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ESPECIAL: DIA DO PLANETA TERRA

Por: Rodrigo Paulino

Essa semana nosso Planeta teve o seu dia (eu não fazia a mínima idéia, para mim dia 22 era dia do Descobrimento do Brasil, mas ok, então: PARABÉNS BRASIL! PARABÉNS PLANETA!) daí me peguei tentando lembrar de algumas músicas do rock e do metal que falam do planeta… Eu conheço mais músicas de Metal Sinfônico, então vou falar bastante delas nesse texto. Vamos começar por aquela que diante dos fãs, é a banda que detém o título de Mãe-Terra:

Within Temptation:

O segundo álbum de estúdio entitulado Mother Earth contou com uma pegada de folk muito legal, entre elas tinha a épica Mother Earth, com direito a tudo: coral gregoriano, orquestra com estilo celta, agudos e até hoje é uma presença marcada nos shows, com até mesmo direito a dancinha da Sharon. Nessa musica, eles exploram bem as coisas que a Terra faz por nós, tudo o que ela pode nos dar e tirar, o ciclo da vida nela, todas as coisas. Durante um tempo, graças a esse álbum foi questionado a religião de Sharon Den Adel e cia, chegando a questionarem se eles eram Wicca, a banda nunca se manifestou sobre isso, o que cá entre nós, não levaria a nada, foi apenas uma curiosidade de fãs. Além de Mother Earth, o álbum continha a faixa Never-Endind Story, com uma pitada bem forte de folk semi acústico que trata da vida do planeta também, mas de maneira bem pessoal. Confira o tema Mother Earth abaixo (na minha opinião, um dos clipes mais bem feitos e bonitos):

After Forever:

Tempestade, trovão, furacão, terremoto, tsunami… Sim, estou falando dos vocais da Floor Jansen! Antes de ReVamp e Nightwish, Floor tinha uma banda com Mark Jansen do Epica, o After Forever. Até aí ok, muitos de vocês devem saber disso. Em seu álbum auto intitulado, continha a faixa Equally Destructive, que com toda a força, tanto da banda, quanto dos pulmões da Floor, ela cantou o que eu considero um marco na carreira da banda, tudo bem que é mais voltado para um lado de conscientização, mas é uma canção que sem dúvida é viciante, confira:

Epica:

Ainda na linha de proteção ao planeta azul, em uma parceria com a WWF, o Epica fez uma canção que foi lançada com o EP/single This is the time. É uma música mais no sentido do Folk também, não tem guitarra é lago beeeem leve, mas agrada quem curte as baladas da banda. O clipe tem uma sequencia de imagens de animais e locais que sofrem com a interferência do homem, com takes da Simone que, não sei se quis fazer a Mãe-Terra, mas termina com um “Piche” na cabeça… É estranho, mas é uma música muito bonita.

Queen:

Sobre as forças da natureza que regem nosso planeta, lá em 1975 o Queen lançava o álbum A Night At Opera, e apesar da faixa The Prophet’s Song estar recheada de menções bíblicas, a banda reconheceu nessa as forças da natureza que são maiores que as vontades dos homens.

Krypteria:

Ainda sobre as forças da natureza, a galera do Krypteria, lançou um clipe Liberatio lá em 2006, em uma homenagem às vítimas do tsunami que atingiu a Indonésia. A música é muito bonita, acompanhada de um coral clássico e a voz inconfundível da vocalista. Chega a emocionar.

Metallica:

Em versos super rápidos, o Metallica descreve as atrocidades que assolam o planeta e a luta do homem em busca da auto-gratificação. “Milhões de nossos anos / Em minutos desaparecem / Escurecendo em vão / A Decadência permanece.

Kamelot:

Falando em humanos, o Kamelot no álbum Ghost Opera fala um pouco da marca que os humanos deixam na terra, na sua interação com outros e o seu destino final. Eu considero este um dos marcos na carreira da banda com o Roy nos vocais. É uma musica bem pesada, mas sua mensagem é de fazer você parar para pensar. As cenas da banda que sempre curtiu usar um fundo verde para gravar seus clipes, são realmente interessantes, coisas do nosso dia a dia, que sempre fazemos.

