAPY

Por: Rodrigo Paulino

Aquele momento que você volta aos anos 90, veste a roupa de universitário, joga um kilo de farinha na cara e se joga como professor Tibúrcio do seriado Cultural Ra-Tim-Bum!: Eridanus é uma constelação do hemisfério celestial sul, o “sol” dessa constelação se chama Eri… e é o nome da banda da qual vamos tratar nessa resenha.

A introdução é meio freak, uma voz fake de enfermeira com um paciente, hora da terapia… É divertido a pacas, o instrumental com teclado é bacana demais, cria uma atmosfera do que exatamente esperar desse álbum.

HellTherapy abre o álbum com baterias agressivas junto com as guitarras, o vocal é muito bom, com sustenidos e vibratos muito bem aplicados, corais ao estilo de folk metal nórdico. Riffs muito interessantes também, em momentos que a bateria para, esse foi colocado ai pra ser apreciado. O som da banda lembra metal old school mas o acabamento dela é moderno. Essa música é de bangear. Daí damos entrada para “Addicted Man”, se faz presente um pianinho bem maníaco, riffs desfilando e guitarra bem presente com o crescimento da música, o teclado novamente faz a parte de uma orquestra, assim como grande parte das músicas do estilo prog power metal, o solo é muito bem arranjado e estrategicamente posto com uma bateria rítmica, os gritos do rapaz são bem potentes… a única coisa que não me agradou foi o fim, a música não tem fim… só o fade…

Fell in lust” é aquela música que já começa com tudo, essa música muito me agradou, o ritmo dela deixa a música fluir tão bem… Sem falar que em um dado momento, a música deslancha de forma que se fechar os olhos, você faz a Leila Lopes e sente tudo girar, girar e girar… Algo nessa musica me lembrou uma das últimas aberturas que o Charlie Brown Junior fez pra Malhação. Entramos então numa música com um ar tão mágico que nossa, pausei, voltei, um coral de igreja, e então: “My Mistake”, uma balada muito poderosa, ela engrena, é algo que eu esperei quando li que a banda fazia musica lenta com estilo de coisas dos anos 80, o estilo da música é demais. Imagino um clipe pra essa música, sem brincadeira (a banda ai, se precisar de ideias para roteiros…) amei o fim dela.

Set it on fire começa tranquilinha, mas então, as guitarras dominam, fica tudo tão tenso e intenso, o refrão é bem legal, gruda com uma certa facilidade, vai ficar o resto do álbum com o “Set it on fire…” em mente. É uma música bem elaborada também, digna de clipe, tem um dos solos mais poderosos que ouvi até agora nesse álbum. “Wind” começa com o vento soprando, teclado bem presente tilintintante e bateria e guitarra, é uma música que revela algo mais, melódico… O vocal mais leve, ainda que intenso, com as guitarras acompanhando de maneira magistral.

Echoes of My Heart”, senti ouvindo uma balada dos ingleses do Queen, apenas o piano e voz, é uma música tão simpática e bonita, que os apaixonados vão sorrir, logo vai aparecer a bateria de leve, o que fará você mexer a cabeça de um lado pro outro, a música ganha poder com as guitarras no refrão e volta tudo ao normal. Gosto de músicas assim, depois temos as guitarras fazendo uma leve aparição aqui e acolá, muito bonito, muito épico ainda mais com esse solo. Música na medida certa, muito boa mesmo.

FUGA, FUGA, FUGAAAA! Correria, e as guitarras com a bateria tocando o terror! Esse é o início de “Welcome to my Paradise”, mais uma música de clipe… Para finalizar o álbum com categoria, vocal agressivo e carregado, uma coisa que achei legal em todo o álbum, é a versatilidade do vocalista, ele passa do 0-100 rapidinho. Novamente aparece um coral bem irado no decorrer da música, então ela desacelera e engrena de novo ao que era antes mas agora dando espaço para um solo, boas-vindas ao paraíso e uma explosão…

Tracklist:
1 – Time for medication
2 – HellTherapy
3 – Addicted man
4 – Fell in lust
5 – My mistakes
6 – Set it on fire
7 – Wind
8 – Echoes of my heart
9 – Welcome to my paradise

RESENHA: IN THIS MOMENT – BLACK WIDOW

Por: Rodrigo Paulino

In This Moment foi formado em 2005 pela vocalista Maria Brink e o guitarrista Chris Howorth. Suas letras se desenvolvem À partir de experiências pessoais vividas pela vocalista e abordam temas variados: vida, família, Deus, homenagens à amigos e até mesmo fases difíceis, como o fato de Maria ter sido vítima de abuso sexual pelo próprio pai e as marcas que ela carrega por isso. A cada álbum, temos uma espécie de conceito, apesar de não seguir um roteiro ou script definido, Beautiful Tragedy (2007) traz à tona o lado mais pessoal de Maria, a capa é a própria como se fosse uma boneca quebrada e possui uma sonoridade mais crua, o seu sucessor, The Dream (2008) tem como tema as utopias e sua sonoridade é um pouco mais pop-rock, apesar de Maria não economizar nos gritos, logo após temos o A Star-Crossed Wasteland, lançado em 2010, que parece um verdadeiro western, é um dos álbuns mais pesados da banda e também um dos melhores trabalhos, a sonoridade dele é maravilhosa. Em 2012 foi lançado o álbum Blood, esse álbum marcou uma mudança na banda, tem como o conceito o renascimento, a vontade de deixar um velho eu para trás e começar tudo de novo, assim como a Fênix, à partir deste álbum, a banda também resolveu colocar dançarinas com máscaras e as roupas de Maria mudando em seus shows e finalmente, nesse ano, tivemos a oportunidade de conhece o álbum que resenharei para os senhores e senhoras nesse momento: Black Widow.

O conceito desse álbum, segundo a própria vocalista, é mostrar uma garota que foi infectada pela vida, trazendo à tona seu melhor e seu pior lado e como ambos os lados podem estar ligados um ao outro. A banda quis inovar em bastante coisa no que se refere à sonoridade do álbum, Maria Brink possui uma das vozes mais ativas do Prog Metal/ Metalcore, ela grita, canta com suavidade e agressividade. Um detalhe interessante, é que na última faixa de cada álbum, com exceção do A Star-Crossed Wasteland (que possui a segunda melhor balada como encerramento, na minha opinião) ela sussurra a palavra “Believe”.

Bom, vamos falar de Black Widow?

