ANGRA VOLTA A CAPITAL PAULISTA EM TURNÊ DE DIVULGAÇÃO DO CD ØMNI NO CARIOCA CLUB

Texto: Thiago Tavares
Fotos: Felipe Domingues

No último dia 19 de Maio, no Carioca Club, no bairro de Pinheiros, mais um show do Angra em São Paulo, mas com algumas modificações em relação ao realizado no SESC Belenzinho no qual acompanhamos também, onde foi um sucesso.

Primeiramente, deve-se estranhar a citação da casa sendo que estava marcado no Espaço Victory, na Penha, região Leste de São Paulo. Os fãs foram surpreendidos com a transferência do show para o Carioca, uma vez que a Prefeitura de São Paulo caçou a licença de funcionamento do Victory, impedindo-se assim de fazer o show lá e foi a aquela correria para achar um novo local. E aqui deve-se abrir parênteses citar o profissionalismo da Agência Sob Controle, que contornou a situação de forma pontual e rápida, transferindo o show para o Carioca. Imagina o que seria da galera em saber que o show fosse cancelado?

Mas problemas devidamente solucionados, a questão que ficou era se o público iria comparecer mesmo com essa mudança (o anúncio foi realizado dois dias antes da data prevista) ainda mais com Virada Cultural e demais eventos rolando na região.

Eu e o fotógrafo Felipe Domingues chegamos ao local um pouco antes das 18:00 e a Cardeal Arcoverde já estava movimentada de gente para entrar na casa e presenciar mais um capítulo de uma nova fase do Angra, que vem empolgado após o lançamento do disco Ømni com mais de cem shows mundo a fora e recebendo o devido reconhecimento do trabalho recente por onde passam.

Mas antes dos caras pisarem no palco e quebrarem tudo, teve a banda de abertura. Mas não era uma banda qualquer. Uma banda de muito respeito pela qualidade musical de um estilo que ainda é pouco difundido no Brasil por bandas brasileiras, mas atualmente, é uma das referências do folk metal brasileiro.

De Varginha, no triângulo mineiro, o Tuatha de Danann abriu os trabalhos no Carioca Club, com The Wanderings Of Oisin. Além dela, tocou os maiores sucessos em 24 anos de carreira e a galera gostou bastante do repertório escolhido. O grande destaque no show do Tuatha ficou com a participação da vocalista do Torture Squad May Puertas cantando a última música da participação dos mineiros em Finganforn Pena que eles tiveram 45 minutos, mas que agradaram bastante quem estava na casa e fez o devido papel de aquecer os motores do que viria logo após.

Uma pausa breve para os ajustes básicos para a próxima atração e pontualmente as 20h10 min sobe ao palco o Angra, banda que dispensa apresentações e já iniciam o show quebrando tudo e mostrando para o que veio, dando assim o recado que não estavam em brincadeira. Começaram com um clássico do álbum Holy Land (1996): Nothing To Say. A galera foi a loucura com a música, onde percebi que a energia entre os integrantes da banda era constante. Parecia que era uma banda que de longe se recorde das oscilações de ascensão e quedas, um grupo mais unido e disposto em apresentar uma proposta musical mais forte e incisiva.

Após um clássico, foi executado o primeiro single divulgado pela banda do novo disco. Travelers of Time literalmente conquistou o público, resgatando assim as principais características da banda: um power metal pesado, rápido e que na qual mostra o potencial vocal de Fabio Lione.

Outra música que praticamente não pode mais faltar nos shows e que caiu nas graças da galera na interpretação de Lione é Angels And Demons (2004), onde no qual começou a entrar no set da banda ano passado e que entre idas e vindas, acabou ficando e no show em questão, a galera aprovou a atuação.

Em seguida, uma dobradinha entre uma música recente e um clássico: Newborn Me (2014) e Time (1993), onde a primeira música foi executada sem devidos mistérios ou novidades, uma música contagiante e forte. Já em Time, com um arranjo um pouco diferente do original, mas original e criativo, fez a galera mais nostálgica vibrar e cantar junto.

Um pouco mais adiante, foi executada a música que praticamente é um chiclete do mais novo álbum e que tive curiosidades em ouvir ao vivo: Insania. E o povo foi ao delírio, sonoridade bastante cadenciada, a ação do baterista Bruno Valverde que dá um up a música…uma execução perfeita e satisfatória que com certeza ao longo da turnê vai fazer muita gente ouvir essa música por mais e mais vezes.

E em falar em Bruno Valverde, o mesmo deu um show em seu solo, mostrando sua versatilidade e habilidade. Ele que vem de uma nova safra de bateras, Valverde interagiu com o público que se empolgou com a apresentação e não só na sua apresentação, mas sua participação nesta nova fase do Angra está sendo de grande importância, substituindo nomes de peso como Ricardo Confessori e Aquilies Priester.

Após o batera dar um “tostão” de suas habilidades, veio uma novidade no set, a música que mal foi lançada e gerou polêmicas devido a participação de Sandy e que depois da primeira execução, os críticos de plantão tiveram que engolir a seco. Black Widow’s Web foi muito bem executado no show. Mediante a falta da Sandy, ficou a cargo de Rafael Bittencourt fazer a difícil missão de colocar-se no lugar dela e Fabio Lione nas intervenções de Alissa White Gluz, mostrando mais uma vez sua diversidade nos vocais.

E não poderia faltar no set uma música interpretada pelo fundador da banda nesse show, no qual considero uma das melhores músicas do Ømini no que diz respeito a esse divisor de aguas que a banda passa.  Ømini – Silence Inside é uma música que oscila de algo mais leve e calmo feito pelo Rafael Bittencourt e a parte mais forte, rasgada do Lione e com um arranjo fora do comum.

O fim do show, não poderia ser melhor. A trinca de clássicos que todo fã do Angra respeita, canta e vibra até perder a voz: Rebirth (2001), e Pot-Pourri de Carry On (1993) e Nova Era (2001), clássicos estes que nos remetem aos anos de ouro do Angra, mas perante o último trabalho feito, podemos sim ver um novo Angra no mercado, um Angra mais audacioso e com mais garra para angariar novos projetos, fazer novos sons, sem perder a essencialidade de antigamente, mas fazendo um som de qualidade e que não fique devendo a ninguém.

Além desse show, o Angra tem mais três datas marcadas em São Paulo: dois em Santo André, no Grande ABCD, nos dias 06 e 07 de Julho no SESC Santo André e no dia 21 de Julho no Tom Brasil em São Paulo para a gravação de DVD deste trabalho.

Em nome da equipe do Ponto ZerØ, agradecemos a Juliana Cruz Prado da Silva, Damaris Hoffman e o Tatá da Agencia Sob Controle pelo credenciamento.

Set List – Tuatha de Danann
The Wanderings of Oisin
We’re Back
Believe: It’s True!
Rhymes Against Humanity
Tan Pinga Ra Tan
The Dance of the Little Ones
Finganforn

Set List – Angra
Nothing to Say
Travelers of Time
Angels and Demons
Newborn Me
Time
Light of Transcendence
Acid Rain
Storm of Emotions
Insania
Drum Solo (Bruno Valverde)
Black Widow’s Web
Upper Levels
ØMNI – Silence Inside
Ego Painted Grey
Lisbon
Magic Mirror
Rebirth
Carry On / Nova Era

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