Nightwish:

Para eles que na última semana de setembro se apresentam no Brasil, incluindo no Rock InRio para divulgar o novo álbum Endless Forms Most Beautiful, escolhi essa que representa a história desse mundão velho sem fronteiras (me senti meu pai falando agora). The Greatest Show On Earth é a canção mais longa da carreira da banda, com Floor Jansen no vocal junto com Mark e trechos do biólogo Richard Dawkins. A musica é longa, mas é linda, com o peso normal e da orquestra em dados momentos nos quais se você estiver com bons fones de ouvido, ligados em um volume bem alto, vai parecer que está sofrendo um ataque de tanto piscar (isso acontece comigo, sistema de defesa do corpo com barulhos bem altos e fortes. A musica se trata de uma visão sobre a origem do mundo e da vida nele. A primeira parte bem instrumental conta com um vocal lírico, a segunda parte já pega mais pesado com Floor falando sobre as leis que existem no mundo e não podemos ver, a parte 3 fala do homem, desde Lucy de Afar (aquele fóssil dado como o mais antigo já encontrado no planeta) até o homem descobrir suas armas e ambições, conta também com trechos mostrando a evolução da música, culminando com som do disparo de uma arma, terminando com Dawkins e o som das baleias cantando. Particularmente, me emociono muito com essa música, ela tem uma carga emocional muito forte. Confira uma gravação dessa musica de um dos primeiros shows dessa nova tour na Filadélfia, no dia 10/04/2015.

Bom galera, espero que vocês tenham apreciado essa lista. Sei que nem todo mundo pode gostar dessa seleção, no entanto, o tema é bem abrangente e deve haver muitos outros sons que estejam ligados. Logo teremos mais especiais. Um abraço a todos vocês.

RESENHA: NIGHTWISH – ENDLESS FORMS MOST BEAUTIFUL

Por: Rodrigo Paulino

Shudder before the beautiful abre o álbum com o biólogo Richard Dawkins citando um trecho de um poema, dando inicio a uma orquestra poderosa e rápida com corais. Floor entra suave, com um coral acompanhando ela e as notas começam a se desenvolver com a mesma suavidade, quando entra no pré-refrão, ela se solta e no refrão ela se solta mais um pouco, junto com Marco. Os arranjos e as vozes deles se completam de uma forma tão bela que formam uma só, logo temos os destaques para o teclado, seguido de uma guitarra que lembram as musicas mais antigas da banda, então volta a orquestra para o palco e a bateria forte, como presente em todo o Imaginaerum, violinos chorões, uma coisa bem teatral. Entra um coral que fará alguns ficarem arrepiados, e no final você ouve um destaque vocal. Dando entrada para os instrumentos de sopro pesados. Então tudo para e voltamos para o pré-refrão, gostei disso, pois cria toda uma atmosfera, uma moção apenas a voz e a musica ao fundo baixa, então as vozes ganham mais destaque nas ultimas vezes que cantam esse refrão, assim como Last Ride crescia com o decorrer da musica, essa também cresce com a união de vozes, o final tem um sustenido e firulas, digna de uma abertura de CD com a orquestra e tudo mais. Um adendo, na última segunda feira, a Nuclear Blast disponibilizou de forma totalmente gratuita o download dessa musica pelo link:  http://goo.gl/zddu9z

http://www.hs.fi/mainos/advertoriaali/nightwish/
(Imprensa finlandesa fez divulgação de Shudder)

Weak Fantasy começa bem pesada intercalado orquestração, e guitarras que te levam a sensação de queda livre, com os corais que lembram algo em The Siren e então tudo para, Floor parece audaz, essa musica tem uma pegada mais moderna, a batida dela ´muito contagiante, os corais ao fundo lembram algo gregoriano, muito baixo, então no refrão a musica simplesmente cresce, os tons das vozes firmes mas alterados, eles cantam juntos mas ao mesmo tempo parece que um adianto da voz do Marco existe. Volta ao ritimo normal, o interessante são as paradas e as voltas que a musica dá, o refrão é muito interessante, é uma musica rápida. Em certo ponto ela fica no violão celta, com os corais de teclado, e lentamente os elementos como a bateria vem aparecendo, então os corais crescem, e um tom dramático graças aos vilionos levantam a voz do Marco, parece um grande lamento, a musica desacelera, mas o violino está lá, a Floor solo, faz diminuir a canção, e ao mesmo tempo ela explode dando as caras para o refrão muito mais potente, com todos os elementos presentes, a agressividade, os corais, cada coisa alternando sua aparição e terminando de forma teatral.