The Infection abre o cd num instrumental que forte, de suspense e terror que logo se sintetiza com uma sirene e batidas fortes, gritos abafados e uma explosão. Sex Metal Barbie flerta com o hip hop, de forma doce e até mesmo com tom de piedade, até chegar na ponte para o refrão, onde a música cresce de maneira bela, o peso dessa música é muito belo e a forma que ela volta a forma original é deveras muito interessante, gritos ecoando, teclado rítmico, guitarras ganhando força e o fator hip hop no meio, ficou ousado e acertaram.

Uma grande sacada foi Big Bad Wolf, o clima de terror que ela consegue implantar e a forma que a progressão dela segue, é demais. Gritos, vocais leves e pesados, a musica em si é pesada, as guitarras como se estivessem caindo, e o refrão que gruda demais, é contagiante. Ela chegou a lembrar um pouco Rock Amadeus, de Falco e depois regravado pelo Edguy, mas muito mais pesado, há boatos de que essa musica foi composta em homenagem a Mike Patton, vocalista do Faith No More. Um detalhe legal nessa musica, é a forma que Maria usou sua respiração, em dado momento, a musica meio que sofre uma queda e você nota Maria gemendo, puxando o ar e até um “PUF”, efeito causado quando exageramos no P e no B quando usamos o microfone você pode notar, é tão boa essa musica, que ela acaba rápido. Acho interessante como Maria e a banda exploraram o lado pin-up, usando elementos retro como a introdução de Dirty Pretty, com um clima vintage, essa musica flerta com o estilo de Mason na fase Beautiful People, adoro o refrão dessa musica, dá vontade de cantar junto, alias, dá vontade de fazer a voz rouca de Maria em certos níveis, considero uma daquelas musicas libertadoras, que você tem vontade de ouvir e sair pela rua cantando de braços abertos, em um dado momento, você fica apenas com a batida e car@ leitor(a) isso é demais.

Usando o clima vintage, a faixa tema abre com um documentário falando sobre a perigosa Black Widow, mostrando que o macho não apresenta nenhum perigo, nessa parte, começa um clima de putz putz, com guitarras pesadas, gosto do vocal da Maria nessa música, mas essa não conseguiu me cativar tanto quanto as outras, não é uma musica ruim, o refrão dela é algo interessante, intercalando a voz da Maria mixada, com os “dan-dangerous” apresentado no inicio da musica com um “dead or alive” aos berros, isso é algo maravilhoso. Outra parte legal é quando fica apenas com o putz putz e a voz da Maria meio abafada e sim, o refrãozinho vai ficar grudado na mente de vocês. Rob Zombie ficaria com inveja.

Sexual Hallucination foi uma das faixas mais aguardadas pelos fãs, devido à participação de Brent Smith do Shinedown, é uma faixa bem diferente das demais ouvidas até agora, como se marcasse realmente o meio do álbum, é uma música mais tranquila e bem progressiva, Maria usa e abusa de sua respiração e seus vocais mais doces. Falando um pouco da colaboração, as duas bandas tocaram no Uproar Festival em 2012 e no Carnival of Madness em 2013 e foi ali formada uma amizade e respeito mutuo entre ambas as bandas. A parceria deu certo, agradou os fãs bastante.

Sick Like Me é o primeiro single a ganhar um clipe desse novo álbum, é pesada, a voz modulada e logo mais passando para um refrão muito bem elaborado e belo, fazem de sick like me uma musica viciante e daquelas que você não consegue pular, é a música que mais lembra a fase anterior da banda, no álbum Blood. Uma coisa que gosto demais nessa musica, é que a guitarra acompanha o vocal em I am beuatiful… deu um acabamento bonito.

Uma homenagem a todos os fãs de filmes clássicos de terror está contido em Bloody Creature Poster Girl, ela tem um clima tão interessante de Tim Burton, não é uma musica que você gosta de cara, você tem que ouvir ela de coração e mente abertos, pois depois ela se torna viciante. Achei uma boa sacada da banda essa musica, ela possui um lyric vídeo bem interessante, mesclando cenas de filmes como Nosferatus e A Criatura do Pântano.

Agora abro meu coração para uma das musicas que os fãs volta e meio comentam em uma das fãs pages estrangeiras da banda “The Fighter“, inicialmente apenas sendo piano e voz, ela é poderosa, a voz de Maria transmite tanto sentimento, ainda nessa fase inicial apenas de piano, a voz dela atinge tons que te arrepiam, essa musica transmite a ideia de se aceitar quem você realmente é, suas imperfeições, expondo assim o mais profundo de todos os seus sentimentos e na progressão da faixa, a banda vai crescendo como um muro ao redor do maravilhoso vocal de Maria. Na minha opinião, é a segunda musica mais emotiva desse álbum.

Para os fãs brasileiros, Bones caiu no gosto. Realmente é uma canção mais forte, remete também a álbuns anteriores como Blood e The Dream, ela tem peso e o vocal está muito poderoso. Possui um refrão muito poderoso e explosivo, expressando toda a devoção por quem resgatou seu amor. I wanna lie with your boné forever…

Natural born sinner, foi uma musica que não me cativou de primeira, sua batida depois de um tempo se torna viciante e a agressividade da voz é tão bela, a voz levemente rouca, até chegar no refrão, tão forte e poderoso… E a presença de vozes adicionais dos outros membros. Um detalhe que ela cita no inicio da musica a ocasião na qual iriam apedrejar Maria Madalena, “Então eles continuaram questionando ele, virando ele disse: ‘Aquele dentre vocês que nunca pecou, que atire a primeira pedra’”, essa musica trata daqueles que, parafraseando Dani Calabresa, são dados como “santos canonizados e pessoas sem defeitos” mas não imaginam o quão imperfeitos são. É uma reflexão muito interessante a qual a banda te convida a fazer.

Into the darkness é um diálogo entre o dark side e o White side de Maria. É um diálogo tenso, pois trata em um dado momento sobre o pai de Maria, (particularmente está sendo difícil escrever isso) então, fica aí o diálogo para vocês tirarem suas próprias conclusões, a faixa possui menos de 3 minutos, dos quais 1 minuto e 50 é Maria aos prantos:
Voz Masculina: Você me causa repulsa.

Maria: Eu sou bonita
VM: Eu te odeio.
M: Eu te amo.
VM: Como você ainda se ama?
M: Eu ainda tenho valor
VM: Você me dá nojo.
M: Eu sou pura.
VM: Vou te deixa agora
M: Por favor, não vá.
VM: Você vai arder no inferno!
M: Vou flutuar pela mortalidade.
VM: Deus não existe.
M: Deus está dentro de mim.
VM: Não me admira seu pai ter te abandonado.
M: Ele devia ter me protegido
VM: Basta dar uma olhada mais de perto
M: Não irei!
VM: Você é uma vadia!
M: Eu te perdoo.

