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A SORROWFUL DREAM: Debut “Toward Nothingness” completando dez anos

A banda gaúcha de Dark Metal A SORROWFUL DREAM está iniciando as comemorações de dez anos do lançamento de “Toward Nothingness”, seu primeiro álbum, disponibilizado em novembro de 2009 e produzido por Sebastian Carsin do Estúdio Hurricane. O vocalista Éder Macedo comenta que há planos de fazer uma comemoração especial sobre esta data tão importante, mas que ainda é cedo para confirmar: “Temos todos os planos possíveis… e nenhum (risos). Na verdade, não queremos que essa data passe em branco. Afinal, foi nosso primeiro full-length e tem um papel importantíssimo na construção de nossa identidade sonora e pessoal. Estamos ainda em tratativas, por isso, ainda, não vamos divulgar nada até que esteja 100% confirmado… Mas algo acontecerá!”.

Até chegar a “Toward Nothingness” a banda havia lançado inúmeras demos e singles, conquistando um ótimo público, não apenas no Rio Grande do Sul. Mas era uma época diferente, sobretudo na década de 90, quando a internet ainda não era utilizada como hoje. Éder conta do que sente mais falta daquela época e faz uma comparação dos dias atuais: “Ah! Anos 90! Sentimos falta de nossa juventude e vitalidade! (risos) Na verdade, é uma situação bem diferente da de hoje. Quando comparamos aos dias de hoje, no quesito acesso à informação e a bandas, percebemos que tínhamos acesso a praticamente nada e tínhamos que batalhar muito para conseguirmos o mínimo. Essa a saudade que fica: a batalha. Lembro-me de uma coletânea de Doom Metal, em K7, que o Agnaldo, da Serpent Rise, passou para um de nossos amigos. Não conhecíamos a banda A Serpent Rise ainda e a ASD ainda não existia. Cultuávamos aquela K7. Ouvíamos banda por banda, discutíamos os detalhes de cada música em audições regadas a vinho barato. Havia uma “tosquice” que nos unia e que também unia a cena Metal. Assim, tínhamos excursões para shows, festivais no interior em ônibus apertados, dormíamos em rodoviárias, tocávamos em festivais em pequenas cidades e palcos apertados… Enfim, sentimos falta disso e do tempo que dispúnhamos para fazer parte da cena – a vida adulta hoje nos impede de muita coisa.”.

E foram justamente com a experiência adquirida com estes inúmeros lançamentos nas décadas de 1990 e 2000 que a banda forjou uma sonoridade bem característica, juntando influências que vão do Gótico/Pop dos anos 80 até o Metal Extremo e música clássica. Entretanto, para o vocalista, o grande segredo desta sonoridade é a soma de todas as influências dos integrantes: “Não acredito que sejamos muito originais. Na verdade, nunca priorizamos a originalidade. Claro, também nunca visamos ao plágio. O que queríamos era fazer um som que estivesse em acordo com as individualidades dos sete integrantes da banda. É isso! Se, de alguma forma, ele parece original é porque nossas composições, por mais que, em sua grande maioria, partam do Lucas, são sempre submetidas a um processo no qual cada um contribui e busca deixar sua marca. Acreditamos nas individualidades e no crescimento musical de cada um, logo, dizer que a banda tem uma sonoridade própria é dizer que cada indivíduo nela possui uma sonoridade que o caracterize. E anos e anos de convivência também contribuem para a construção de uma identidade.”.

Hoje formado por Éder Macedo (vocal), Josie Demeneghi (vocal), Geovane “Tuko” Lacerda (baixo), Mari Vieira (teclados), Aurélio Martins (guitarra), Lucas Vargas (guitarra/violinos) e Marcelo Dornel (bateria), o grupo se concentra no término das edições de dois novos video clipes, que serão disponibilizados nos próximos meses. Além disso, há o processo de composição do terceiro álbum, sucessor de “Passion” (2015). Éder revela mais um pouco da identidade musical do grupo: “Vou contar um segredo! Em meio ao processo de composição em que estamos, acabamos percebendo que, em um trecho da música, estávamos plagiando a nós mesmos. Interessante, não! O mais interessante é que, para nós, isso não se trata de um problema: primeiro, porque o trecho se encaixava perfeitamente no todo da música; segundo, porque ele revela que há uma identidade natural da banda, que não é construída, pois surgiram a partir de trabalho em grupo, convívio, concordâncias, discordâncias, afinidades, enfim…”.

Ouça “Toward Nothingness” no Spotify:

https://spoti.fi/31fvh69

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RESENHA: A SORROWFUL DREAM – TOWARD NOTHINGNESS

Por: Danielle Feltrin

Fundada em 1996 no sul do Brasil, a banda A Sorrowful Dream apresenta um som baseado na cena heavy metal européia, misturando peso e delicadeza por meio de orquestrações e vocais femininos, aliados às guitarras pesadas e vocais guturais. Pode-se dizer que o gênero desta banda é caracterizado pela influência dos estilos gothic/doom metal, além de elementos de death/black metal e experimentações com música clássica.

A formação da banda sempre contou com duas guitarras, baixo, bateria, teclado, vocais masculinos (graves, guturais e rasgados) e vocais femininos (natural e lírico), e, mais recentemente, também passou a contar com um violino, o que soma hoje sete músicos no grupo: Éder (voz), Josie (voz), Jô (guitarra), Lucas (guitarra/violino), Mari (teclados), Tuko (baixo) e o baterista convidado Mano.

Seu último álbum lançado, “Toward Nothingness”, apresenta uma série de efeitos sombrios e vocais femininos e guturais bastante trabalhados e diversificados, em que na maioria das faixas (senão todas) é feita sempre um dueto entre os vocais femininos e masculinos, dando a aparência gótica e death metal no estilo da banda.

Algumas músicas podem ser descatadas, como a “The River that Carries my Loss”, que começa com efeitos eletrônicos de guitarra e vocais guturais. Já na “The Bringer of Light” lembra música celta, baixo e vocal feminino bem trabalhado. A forma como a música termina também é interessante.

“Empire on Fire” merece destaque pelo piano bem trabalhado na introdução e o peso e agilidade que as guitarras se iniciam – algumas passagens guturais juntamente com os voices do teclado me lembram Craddle of Filth e Childrem of bodom. “Harpies (for the love of the god)” chama atenção através de solos de baixo e alguns sussurros em português.

Apesar de ser um estilo que remete a uma instrumentalização sombria, pesada, ao ouvir o álbum não nos traz aquela sensação tensa do que muitas bandas desse estilo sem querer acabam transmitindo pra quem ouve – ou pra quem não está acostumado a ouvir. Ademais, falta um pouquinho mais de diversificação entre uma música e outra, para tornar as ideias sonoras menos repetitivas.

Nota: 7.5