Élan… eis a canção que causou mais controvérsias do que os palpites de quem havia matado Odete Roitman na novela Vale-Tudo. Eu particularmente gostei, mas trocaria ela por Sagan presente como bônus no single Élan. Élan é a palavra francesa que designa o zelo ou o impulso, grandes chances de ter se inspirado no livro “A Evolução Criadora”, de Henry Berfson, usado para explicar a força por trás da evolução.

Yours is na empty hope tem um inicio similar, porem mais leve que a primeira faixa, sua introdução faz você imaginar o inferno, de alguma forma, então temos o peso, lembrando um pouco o peso de Planet Hell, da época do álbum Once. Ela se desenvolve apenas na guitarra e bateria, com momentos de orquestra nos ápices, momentos de Floor com coral cantando em tom mais baixo, é uma musica rápida. No pré refrão Marco canta, e no refrão temos um leve gutural acompanhando Marco, sim, gutural de Floor. Voltando aos versos da musica, temos Floor deixando a voz mais rouca, acompanhado de coral novamente. Lembrando que nesse álbum, uma tendência é cada vez que esteja mais próximo do final, o refrão vai ficando mais forte. Temos um instrumental, muito bem elaborado, também teatral, dando origem aos corais em canto de sereia, ou por se tratar de uma canção inspirada na obra de Dante, O Inferno, o rio das almas, esses corais seguem de violinos, então os corais parecem inflamar com o retorno de Floor gritando rouco, voltando a algo similar ao que já vimos em Once, uma onda mais progressiva, e os dueto de vozes leva a um ápice que leva novamente ao refrão. ATENÇÃO: o refrão é grudento. O Marco dá umas risadinhas, e o final tiram o instrumental, e você ouve as vozes puramente no que são.

Our decades on the sun, o inicio dela lembra a musica do álbum do Tio Patinhas que o Tuomas compôs, é suave com pianos e coral leve. Floor a executa com tamanha delicadeza e maestria, chega a emocionar. Entrada suave da bateria com alguns acordes da guitarra e o teclado são maestrais. O tema da musica é uma citação do próprio Dawkins. Num dado momento a guitarra e o violino ficam em evidência, dando espaço para Floor se soltar mais um pouco. A musica sofre uma acelerada. Tuomas certa vez falou que essa musica tem tudo a ver com os pais. Em uma pausa repentina, as flautas de Troy aparecem, e parece que a musica volta ao inicio, a suavidez. Então ela flui apenas com orquestra e violão, facilmente imagino Floor com um vestidão prateado cantando essa parte, Marco tem uma contribuição com firulas vocais nela. Comentando com amigos, essa musica tem cara de trilha sonora de filme, e quando você pensa que ela acabou, acordes de guitarra aparecem com a flauta e firulas vocais da Floor; em alguns instantes a bateria volta com a flauta, e então ela parece que vai seguir em frente, a melodia é muito envolvente mas ela acaba suave.

My Walden é uma das minhas favoritas, começa com uma pegada tão folk, tão características apenas as vozes com uma orquestração leve, e então ela revive aquela sensação de I want my tears back. A suavidade na voz da Floor e presente também, é uma musica mais cadenciada, mas quando o refrão chega, ela engata, ela carrega uma coisa tão positiva e gostosa, que te faz pensar ser um gnomo ou um leprechaun dançando no meio da floresta. Possivelmente é inspirado num livroescrito por Henry David Thoureau, que viveu dois anos numa cabano num lago na floresta, trata da vida na natureza. Interessante que a musica volta apenas nos vocais e do nada ela explode em um instrumental totalmente folk com violão celta intercalado de teclado, uma coisa que chega a lembrar o country, o celta, o medieval… É uma canção forte e termina com um alto tom da Floor.

Endless Forms Most Beautiful, ela tem uma pegada tão moderninha que voltei para ter certeza do que eu estava ouvindo, o inicio com firulas e instrumental, para começar definitivamente com a orquestra e a guitarra, no entanto, o teclado é mais presente, e Floor canta rápido, essa musica tem um ritmo frenético, o refrão se desenvolve de forma tão gostosa, é uma musica fácil de se digerir. Logo ela volta ao peso de inicio e Floor acelera novamente a parte que cabe ao instrumental é muito interessante, o solo com coral nessa musica é simplesmente celestial, lembrando a época do Century Child, uma coisa máxima é a presença do piano nem pequeno trecho, antes de parecer que ela vai acabar, e então ela volta com tudo para o refrão, é algo bonito de se ouvir, o final dela é repentino e gracioso.