Chegamos na faixa mais emocionante do álbum, a chuva caindo, dando a deixa para um piano melancólico e a voz dá vida a uma história, de uma garota de 16 anos que se prostitui, o interessante é o que ocorre além do piano e da voz, você nota a cidade vivendo e sirenes. Até mesmo dá entender que a jovem morre em decorrência da decadência que sua vida se tornou. “Sweetheart, you are worthless”. Em seguida, é narrada a vida de um garoto de 15 anos que se torna viciado após o pai matar sua mãe e é expulso de casa e também “quando o mundo desiste dele, ele desiste de si mesmo”, outra faixa emocionalmente carregada. O acompanhamento de voz e piano são sublimes, apesar de se tratarem de fatos tristes, Maria expõe que tais pessoas não estão esquecidas e que toda dificuldade que passemos os faz belos. O coral feminino dá um ar muito belo para essa canção. E sim, amigo e amiga leitor ou leitora, “Believe”.

IN THIS MOMENT – BLACK WIDOW
Tracklist:
1 – The Infection
2 – Sex metal Barbie
3 – Big Bad Wolf
4 – Dirtty Pretty
5 – Black Widow
6 – Sexual Hallucination
7 – Sick Like Me
8- Bloody Creature Poster Girl
9 – The Fighter
10 – Bones
11 – Natural Born Sinner
12 – Into the darkness
13 – Out of Hell

RESENHA: KONTRUST – EXPLOSITIVE

Por: Letícia Okabayashi

O quão fácil é resenhar o álbum novo de uma das minhas bandas preferidas? BEM fácil. Mas não é puxa-saquismo, não. Kontrust têm crescido e se mostrado cada vez mais no cenário e festivais europeus e o recém-lançado “Explositive”, seu quarto álbum de estúdio, tem sido muito bem criticado na mídia, principalmente na Áustria, país de origem da banda.

Estou um pouco atrasada com essa resenha por uma série de fatores, já que o cd foi lançado na Europa no último dia 7, pela Napalm Records, no mesmo dia em que tive o prazer de estar (na grade) no show de lançamento em Vienna.

Confesso que minhas expectativas quanto às músicas novas eram muito baixas, pois pela prévia que lançaram no youtube (https://www.youtube.com/watch?v=bA1vSHU0v9A) elas me pareceram muito óbvias ou simplesmente bobas. Mas não se engane, caro leitor. Ouvir parte de músicas de uma banda como essa pode te confundir, mas ao conferir uma música inteira você pode ficar atônito com tamanha diversidade em apenas alguns minutos! Aqui lhe escreve uma pessoa que na semana do show dizia que iria “pra ver as músicas antigas, já que não curtiu as novas” mas que no show em si ficou de queixo caído as assistindo e depois ouviu Explositive 30 vezes em uma semana. É sério.

Logo quando a faixa de abertura “Dance” começa, vem aquela vibe incontrolável de querer dançar e bater cabeça, com as guitarras super pesadas de Mike e a percussão precisa de Manuel quando o peso cessa. Agata e Stefan fazem seus duetos e duelos mostrando o quanto têm evoluído com o passar dos anos e são ótimos vocalistas versáteis e podendo mudar e usar suas vozes em maneiras tão diferentes como nós pobres mortais mudamos de humor/roupa.

Kontrust sendo Kontrust, cria como sempre refrões grudentos como em “Why”, “Shut Up” , “I Freak On” (que mais soa como “Africano êô”) e “Bulldozer”, esta sendo uma música bem inesperada. Como o álbum anterior, “Second Hand Wonderland”, há músicas com letras muito boas e provocativas (além das que não fazem sentido algum), notei uma característica feminista nas faixas auto-explicativas “Cosmic Girls”, “Ladies” e “This is my Show” falando de mulheres que não se mostram como sexo frágil e isso claramente me botou um sorriso no rosto. “Vienna” vem forte como um hino à capital austríaca e (eu sou suspeita pra falar) realmente nos faz associar a cidade linda à dramática faixa. “Just Propaganda”, primeiro single deste cd, faz uma crítica fortíssima ao mundo moderno, mostrada também em seu vídeo oficial (https://www.youtube.com/watch?v=mIegk9Ukx4k&list=PLaC8CxNGPvtFtTRoqzHbVI02iuwHIKcwZa).

É notória a grande influência de hard rock e metal que esse álbum tem, mas não deixando de lado todas as peripécias que caracterizam a banda misturando elementos de reggae, música eletrônica, ritmos latinos e folclóricos da antiga Europa. Apesar de bem pesado, este álbum não soa tão “sujo” quanto os anteriores e é possível ouvir todos os instrumentos nitidamente durante todas as músicas. Até mesmo o baixo, que normalmente é o instrumento mais “escondido” num álbum, se sobressai e mostra o talento de Gregor, principalmente na poderosa “Play!” e “Bad Time”, junto com a bateria executada por Roman. A música que menos me chamou atenção foi “Lucky Bastard”, a última do cd, me soando um pouco exagerada.

Em resumo: um destes cds que a gente coloca no repeat e nem vê o tempo passar pois é tão genial e diversificado que fica difícil se desprender. Uma dessas bandas que tem uma fórmula mágica pra não se repetir, e alcançou neste álbum, sem dúvidas. É uma banda fora dos padrões tradicionais e é difícil de descrever, mesmo sendo rotulada como “crossover”, então fatalmente as pessoas amam ou odeiam o estilo livre de Kontrust, que não é pra qualquer um e muito menos se você é um headbanger 666 from hell!

Tracklist:
1. Dance
2. Why
3. Just Propaganda
4. I Freak On
5. Shut Up
6. Cosmic Girls
7. Vienna
8. Bulldozer
9. Play!
10. This is My Show
11. Bad Time
12. Lucky Bastard

RESENHA: SUPREMA – TRAUMATIC SCENES

Por: Rodrigo Paulino

Traumatic Scenes tem como conceito, o filme O Invisível de 2006, um thriller sobrenatural, onde um bem sucedido autor é brutalmente atacado, dado como morto e preso entre duas realidades, a dos mortos e a dos vivos onde ele completamente invisível e a única chance dele sobreviver é descobrindo quem fez isso com ele e o motivo.

O trabalho da banda não é descrever o filme nas suas faixas, mas sim os diferentes estágios da psique humana e o parapsicológico, constantemente presentes no filme.

