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SEPULTURA VOLTA A SÃO PAULO PARA O ENCERRAMENTO DA MACHINE MESSIAH WORLD TOUR NA AUDIO SÃO PAULO

Por Thiago Tavares

O dia 27 de outubro sem sombra de dúvidas não sairá da memória dos headbangers de São Paulo que compareceram ao Audio Club, para assistirem e apreciarem uma das maiores bandas de metal do país, respeitado em praticamente todos os lugares por onde passam neste mundo. Os caras do Sepultura, formado por Derick Green, Andreas Kisser, Paulo Junior e Eloy Casagrande, passaram por terras paulistas para esta que pode ser a última apresentação da banda, encerrando-se assim a tour do último CD intitulado Machine Messiah, de 2017, disco esse com muitos elogios da crítica especializada.

Mas a noite não ficaria apenas restrita a show dos mineiros. A banda convidou outros dois grupos para iniciar os trabalhos e assim, aquecer os motores para o caos e o terror que aconteceria logo mais tarde.

Pontualmente, as 21hrs subiu ao palco da Áudio, uma banda que nós do Ponto ZerØ vem acompanhando seu trabalho impecável que vem conquistando um público até que desconhecido, mas se depender do barulho que fazem, os caras conquistaram mais admiradores. De Santo André, os caras da banda MX, fizeram um som com competência, apresentando música de álbuns antigos e priorizando músicas do mais recente trabalho, intitulado A Circus Called Brazil, onde depois de certo tempo em pausa, ressurgem com um trabalho muito bem produzido e com certeza, já estão colhendo os frutos. A apresentação que foi em torno de 40 minutos agradou bastante os presentes.

Após a apresentação da MX, apresentou-se os conterrâneos do Sepultura, banda essa que até a apresentação de sábado não tinha conhecido, mas após a mesma, tenho que abrir os olhos e os ouvidos.

As 22hrs adentram ao palco da Audio o Eminence. Formado por Alan Wallace (Guitarra), Bruno Paraguay (Vocal), Davidson Mainart (Baixo) e André Marcio (Bateria), a banda mineira formada em 1995 apresentou seus maiores sucessos com sua discografia de 4 CDs de um grupo que vem lutando de forma incansável para divulgar seus trabalhos, isso porque já tocaram em diversos países, mas dificilmente se vê no Brasil. No show foi possível a técnica vocal de Bruno Paraguay nas músicas e uma cozinha bastante competente nos arranjos e as músicas executadas por eles agitaram o público presente, que aumentava a cada instante, mas quem viu o Eminence, gostou bastante. Abro um parêntese aqui e peço mais shows deles em sampa, afinal, temos que valorizar o que criamos de bom por aqui.

E após a apresentação da primeira leva de mineiros, iria vir a segunda leva de mineiros de responsa, e que responsabilidade eles carregam, levantando o nome do Brasil mundo afora e disseminando para os quatro cantos que sabemos fazer um metal de qualidade e que o respeito deve sim ser respaldado a eles.

E as 23hrs a espera já tinha acabado. A casa realmente chegou a sua lotação máxima para ver a banda que é sinônimo de representatividade do metal do Brasil para o mundo inteiro. O Sepultura sobe ao palco tocando o terror já agitando a galera com uma música do último álbum: I’am The Enemyonde a primeira de diversos moshs que foram feitos até o fim do show.

E aparentemente o Sepultura veio com um set arrebatador, não focando no novo trabalho, mas também priorizou “algumas coisas velhas”, palavras do guitarrista Andreas Kisser ao se referir a clássicos da banda, onde convenhamos, hoje é complicado fazer um setlist do Sepultura de forma justa, pois dificilmente deixar alguma música, as mais clássicas, é quase uma heresia.

O set em si foi meio que voltar ao tempo. Ouvir novamente Territory (1996), Choke (1998), Desperate Cry (1992) colocaram a galera em êxtase, relembrando os áureos tempos de MTV que valorizavam e muito os videoclipes. A porradaria rolou a solta, Derirck cantando horrores, em sua melhor performance, a cozinha mostrando um nível de técnico monstruoso.

Foi mais de uma hora e quinze minutos de apresentação arrebatadora, onde o bis não poderia faltar a nata do grupo mineiro: Troops Of Doom, Slave New World, Resistant Parasites (Machine Messiah) Ratamahatta e a cereja do bolo que poucos conhecem… uma tal de Roots Bloody Roots.

O show foi ímpar, onde se possível tocar mais duas horas, os caras tocaram tranquilamente, pois realmente a energia do público era surpreendente, cantando as músicas do início ao fim e o povo de sampa representou demais indo ao show, lotou a casa e fez de uma apresentação, um verdadeiro espetáculo.

Em nome do Ponto ZerØ, agradecemos a Adriana Baldin pelo fornecimento das credenciais do evento.

Sepultura – Setlist
I Amthe Enemy
Phantom Self
Kairos
Territory
Inner Self
Sworn Oath
False
Against
Choke
Boycott
Corrupted
Machine Messiah
Desperate Cry
Refuse/Resist
Arise

Encore
Troops Of Doom
Slave New World
Resistant Parasites
Ratamahatta
Roots Bloody Roots