Edema Ruh é suave em seu inicio e cristalino e ele se desenvolve com as guitarras mantendo o cristalino, Floor entra novamente num tom bem suave e cadenciado, o baixo presente guia a musica, o refrão dessa musica é muito gostoso e melódico, um dueto muito bem composto, parece que todos da banda cantam juntos de tão suave e ao mesmo tempo marcante. Edema Ruh se baseia na saga “Crônica do Assassino do Rei”, são descritos como músicos e artistas  que viajam pelo mundo oferecendo suas habilidades em troca da hospitalidade, gaita de foles pode ser ouvido, muitos efeitos juntos com guitarra bem forte  rápida. Voltamos com gaita de foles e piano em grande harmonia, logo temos todos cantando de maneira tão graciosa que você deseja que a musica termine dessa forma, mas ela volta ao refrão, essa chega a emocionar, é uma composição de presença, ela é suave e vale lembrar do cristalino. E sim, temos Floor com guitarras e gaita de foles soltos no final terminando com bateria.

Alpenglow foi uma surpresa para mim, imaginei algo como uma balada, mas ela é agitadinha, começa com violinos e piano, mas ela chega em ápice com a guitarra é bem compassada, os instrumentos ficam em um plano mais distante, no entanto Floor parece enlouquecer em dado momento, e desacelera do nada, entrando no refrão. Essa coisa de agitar e diminuir do nada ficou muito legal, a musica após ao refrão volta suave, no entanto novamente, guitarra agressiva com Floor agressiva e…. ao fundo Marco canta We were here (isso vai ganhar mais sentido na última música)…. entrando no refrão agitadinho, a presença de bateria é formidável, o solo meio que abafado com sustenidos dá lugar a flauta e parecem que elas brigam pelo lugar na musica. Tudo para e Floor entra como se separasse as silabas suavemente, o refrão é cantado sem quase nada de instrumentos,  e então a progressão começa e a coisa pega fogo. O refrão forte com as vozes d Floor e Marco juntas e com tudo junto, acaba sendo um grande deleite, o final dessa musica é de presença.

The Eyes of Sharbat Gula, é um instrumental bem progressivo, começa apenas com uma batida, logo o piano ganha vida e presença com a batida, outros instrumentos vão ganhando a sua presença, o tom da musica vai mudando também. As flautas de Troy junto com a orquestração ganha seu momento, dando uma pegada folk, com firulas vocais bem suaves. Sharbat Gula foi destaque na capa da revista National Geographic, usando o sári e revelando um olhar profundo, conhecida mundialmente como a “Menina afegã”. Ah sim! Nessa musica é usado um coral infantil. Essa musica me colocou a pensar na guerra que acontece no oriente médio e tudo aquilo que crianças e mulheres como Sharbat passam com o objetivo de terem o mínimo para sobreviver, as dificuldades que enfrentam diariamente. Acaba sendo mais uma musica para reflexão, inteiramente instrumental e muito forte.