O álbum abre com a faixa “Marks of Time”, um poema recitado com ecos, criando sua mente para o ambiente em que se passa o álbum, dando entrada para a progressiva e poderosa “Dark Journey” é uma música que engata a primeira marcha e se desenvolve de forma interessante, é como se você estivesse meio perdido, numa busca. Uma coisa que chama muito a atenção é que você consegue definir a presença de cada um dos instrumentos presentes na canção, desde os tamborins até o tímido teclado. Confesso que gostei muito dessa faixa e sua estrutura, a bateria muito presente como é de costume das bandas do gênero e mesmo assim é uma pitada muito boa e em momentos que entra em segundo plano, ela é muito bem notada.

Rising Form the Ashes” é outra faixa bem rápida, mas porém você nota que o vocalista pega firme, a presença de corais, com hiatos de instrumentos nos quais apenas a voz ganha evidência. A letra é bem interessante, remete à cena do filme na qual a personagem descobre o que aconteceu a si mesmo e recebe a condição de fugir da morte. Nessa música você pode fechar os olhos e se deixar levar pelo solo que cresce e fica muito bonito. “Fury and Rage” é uma faixa com mais peso, é uma música por assim dizer, mais pé no freio, porém bem carregada, cria um ar que faz jus ao título. Nas letras temos uma dica a quem se refere essa letra no conceito: “A brainwash to commit the crimes for them”.

Visions from the other side” uma viagem quase que astral, é uma canção que mistura o calmo com o agressivo, o gutural que existe como segundo plano é magnífico e no refrão com o coral fica magnífico, e fica um bom tempo grudado na mente da gente. O baixo e a guitarra tem um destaque muito interessante nessa faixa. Também ganha destaque o teclado fazendo quase que o encerramento da canção. “Burning My Soul” é uma faixa progressiva, só que mais puxada para o trash, é algo bem violento, com um gutural de Victor Prospero bem puxado, alternado para o vocal limpo porém emocionalmente carregado, conduzindo até o refrão com um dueto muito bem elaborado, possui um dos melhores solos do álbum, o teclado ao estilo daqueles filmes de terror antigos é contagiante e a sensação de estar num thriller é praticamente impossível.

Depois de uma canção tão pesada, abrem-se os caminhos para um violão, e o barulho de vidro se quebrando e uma nota de destoa… Porém “Memories” abre um leque de sentimentos, a mistura da voz rouca e ao mesmo tempo suave do vocalista com o violão são um ponto alto, entra então a bateria, e logo você ouve a banda toda, com coral, com teclado, com guitarra…. Simplesmente uma balada surpreendente, com um solo que se encaixou perfeitamente com o contexto musical, é uma das canções mais belas do álbum, no filme se encaixa como as lembranças e ambições que o personagem tem nesse estado, e ver tudo o que ele pode perder se não retornar à vida.

Uma moda que está pegando em bandas ultimamente é o uso do sintetizador para criar uns efeitos legais, temos isso em “Before The End”, é uma faixa muito bem elaborada e complexa, tem a presença dosada de um coral, te leva à uma mente perturbada, talvez seja de um personagem no filme que é amigo do rapaz morto. É interessante que o solo dessa música passa do tudo ao nada de forma muito rápida.

Nightmare” volta ao estilo rápido e progressivo, outra musica que retrata uma mente desiquilibra e confusa, com medo, é muito interessante o desenrolar da canção, ela possui um riffs bem interessantes e a presença da bateria, principalmente dos pratos não passam despercebidos. Gostei desse solo também, mas o fator destaque fica num pequeno solo de bateria…. e sim, pegadinha do malandro: quando você acha que a musica acabou, ela volta e continua num instrumental que culmina em um alto “I knoooow this world is cruuuueeeel”. O final dessa música é imprevisível.

Iced Heart” é uma música bem interessante, não apenas pela sua composição, mas pelo conjunto todo da obra, ela tem um vocal bem pesado e a presença de um guitarra bem pesada junto com a voz do vocalista, mas o coral fazendo um intercalo em algumas partes, fazendo um conjunto de vozes é muito belo.

Chegamos finalmente em “Traumatic Scenes” uma música super rápida, agressiva, ela da vida a algo que no filme não consta: o destino final do personagem, como seria sua vida daquele ponto em diante? A progressão dessa musica é muito boa, o ritmo que ela mentem é extremamente agradável e rápido.

Traumatic Scenes é um excelente álbum, seu conceito é moderno, sua composição é fantástica, para quem curte peso nas musicas é uma opção super válida, possui músicas psicodélicas, músicas ao estilo trash, enfim, uma gama de canções na manga, possui também refrões que ficam bem grudados na mente. Uma boa pedida.

Faixas:
1. Marks of Time
2. Dark Journey
3. Rising from the Ashes
4. Fury and Rage
5. Visions From the Other Side
6. Burning My Soul
7. Memories
8. Before the End
9. Nightmare
10. Iced Heart
11. Traumatic Scenes

RESENHA: SHADOWSIDE – INNER MONSTER OUT

Por: Rodrigo Paulino

Amadurecimento, palavra que esteve presente em grande parte do tempo enquanto ouvia esse álbum. A banda contou com um produtor bem conhecido no meio de algumas bandas como ArchEnemy, Evergray e Dimmu Borgir, Fredrik Nordstrom, que captou a essência da banda no mais alto nível nos garantiu um grande deleite.

Começamos o álbum com 3 músicas com todo o peso de guitarras e a voz super marcante de Dani Nolden, interessante que você logo se entrega ao ritmo da música e fica com o refrão impresso na mente com muita facilidade, principalmente as faixas “Angel With Horns” e “Habictchual”, os solos são bem empregados, e a versatilidade no vocal é muito bem executada.

In the name of love”, começa meio com o freio de mão puxado, mas explode no refrão, os sustenidos dessa mulher é impressionante. A faixa tema, “Inner monster out” é pesada, com vocais mistos, entre Dani, Björ do Soilwork, Mikael Stanne do Dark Tranquillity e Niklas Isfeldt do Dream Evil. É uma música complexa, com vocais limpos, guturais, guitarras pesadas, bateria punindo, é um grande espetáculo musical, é uma pena pois de tão boa parece ser curtinha.

I’m your mind” é algo mais pesado ainda, ela me remeteu ao meu primeiro contato que tive com a banda, foi difícil eu assimilar que era uma moça que cantava desse jeito. É interessante a forma que a música se desenvolve e quando você se acostuma com o ritmo dela, ela acaba, daí quando passa para “My Disrupted Reality”, parece que é faixa anterior ao contrário, até os vocais começarem, gostei muito dessa faixa, ela parece “subir” no refrão, e os versos parecem uma queda livre, acompanhado pelo arranjo musical e as pausas antes do refrão, depois de um solo de guitarra e bateria, a bateria se mantem no ritmo, mas os riffs executados são de pirar! É uma faixa incrível.