Finalmente chegamos a The greatest show on the Earth, começa com um piano melódico, porém imponente, não demonstra fragilidade, o celo também contribui para esse clima, junto com violinos, a musica se baseia numa frase de Richar Dawkins, e possui 24 minutos. A musica mantem uma calma com uma melodia misteriosa ao som de piano, violino e violoncelo até que ela explode, os instrumentos parecem remeter a explosões (similar àquela parte no refrão de Song Of Myself, progressiva em que apenas o coral canta): coisas da natureza, como trovões, como meteoros e o coral com piano tranquilizam a cena, a flauta segue a melodia de forma harmoniosa e graciosa, até surgirem novas explosões com instrumentos mais pesados, parece um bombardeio. E depois de um silencio, volta com o mesmo clima tocado, entrando com firulas da Floor, cantando como se fosse colocar alguém para dormir, lembrando o coral de sereia já citados dando inicio à musica, uma parte de gaita de foles segue e é deslumbrante o coral que se abre, como se os céus se abrissem sobre sua cabeça, logo a gaita de foles entra, com toques leves, e Dawkins começa a recitar trechos de sua obra, faz o coração dar uma tremidinha, a musica cresce num ritimo muito rápido, com todos os elementos já citados, de forma parcer uma grande cavalgada. Então os violinos aparecem dando a um vocal mais brutal, da Floor, sua voz soa de forma diferente de tudo que q você pode ter ouvido dela, é meio falada essa parte e a instrumentação é bem pesada, ela recita as leis físicas que estão presentes no mundo, então como se fosse uma trilha sonora ela se solta na musica de forma natural, o refrão é poderoso, ela se solta muito nela junto com Marco, essa musica me fez pensar no show. Voltamos na parte meio que falada da musica, dando um clima estranho mas interessante. Voltamos ao estilo cavalgado da composição, é muito gostoso ouvir eles cantarem. Uma desacelerada parece dar a paz e ao mesmo tempo a musica cresce novamente e é cortada por um momento de apenas batidas e leves corais ao fundo, que vão surgindo e crescendo com a orquestra, e cada hora um som se destaca dos instrumentos e animais são ouvidos, macacos e rugidos invadem a cena e é estranho a principio, com uma melodia tão misteriosa, chega a arrepiar e então voltamos a um ritmo parecido com Endless Forms, e Marco canta de forma rápida, intercalando com Floor e terminam cantando juntos, repetindo a dose novamente. Os violinos estão fantásticos nessa parte, Floor mostra grande potência nessa parte. A musica se solta novamente as vozes deles viram um só, novamente a musica baixa, e por alguns momentos sons tribais, mudanças para a flauta, passando por musicas da realeza e finalmente um tanto de Can can é ouvido e cortado por algo que parece ser um disparo de arma, logo a musica explode novamente (me passou todas as eras chegando até a Guerra), voltando a um ápice de vozes, é algo magistral essa orquestração, e todas as vozes se unem para cantar em uníssono: We were heeeeere…. E tudo para novamente, como as tempestades, um tempo remoto… Levemente o piano é tocado de forma suave, a flauta ganha presença de forma tímida, graciosa, piano e flauta “conversam” entre si, e tudo vai ganhando sua presença, bem como a orquestra, a bateria e Dawkins volta a recitar, com direito a tons de sinos, trombetas sopram e Dawkins continua falando, a orquestra que se faz super presente nesse momento domina a cena, chega a parecer algo que te faz lembrar de cada detalhe da capa, e você passa a refletir em toda a vida presente no mundo, e vê que é tudo belo, montanhas, animais, o sol, o universo e nosso planeta, uma canção suave surge nos 3 minutos finais da musica, tão suave que quase imperceptível, como se o vento te levasse, e Dawkins volta a falar mais um pouco e termina o álbum com som do mar, baleias pulando, golfinhos a canção regida pela natureza.

Bom, conheço a banda desde 1997. Desse tempo para cá a banda mudou um bocado, passou por transformações, tanto internas como externas, bem como seus fãs também. Esse álbum é uma cola de tudo o que eles já fizeram, se ouvir com atenção, existem partes que se parecem, elementos de um álbum que compõem esse novo álbum: uma guitarra aqui que lembra Oceanborn, um teclado que lembra Century Child, um coral que parece tal musica, guitarras ao estilo The Kinslayer e assim por diante, bem como também encontrará coisas que você jamais ouviu ou imaginou ouvir num cd do Nightwish, a introdução da musica tema mesmo me surpreendeu muito, Edema Ruh e Alpenglow me pegaram desprevenido. Esse álbum pela reação de alguns nas redes sociais parece dividir muitas opiniões, tudo o que é novo assusta na primeira vez, vi algumas pessoas que apostaram na agressividade da Floor e se decepcionaram, outros que amaram Élan e odiaram Sagan, bem como vice-versa, ainda tem muita gente tentando definir se gostou ou não do álbum, enfim, ao ouvir o álbum, ouça-o com a mente aberta, entregue-se. Como disse na minha página pessoal no Facebook, Endless não é o melhor, mas também não é o pior álbum da historia da banda, foi criada uma expectativa muito grande da união Floor e Nightwish e infelizmente o ser humano tem a tendência de criar expectativas, agora cabe ao ser humano também saber lidar com a satisfação e a insatisfação decorrente dessa expectativa. Cada elemento colocado nesse álbum, desde a musicalidade, elementos, partes das letras, Dawkins e até mesmo os sons colocados nela, fazem parte de um todo, as músicas conversam entre si. E tudo me leva a pensar em como serão executadas ao vivo com toda a energia  presença da Floor. Particularmente, gostei muito do álbum, mudaria algo nele? Sim, mudaria, mas estou contente com a proposta da banda.

Confira clicando aqui, a resenha do vídeo clipe de “Élan”.