A Smile Upon Death” parece uma montanha russa, o peso que se mantem em todo o álbum não muda nem mesmo nas partes mais lights dessa musica, o destaque dessa musica está na parte em que ela praticamente para, ao fundo as guitarras tocam lentamente ao som daquelas caixinhas de musica, mas volta com toda a força. Um grande destaque desse álbum como um todo se dá pela bateria e guitarra sempre muito bem utilizadas nas faixas.

A.D.D” é bem pesada, e para nossa surpresa, o vocal é leve, chega a ser deveras estranho, mas uma experiência muito interessante e no refrão a mulher pira! Volta ao vocal que usou o álbum inteiro! Muito bem empregada a variação vocal nessa faixa. Não deixa nada a desejar, essa faixa conta também com um dos melhores solos do álbum.

Chegamos finalmente a “Waste of Life”, uma faixa muito pesada, a voz também está muito carregada, ela entra naquele padrão de musica libertador no refrão.

Inner Monster Out com certeza é mais um degrau que a banda subiu, vale muito a pena conferir o material e apoiar a banda. A instrumentação é muito bem elaborada, todos tem seu tempo nas músicas e apesar de grande parte das músicas serem bem pesadas, a versatilidade da voz da vocalista, não deixa o álbum enfadonho ou parecendo uma música parecida com a outra, é um álbum que de tão bom, ele passa, você o ouve e acha que passou rápido.

Faixas:
1. Gag Order
2. Angel With Horns
3. Habitchual
4. In The Name Of Love
5. Inner Monster Out
6. I’m Your Mind
7. My Disrupted Reality
8. A Smile Upon Death
9. Whatever Our Fortune
10. A.D.D.
11. Waste Of Life

RESENHA: BITTENCOURT PROJECT – BRAINWORMS I

Por: Danielle Feltrin

Já está à venda o primeiro – e tão aguardado – álbum solo de Rafael Bittencourt, guitarrista e fundador do grupo Angra. “Brainworms I” é o nome de seu projeto, cuja tradução literal é “Vermes do Cérebro”, um termo usado por neuro-cientistas americanos para designar certos tipos de melodias que fixam em nossa memória nos atormentando por um bom tempo. Inspirado neste conceito, Rafael Bittencourt escreveu as 11 canções e um bônus track que integram este CD.

“Dedicate My Soul” é a que estréia o álbum, uma forte música tanto musicalmente quanto textual, misturada com percussões brasileiras, hard-rock e metal progressivo. “Holding Back the Fire” entra como uma onda mais melancólica na segunda faixa do disco. Com acordes limpos, lembra som dos anos 80 como Queen e Yes. Também com uma letra marcante, nos faz repensar em diversas coisas que fazemos durante o dia, durante a vida.

Na terceira faixa “Torment of Fate” Kiko Loureiro (Angra) participa da música auxiliando na composição da intro do qual ganhou um arranjo “Tango-punk”, onde o guitarrista assume também sua influência de Linkin Park e Evanescence nesta música, bastante moderna. A letra trata de um alerta para o Aquecimento Global, muitíssimo intrigante. A próxima se chama “The Dark Side of Love”, uma balada romântica bem diferente, onde a letra retrata um sujeito que está sempre mudando a maneira de encarar os fatos e conclui que sempre há tempo de mudar a maneira de se encarar a vida.

“Nightfly”, puxada pra um estilo classic-rock, é uma das músicas mais íntimas de Rafael. A letra conta sobre memórias que ele tem da casa de praia de seu avô, de onde vêm suas melhores lembranças de quando era pequeno. A sexta faixa “The Underworld” é uma das mais famosas do álbum por ter sido uma das primeiras a entrar em divulgação antes do lançamento. Nesta faixa Rafael conta com a participação de Amon Lima com seu violino elétrico, dando um tom mais “sombrio” na música, onde retrata o submundo, um universo enorme de tudo que não sabemos, o nada sem respostas.

“Faded” é uma canção serena com leves toques de guitarra elétrica, inspirada em bandas como Pink Floyd, U2 e Coldplay. “Santa Teresa”, a faixa seguinte, é uma composição antiga com base de todos os arranjos numa viola caipira. Há uma mistura de música brasileira e até uma percussão meio indiana lembrando Led Zeppelin.

A seguinte, “O Pastor”, é o único cover do álbum, gravada originalmente pelo grupo português Madredeus. Muito fã, Rafael sempre quis gravar alguma música do grupo por ter uma assimilação com música new age e erudita, além de que o músico queria gravar algo em português, e esta foi sua oportunidade. A próxima faixa se chama “Comendo Melancia”, um instrumental regravado contando com a participação de Ricardo Confessori na bateria (ex-Angra e atual Shaman). Solos com bastante dinamismo e bem pesados.

“Primeiro Amor”, também instrumental e regravada, é toda feita por um violão solo mesclando o típico som brasileiro, homenageando também os vários violonistas que ajudaram a criar o estilo brasileiro de tocar este instrumento. A última faixa definida como bônus é a “Nacib Veio!”, na qual não faz parte do contexto do disco, porém é uma canção antiga do Rafael e decidiu então regravá-la, ficando bastante interessante com linhas de guitarra bem trabalhadas e um dueto country entre o guitarrista e o violino de Amon. A idéia de sua letra é retratar o povo simples morador do campo, baseada em fatos e pessoas reais que estão em sua memória.

Interessante ressaltar que, na compra do álbum, além do encarte com as letras vem junto um livreto com as traduções e significados da composição escritas pelo próprio Rafael Bittencourt. Curioso e instigante, a leitura te deixa por dentro de todas as considerações textuais e musicais interpretadas pelo Rafael com muitos detalhes, que por ventura foi de onde foi tirada a maioria das informações aqui expostas. Musicalidade, talento, sentimento, técnica e originalidade são algumas das qualidades do músico e também encontradas em “BRAINWORMS I”. Vale a pena ouvi-lo integralmente e prestar atenção em suas mensagens, aonde são contemporâneas e apocalípticas na maior parte do tempo.

Nota: 9

RESENHA: VAN CANTO – HERO

Por: Letícia Okabayashi

O segundo álbum da criativa banda alemã Van Canto foi lançado em setembro, intitulado “Hero” [nome mais que justo à banda que se auto-intutula “Hero-Metal a – capella”], pela Gun Records, ainda sem previsão para lançamento no Brasil. Este cd vem com uma melhor produção e acabamento do que o primeiro, “A Storm to Come”, lançado em 2007. Os poucos que tiveram oportunidade de ouvir o cd em formato digipack entregues no Wacken 2008, com uma pequena amostra das músicas que viriam, já tem uma idéia do que a banda se propôs neste novo trabalho.