RESENHA: Nightwish – vídeo clipe “Élan”

Por: Rodrigo Paulino

Desde que o Nightwish anunciou a demissão de Anette Olson do vocal da banda, anunciou como vocalista interina e posteriormente a admissão de Floor Jansen, muita especulação houve com relação ao destino da banda. Floor é muito conhecida pela sua agressividade e potência vocal, tanto nos trabalhos do After Forever como também na sua atual banda, o ReVamp, o que gerou um certo desconforto numa parcela de fãs da banda, acostumados com os vocais de Anette Olzon em Imaginaerum que apesar de em algumas músicas serem bem agitadas, o compositor Tuomas conseguiu extrair o que havia de melhor nos vocais da moça, suavizando em muito em musicas como Storytime que apesar de agitada, ela possui um ponto que chega a parecer coisa de criança, Last Ride que tem um refrão poderoso, mas seus versos são suaves na voz de Anette. Como fica com Floor? Essa dúvida permeou a mente de muita gente (posso apostar que teve gente que não dormiu pensando nisso)

Logo veio outra notícia: “Teremos convidado especial no álbum que estamos compondo“. Isso é ótimo! Floor com ft Scabbia? Sharon? Tarja? Anette? Não! O biólogo evolutivo, autor de várias obras iria fazer participações, citando trechos de seus livros nas músicas, uma delas até nomeia uma das faixas: The Greatest Show On Earth. Então surgiram mais dúvidas: “O Tuomas virou ateu?” “Virou evolucionista?“.

E assim os dias se passaram e logo anunciaram uma música chamada Élan. Esse foi o divisor de águas, sabemos muito bem que depois de Imaginaerum, Troy Donocley passou a fazer parte dos membros fixos da banda, tocando todos os instrumentos de sopro, o que esperar então de Élan? Bom, as fã-bases piraram pois Élan representou algo bem mais leve que a banda já havia feito… Confira o clipe abaixo:

O clipe tem uma estética meio vintage, com direito a Floor num palco de bar parecendo uma pin-up, ao mesmo tempo em que o piano é tocado harmonicamente com a flauta e logo somos apresentados às guitarras e bateria junto com a flauta, enquanto Tuomas toca piano e Floor se aquece no palco. Ah sim! Ela está volta! A corujinha!

Logo que começa a musica, você fica ansioso para ouvir Floor aos berros, no entanto, temos ela de forma comportada, muitos disseram se decepcionar com os vocais dela nessa canção, visto ela sempre usar toda a potência vocal  e parecer um tanto que “amarrada”.

Tratando do clipe, o conceito é bem simples: temos no bar em que a Floor canta um garçom secando os copos, onde Empu toca a guitarra há um senhor que está dando aulas de natação, onde Marco está há um outro senhorzinho fazendo reparo na linha férrea, Troy é guardião de uma senhorinha que parece estar limpando as folhas secas em um auditório, o baterista interino Kai Hahto está numa espécie de fábrica onde há um senhor jogando detritos no fogo e Tuomas de uma outra senhorinha que está lavando roupas, em um dado momento, todos viram fumaça e estão curtindo a banda – todos com carinha de simpáticos, incluindo o malicioso sorriso de Tuomas tocando piano  – é uma cena muito engraçada, existem momentos que você ri, como aos 3:47 onde o velhinho ferroviário faz uma pose engraçada e ri, a dancinha do garçom aos 3:50, aos 4:00 a senhorinha vibrando diante da banda… Não estou zombando deles, é bonitinho, quando o clipe termina, todos aplaudem, e de um outro take, a coruja está em seu poleiro, em frente ao balcão do bar, com a banda ao fundo interagindo com os atores convidados, alguns deles sobem no palco, dançam com a Floor, outro coloca o quepe na cabeça do Emppu, é uma cena bem bonita e espontânea. O clipe em sí é muito belo.

Da música… Há quem amou a música e há quem simplesmente detestou ela. De fato, a musica é muito tranquila, quem está acostumado com a Floor cantando super rápido com vocais violentos pode ser meio decepcionante, ainda mais criando a expectativa enorme com relação ao peso. Após a metade da música, quando Floor e Marco passam a cantar juntos, nota-se a maior presença de voz da Floor. Outra coisa que causou um certo desconforto é o uso da flauta, algo que alguns consideram exagerado. Eu particularmente, gostei muito desse som, o single de Élan veio com uma versão alternativa, que lembrou demais o estilo do álbum: Imaginaerum: The Score, é uma versão mais forte e mais marcante.