Este novo álbum é composto por 5 músicas próprias e 5 covers, que são: “Kings of Metal” (Manowar), “Stormbringer” (Deep Purple) que sem dúvida são as músicas mais diferentes já cantadas por eles, sem frescuras e tendo até solos de baixo por Ike, deixando claro que a banda também se daria bem se optasse por um estilo mais “clássico”; “Wishmaster” (Nightwish), na qual Inga mostra o que realmente a inspira, sem perder a personalidade na voz; “Fear of The Dark” (precisa citar de que banda?) fica meio ‘vazia’ em relação aos outros covers, não deixando de ser um ótimo desafio à banda e aos ouvintes, principalmente nas partes de Sly, deixando uma marca na música com seu timbre forte e onde Stefan executa seus solos com distorções absurdas. “Bard’s Song” (Blind Guardian), é explicativa quanto ao talento na voz destes membros (até mesmo o baterista deixou as baquetas de lado e se juntou às vozes), uma música cheia de vocalizes e passagens emocionantes, onde fielmente reproduzem o feeling da original. Desafio pois não é qualquer um que sai solando ou fazendo os riffs destas bandas, no máximo reproduzem som parecido com instrumentos, coisa que aqui só a bateria pode fazer.

Quanto às próprias, não é mais possível em todas as músicas se ouvir o famoso “Rakka-Takka” (podem surgir outras onomatopéias!) pois está mais diversificado quanto à isso, e em certas partes do cd, uma distração pode fazer esquecer que são apenas vozes.

“Speed of Light” foi a primeira música apresentada à mídia, no Myspace e em seguida em alguns sites, junto com seu clipe (diga-se de passagem muito, muito melhor produzido que o primeiro da banda) já iniciando o espírito de “Preparem-se, Heróis!” de suas canções, um som muito “power a-capella”; “Pathfinder” pode ser considerada a música própria mais aleatória deste cd, por conter uma diferente percussão no meio dela, um tanto “abrazileirada” que encaixou bem às vozes, seguida de “Quest For Roar” (ambas executadas no show em São Paulo), inevitável não perceber as guitarras-base de Ross, e pode-se ouvir que Basti não sabe fazer somente pedal duplo “speed” mas que tem muito ritmo também; “Take to the Sky” combinou com a voz do convidado Hansi Kürsch (Blind Guardian) na qual participou e deu à música um toque a mais; a última própria (e última faixa do álbum) é a faixa-título, “Hero”, o dueto dos vocalistas principais encaixa muito bem às passagens de pedal duplo, totalmente num clima heróico (chega a ser redundante), remetendo à trilha sonora de filmes épicos que encerra o disco, explícito ao estilo da banda.

A banda é nova, apenas 2 anos de estrada, e neste novo álbum já incluiu um DVD no pacote com clipes, fotos e cenas de sua tour pelo Brazil em junho deste ano.

Ao ouvir Van Canto muitos podem odiar, já outros amar, mas é indiscutível quanto ao talento, entrosamento (de sobra), criatividade e principalmente ousadia que estes 5 vocalistas e baterista têm.

Tracklist:

CD:
01. Speed Of Light
02. Kings Of Metal (Manowar Cover)
03. Pathfinder
04. Wishmaster (Nightwish Cover)
05. Bard’s Song – In The Forest (Blind Guardian Cover)
06. Quest For Roar
07. Stormbringer (Deep Purple Cover)
08. Take To The Sky (feat. Hansi Kürsch)
09. Fear Of The Dark (Iron Maiden Cover)
10. Hero

DVD
01. The Mission Videoclip
02. Battery Videoclip
03. Making Of “Battery”
04. Speed Of Light Videoclip
05. Making Of “Speed Of Light”
06. Rain Videoclip
07. Brazil Video
08. Studio Report
09. Track by Track
10. Photo Gallery

Nota: 9

RESENHA: ALMAH – FRAGILE EQUALITE

Por: Letícia Okabayashi

O segundo cd do projeto solo de Edu Falaschi (agora sendo não só um projeto e sim uma banda) intitulado Fragile Equality, lançado pela JVC e Laser Company no Brasil, está trazendo uma versátil faceta ainda não conhecida dos músicos que se juntaram para a nova formação da banda ALMAH.

Conhecido mundialmente por ser vocalista da banda Angra, engana-se quem pensa que Edu segue a linha desta banda, pois há mais peso e áreas musicais mais exploradas. O cd mistura várias influências de heavy, power, thrash e prog metal, na medida certa para cada música e melodia de voz.

Repleto de diferentes linhas de voz, como jamais antes em seus trabalhos, nota-se uma grande evolução desde o primeiro cd, não só nas vozes e instrumentos, mas nas letras, produção e divulgação. Tanto que sua primeira tiragem foi esgotada na Expo Music 2008, em um só dia.

Com muitos duetos de solos de guitarra, baixos ainda mais pesados e frases de bateria diversificadas, Fragile Equality está caindo na graça não só dos que já eram fãs, mas também dos que não conheciam o trabalho da banda. As letras se tornam um mundo à parte, falando principalmente sobre desigualdade, em todos os aspectos, e por outro lado um otimismo sem igual, todas assinadas pelo próprio fundador da banda.

Nas três primeiras musicas – “Birds of Prey”, “Beyond Tomorrow” e “Magic Flame” – já é possível perceber que não estão de brincadeira. Compassos rápidos acompanhados de efeitos de teclados, muito pedal duplo e solos de guitarras em sintonia descrevem o inicio deste álbum. Na terceira principalmente, muito bem executada a forma de como o ritmo e o tom da música vão subindo ao decorrer dela.

Na música seguinte, “All I Am”, vem a primeira balada do cd, com refrão marcante com violões e coro, dá um ar enfático e, o que seria somente uma balada, se torna uma linda obra com muito sentimento. Seguida por “You’ll Understand”, primeira musica apresentada no Myspace à mídia, tem efeitos sonoros e muito drive na voz, destaque para Felipe Andreoli com um pequeno solo no meio da música, fazendo ponte a um extenso dueto de solos de guitarra de Paulo Schroeber e Marcelo Barbosa.

“Invisible Cage” vem como a música mais leve do álbum mesmo com passagens obscuras, com percussões e ritmo diferente das demais músicas, o oposto da faixa título, “Fragile Equality”, com muitas influências de thrash nas partes cantadas, quase não se pode reconhecer a voz do Edu até o refrão e Marcelo Moreira se destaca nesta música pelas passagens de bateria.

“Torn” é mais uma musica notável no cd por se perceber claramente linhas de voz e melodias jamais ouvidos no primeiro Almah. “Shade of My Soul”, a segunda e última balada do disco, vem com um clima intimista, calmo, um tom de voz doce e forte. Encerrando o álbum, “Meaningless World” é uma música um tanto diferente das demais por sua pegada mais ‘power’, mas não deixa a desejar por ser a última.

Fragile Equality sem dúvida é uma grande produção, um cd que deve ser ouvido com atenção para se notar que cada mínimo detalhe foi pensado e escolhido para fazer parte disto. Não é necessário ouvir mais de uma vez para se cantar um refrão ou outro, cantar os solinhos de guitarra ou ‘bater cabeça’ no ritmo da música. Com certeza muitos se surpreenderão ao ouvir o novo trabalho da banda Almah, que está mais diversificado e autêntico do que nunca.

1. Birds of Prey
2. Beyond Tomorrow
3. Magic Flame
4. All I Am
5. You ll Understand
6. Invisible Cage
7. Fragile Equality
8. Torn
9. Shade of My Soul
10. Meaningless World

Myspace: www.mypace.com/almahedufalaschi

Nota: 9

RESENHA: HEREGE – HEREGE

Por: Edu The Great

Muito bem, muito bem, e minha primeira missão aqui no Ponto ZerØ vem com uma banda “nova”, sim, entre parênteses dessa forma pelo fato de ter sido formada em 2001 pelo que andei pesquisando e sinceramente? É uma belíssima surpresa dessa banda que vem diretamente do Sul do país.

A banda em questão chama-se Hertege e, particularmente, ainda não havia ouvido material desses quatro músicos que tem muito a mostrar pela frente se realmente correrem atrás porque demonstram nesse disco que leva o nome da banda uma linha Heavy Metal com um certo groove chegando a dar umas levadas de AOR e Hard Rock.

Bem, levando em conta música por música podemos dizer que o disco começa muito bem: a primeira faixa “Blitzkrieg” é do estilo que me agrada com uns violões simples porém com melodia, isso é fundamental para um bom início de audição. Em seguida uma porrada com “Last Days Of The Führer”, típica música de continuação para a abertura do disco. Como o próprio nome já diz, é uma faixa do tipo “revoltada” e soa muito bem. O vocal de Dennis Lima deixa claro a influência de um Metal Melódico mais arrastado, isto é, porque a banda foge e muito desse estilo melódico e cai numa linha Heavy com Prog misturada com AOR. No entanto, gera uma expectativa que é desmascarada na terceira faixa, denominada “Bear Versus Eagle” que é seguida por “Congress Cellars” em uma seqüência só, uma complementando musical e liricamente. Novamente, o vocal manda bem e as guitarras de Dalton Castro chamam bastante atenção, mostrando-se super técnico e com levadas à lá Satriani. É importante destacar na faixa seguinte “Warfare”, a cozinha muito bem conduzida por Maurico Velasco (Drums) e Rodrigo Dantas (Bass) dando vestígios de uma influência clara de Judas Priest nessas viradas repentinas entre o chimbal e o bumbo com as cordas do baixo.

Muito bom! Na seqüência do disco temos “Turn Of The TV”, uma música extremamente rápida e direta, com passagens meio Balck Sabbath e Def Leppard. Aliás, uma coisa muito interessante é a levada oitentista dessa banda: os caras carregam uma imensa característica de estarem na época errada! Mas enfim, músicas boas seguem, como no caso de “Plastic Flowers” onde novamente o violão retorna para dar um ar corretíssimo no balanceamento das músicas. Uma épica de nove minutos onde chega a lembrar o Angra “Nova Era” tanto na melodia quanto na voz de Denis que recria um vibrato interessante. Essa talvez seja a melhor do disco por sua criação e composição muito bem feitas. Depois seguindo para o fim do disco temos uma música bem estilão Metal: bateria e baixo pegando pesado e a guitarra com a distorção no talo! Muito boa a “Free Yourself”, tal qual “Limit” que novamente põem à prova a cozinha da banda e se saem bem demais da conta demonstrando que são dois músicos que aprenderam a encaixar os instrumentos em suas devidas funções. Nesta a guitarra utiliza um pouco mais de efeitos, aparentemente colocados meio de lado nesse disco mas de uma forma consciente. Para finalizar, temos “The Letter”, uma música que me lembrou demais aquele disco lançado por Renato Tribuzy que teve participações especiais ilustríssimas de Bruce Dickinson, Mat Sinner, entre outros tanto pela parte vocal tanto pela forma agressiva com que os músicos criaram em cima de uma música que aparentemente é simples, porém ao deparar-se com a qualidade da gravação e da composição percebe-se que foi muito bem preenchida. Uma ótima forma de encerrar um disco ainda cru em alguns aspectos, porém com uma banda que demonstra uma certa maturidade na hora de compor. Com certeza falta arriscar um pouco mais na audácia de ser além de uma banda de Heavy Metal apenas, mas estão de parabéns! Recomendo!

Faixas:
01. Blitzkrieg
02. Last Days Of The Führer
03. Bear Versus Eagle
04. Congress Cellars
05. Warfare
06. Turn Of The TV
07. Plastic Flowers
08. Free Yourself
09. Limit
10. The Letter

Integrantes
.Dennis Lima – (Vocal)
.Dalton Castro – (Guitarra)
.Rodrigo Dantas – (Baixo)
.Maurico Velasco – (Bateria)

Nota 8.0

RESENHA: MAGICIAN – TALES OF THE MAGICIAN

Por: Danielle Feltrin

Ultimamente eu não tenho ouvido muito o gênero Power metal, estou mais na linha dos classicão, porém, me veio um CD deste estilo para fazer resenha e não hesitei em escrevê-lo. E confesso que este chamou minha atenção, e me fez resgatar o pouco que restava do meu gosto por esse estilo mais pesado, melódico, ousado e cheio de inovações.

Estou falando da banda MAGICIAN, brasileiríssima, com o álbum “Tales of the Magician”, gravado em Porto Alegre e mixado por Dirk Schlachter e Arne Lakenmacher, em Hamburgo na Alemanha. A banda existe desde 2000, e este último álbum foi lançado em meados de 2007, mas ainda é bastante repercutido pela mídia, com uma divulgação à tona e com lançamentos de clipe.