A musica fala de viver a vida com todo o pique, viver e realmente valer a pena, fazendo aquilo que realmente gosta, com todo o ímpeto que existe em nós.

O single Élan contem uma faixa bônus chamada Sagan, uma homenagem ao cientista cosmólogo, astrobiólogo e astrônomo Carl Sagan (1934-1996). É outra canção muito bonita, bem arranjada e recheada de flautas. Floor canta demais nela.

Cena final de Élan

NIGHTWISH: VERSÃO EXCLUSIVA DO NOVO ÁLBUM DISPONÍVEL NA PRÉ-VENDA DA LIVRARIA CULTURA

Você já pode adquirir na pré-venda uma versão exclusiva em formato duplo, sendo o CD 2 a versão instrumental do CD 1, para a rede de lojas “Livraria Cultura” do oitavo e novo álbum da banda finlandesa de metal sinfônico NIGHTWISH, intitulado “Endless Forms Most Beautiful”. Com a compra do CD, junto um adesivo da capa. A data de lançamento mundial é no dia 26 de março.

“Endless Forms Most Beautiful”, quase totalmente escrito pelo tecladistaTuomas Holopainen tendo como compositor secundário ao vocalista e baixista Marco Hietala, é o primeiro trabalho inédito com a nova vocalistaFloor Jansen (ex After Forever, também vocalista de ReVamp) e foi inspirado principalmente pelo trabalho do naturalista Charles Darwin. O álbum também marca a estreia de Kai Hahto na bateria – como músico convidado – em substituição de Jukka Nevalainen que precisou fazer uma pausa temporária devido a uma forte insônia. Além de Hahto, o álbum também conta com as participações especiais de Richard Dawkins (narração), Pip Williams(arranjos orquestrais e condução) e Metro Voices (coro).

Confira nos seguintes links o “Making Of” do álbum (em inglês):

Episode 1 (The Cabin)
Episode 2 (By The Lake)
Episode 3 (Inside His Head)
Episode 4 (The Beginning Of The Summer Camp)
Episode 5 (More Campers)
Episode 6 (New Hometown)
Episode 7 (Almost There!)
Episode 8 (London)
Episode 9 (Mixing and Mastering)
Episode 10 (Ready!)
Episode 11

Adquira a sua cópia aqui. As primeiras 100 pessoas que comprem o álbum levam um pôster da banda e um adesivo da capa.

PONTO ZERØ homenageia as mulheres do rock!

Por: Rodrigo Paulino

Conhecida como a “Rainha do Rock’n’Roll”, Janis Joplin foi um ícone dos anos 60 e uma referência para o Blues e o Soul da geração. Nascida no Texas, Janis era considerada a rebelde de sua geração, ao se mudar para San Francisco, participou da banda Big Brother & The Holding Company, lançando um álbum auto intitulado, em 1968 lançou Cheap Thrills, em 1969 o I Got Dem Ol’Kozmic Blues Again Mama! e, após sua morte por overdose em heroína, veio o Pearl, em 1971. A voz rouca da cantora e o estilo foi de inspiração para muitas outras jovens na época e ainda encanta muitas gerações.

https://www.youtube.com/watch?v=GoLn5hmZevs

Na década de 70, outra banda bem conhecida, foram as meninas do The Runways, apenas meninas na banda. Joan Jett teve a ideia inicial de criar a banda, comentou a ideia com a seu amigo Kim Fowley, que logo apresentou a baterista Sandy West, chamaram a baixista Micki Steele e a compositora Kari Krome. Em 75, estava formada a banda de garotas. Em 76 entrou a guitarrista Lita Ford e a cantora principal Cherrie Currie, lançando assim o primeiro álbum The Runaways e em 77 lançaram o Queens of Noise e infelizmente, em 78, depois de desacordos com empresário, gravadora e alguns desfalques na banda, elas gravaram um último álbum chamado “And Now… The Runaways”. A mensagem principal da banda sempre foi a de que mulheres podem fazer rock. Em 2010 rolou um filme sobre a banda.