As feras que integram o grupo são Dan Rubin (vocais), Renato Osorio (guitarras), Cristiano Schmiff (guitarras), Elizandro Max (baixo) e Bocchi (bateria).

O CD começa com uma intro chamada “Let The Spell Begin”, com belos coros e guitarra pesada, mostrando desde já elementos progressivos. Em “Prime Evil”, segunda faixa, já mostra sua influência melódica, com solos pegajosos e um vocal bastante trabalhado. “Underworld Terror”, a faixa seguinte, traz seu riff característico, licks de guitarra e um refrão bem feito pelo vocalista, com vocais que grudam na cabeça.

Ao longo do álbum os solos de guitarra chamam muito a atenção. O uso de coros, refrões pegajosos e dueto de guitarras lembram muito bandas como Angra e Symphony X, que também mesclam bastante essa característica. Posso dizer que o MAGICIAN é uma mistura destas duas bandas; que usa vocais operísticos e os riffs de guitarra unindo-os com uma coesão admirável.

As músicas que se seguem, com esta mesma linha de avaliação são as “Sandstorm”, “Terminal Day”, “Dark Ritual (Hear Your Master)”, “Minstrel’s Domain” – esta música é a que tem um vídeo clipe, já disponível. A seguinte é a “Siege on Zelgian” (o trecho inicial desta música me lembrou muito o Angra, talvez pelas guitarras tocando ao mesmo tempo um solo, muito bom!), “Crossing the Last Gate” e por último a aparente balada “Let the Harmony Endure”, compara com as pesadíssimas músicas acima da lista.

O que percebi também de em comum entre as músicas é os timbres sombrios e celtas que aparecem em instrumentos clássicos durante as músicas, bastante interessantes. As músicas ficam com um ar mais pesado, misterioso, e eu gosto disso em músicas deste estilo, os corais ajudam muito a ir para esse lado “místico” de uma música.

Destaco o excelente trabalho de guitarras, com duelos e solos bastante convincentes, apoiados por uma cozinha coesa e impecável, dando todas as condições para que o vocalista Dan Rubin possa trabalhar muito bem, sem agudos desnecessários e com refrões empolgantes.

Recomendo para quem gosta de ouvir músicas do estilo, quem gosta de procurar por bandas novas e, principalmente, para quem apóia o metal brasileiro, que infelizmente no momento está precário (não que um dia o metal nacional estivesse no auge como as bandas européias), mas que isso nunca significou que o nosso metal é descartável ou inferior às demais. Parabéns à banda MAGICIAN, e tomara que um dia eles virem um “Angra” da vida, com muito sucesso pela frente, pois potencial e qualidade musical é o que não falta.

RESENHA: DARKEST SEED – THE SCARS THAT NEVER HEAL

Por: Danielle Feltrin

O grupo gaúcho Darkest Seed, formado em 2004, teve seu primeiro álbum de estúdio lançado em 2009 com o título “The Scars That Never Heal”, que é posterior ao EP “The Seed is Rising”, lançado em 2007. Integrado pelo trio Benhur Lima nos vocais e no baixo, César de Campos na bateria e Ricardo Reolon nas guitarras, o Darkest Seed ganhou um estilo com boas influências e além de tudo um trabalho profissional, já que é o seu primeiro álbum de estúdio.

Não dá para comparar com alguma outra banda específica, mas nota-se uma mistura de hard rock com pegada moderna e até mesmo melódica em algumas passagens, mostrando ser um trabalho diversificado e cheio de ideias musicais diferentes.

A música que abre o álbum, “End of Time” já mostra isso com uma levada de um rock moderno e melódico, mas ao mesmo tempo com riffs pesados e harmônicos. O vocal também merece destaque, com linhas bastante trabalhadas, sem exageros e combina perfeitamente com a sonoridade da música.

A segunda faixa do disco, “Down” já começa com um peso na guitarra com frases que dá para mexer o pescoço junto, com passagens bem hard rock. Novamente o vocal merece destaque pelo refrão pegajoso e com certos agudos dados na hora certa.

Na seqüência vem a “The Final Hour”, com uma levada de bateria combinada com os riffs pesados da guitarra e umas levadas com uma sonoridade moderna, parecendo ser uma composição forte tanto na musicalidade quanto na letra.

Na quarta faixa vem a “Lonely”, com passagens parecidas com a música anterior, com riffs bem trabalhados e novamente as passagens modernas de efeito da guitarra, em que também o vocalista mostra toda sua versatilidade e um potencial de voz incrível.

A esta altura do álbum o ouvinte já nota o bom trabalho que o trio proporcionou em suas composições, sabendo trabalhar bem as ideias sem fugir do estilo, mas ao mesmo tempo inovando e utilizando passagens bastante diversificadas, o que vemos pouco hoje em dia.

Em Silent Scream, mais uma vez temos um som de guitarra com efeitos modernos, em que o guitarrista também realiza uma boa combinação de sonoridade com as vocalizações de Benhur além de um comprido solo que não deixou a desejar, merecendo esta música um grande destaque no álbum.

Em L.I.F.E além das linhas vocais diferenciadas de Benhur o baixo também apareceu mais que as outras faixas, que juntamente como o baixo trazem um som interessante que empolga a música. Na música seguinte, “Soul Caged”, é destacada pela parte instrumental no início da música, além de uma combinação da bateria com o tempo da música muito bem encaixada, além dos backing vocals que merecem destaque, dão uma outra visão na música.

Na faixa The Darkest Seed possui um andamento mais rápido e animado com ótimas evoluções de guitarras, bateria e baixo, que deixam e marca esta oitava canção do trio como uma das melhores do CD. Na “Hopeles” aparece uma seqüência de riffs bastante pegajosos e harmônicos, com um vocal um pouco mais agressivo de Benhur.

Na última canção e faixa-título “The Scars That Never Heal” encerra o disco com muito peso e harmônicos que dão destaque na canção, além da elevação de vocais que a música sugere. Esta canção tem uma pegada mais heavy metal, sendo bem escolhida para fechar o álbum com os vocais agressivos e ao mesmo tempo melodiosas de Benhur.

Aí fica a dica para quem gosta de um Hard Rock, com misturas de guitarras modernas e passagens melódicas, e, principalmente, para quem apoia a cena do metal brasileiro. Esse é um álbum que dá vontade de ouvir mais de uma vez no mesmo dia, vale a pena conferir o som dos gaúchos.

01. End Of Time
02. Down
03. The Final Hour
04. Lonely
05. Silent Scream
06. L.I.F.E
07. Soul Caged
08. The Darkest Seed
09. Hopeless
10. The Scars That Never Heal

Nota: 8.5