https://www.youtube.com/watch?v=GvmIwhXe6rE

No anos 80, com a ascensão do heavy metal, uma banda possuía uma vocalista de voz rouca, aliás, vamos combinar que anos 80 uma série de cantoras de vozes potentes, como Bonie Tyler e Kim Carnes tinha como marco a voz rouca e forte. No entanto, vamos falar da belíssima Doro Pesch, vocalista da banda Warlock. Com o tempo, Warlock acabou e Doro permaneceu como a única membro original da banda, lançando assim sua própria banda, Doro Pesch. Fez inúmeras apresentações especiais com outras bandas como Hole Moses, cantou com UDO, Jorn Lande, apresentou um cover do Abba com Dirk Bach, gravou um dueto com o Twisted Sister no álbum A Twisted Christmas, aparece em Who I Am com Floor Jansen e atualmente cantou junto com Rafael Bittencourt no álbum Secret Garden, do Angra.

https://www.youtube.com/watch?v=GHT1sreYIho

Com a chegada dos anos 90, várias mulheres foram liderando bandas, sendo vocalistas e até mesmo formando suas próprias bandas, Nightwish, que apesar da explosão “Once” ter ocorrido apenas nos meados d 2005, existe desde o fim dos anos 90 com a vocalista Tarja Turunen e sua inconfundível voz, e apesar da demissão dela, seguiu em frente com Anette Olzon que fez participação com diversas bandas enquanto estava assumindo os vocais da banda e atualmente tem um projeto solo e sua sucessora, Floor Jansen que já participou de projetos como o Ayreon, era quem comandava o After Forever e ainda comanda o ReVamp.

O que dizer das nossas guerreiras brasileiras? Com mais de 50 anos apenas de carreira, Rita Lee passou por todos os gêneros, desde o rock psicodélico do qual Janis Joplin participou, o tropicalismo, pop rock, disco, new age e vários outros estilos. Participou da banda “Os Mutantes” e “Tutti Fruti”, trabalhou em rádio, televisão, estabeleceu parceiras, lançou 18 albuns de estúdio e 6 ao vivo. Pessoalmente amo as letras dela. Outro destaque foi Cassia Eller, que levou uma vida ao máximo, ela tinha muita presença de palco, era declaradamente uma interprete de todos os gêneros, e estava sempre envolvida em grandes projetos. No ano de 2001, Cassia teve 95 apresentações, gravou um acústico e apresentou um programa pela MTV ao lado de Rita Lee. No entanto, no mesmo ano, no dia 29 de dezembro ela faleceu de um infarto. Cassia possui 11 albuns lançados entre shows e de estúdio.

Não posso deixar de falar aqui, de uma mulher que muito me chama a atenção, pela atitude que ela tem, pela criatividade e pelo trabalho dela. Pitty, que sempre teve muito conteúdo em suas composições, apesar de já cantar em outras bandas, como a Inkoma e Shes, em 2003 sua banda foi uma das que mais venderam nos anos 2000, com uma temática filosófica, baseada em Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Em 2005 tivemos o lançamento de Anacrônico, que ela intitulou ser meio auto biográfico. Em 2009 veio o Chiaroscuro, que considero um cd bem interessante pela proposta que a cantora quis oferecer aos ouvintes, com uma pitada aqui e acolá para o bolero. Em 2012 ela se aventurou em gravar Agridoce, um projeto folk, muito ousado e gostoso de se ouvir e no ano passado, ela lançou o Sete Vidas, mais diferente de todos os outros trabalhos, carregado emocionalmente, místico e muito divertido de se escutar. Apesar de grandes problemas pessoais, como a perda de um bebê e até mesmo quase morrer após uma infecção, nada disso fez a peteca cair.

São tantos nomes ainda para serem falados, tantas bandas para serem citadas, mamães que são cantoras como Simone Simons(Epica), apoiadoras de causas como Charlotte Wessels (Delain), ex-coelhinhas da Playboy como Butcher Babies e Huntress, pessoas que traçam um ideal e vão em frente, como Fernanda Hay (Overdrive) e meninas que “são colocadas para cantar” (isso é uma referência do que li num release feito pela banda) como Fabiana Santos (The Leprechaun) e até mesmo símbolos do feminismo como Christina Scabbia (Lacuna Coil) e Maria Brink( In This Moment).

Lugar de mulher é em casa!” me enche de raiva ouvir essa frase, todo lugar é lugar de mulher, seja em casa, em escritório, em lojas e até mesmo no intuito de montar uma banda, dia da mulher não é apenas dia 8 de março ano após ano, é todo dia!

A seguir, tem uma listinha básica com umas músicas de algumas moças citadas nesse especial.

http://www.youtube.com/playlist?list=PLmwL6dFjq5EImUpIMBKOe1TGH9wNZJ6Q1