Por: Danielle Feltrin
O grupo paranaense Greensleves lançou recentemente (2009) seu álbum chamado “The Elephant Truth”, tendo como tema central a lenda oriental retratada no poema “The Blind Men and The Elephant”, do poeta americano John Godfrey Saxe (1816 – 1887), que retrata a confusão mental de um homem quando está em coma, trabalhando os sentimentos, lembranças e desejos.
Os músicos que integram a banda são Gui Nogueira (vocal) Victor Schmidlin e Cícero Baggio (guitarras), Marlon Marquis (bateria) e João Koemer (baixo).
Ao ouvir as músicas deste álbum é claramente percebido as influências de Dream Theater, Angra, e até mesmo de Yngwie J. Malmsteen devido aos solos bem trabalhados e complexos. Essa influência progressiva e até mesmo melódica também pode ser observada até mesmo no assunto retratado no álbum, já que bandas desses estilos costumam produzir álbuns conceituais, ou seja, que contenham um único assunto abordado em todas as letras do CD.
O álbum possui 23 faixas, a primeira delas é uma pequena intro e na seguinte, “Parasites in Paradise”, já entra um solo virtuoso e pesado para abrir o álbum. Faixas como a “Not so Long”, “Exit”, “Touch of Wind”, e “Flood” destacam o CD pela percepção de versatilidade e ideias sonoras que os músicos compuseram para estas canções.
A nona faixa, “Out of Reality” apresenta uma série de passagens diversificadas tanto no vocal quanto no peso da guitarra e no tempo da música, típico do estilo que o progressivo proporciona para uma música.
A faixa 11 “Introspection” é uma canção curtíssima, um instrumental de pouco mais de 1 minuto, mas o piano e os voices dela me chamou bastante atenção, são efeitos que lembram filmes medievais, é bem interessante. Esta música é logo encaixada com a “Crisis”, muito bem trabalhada também, com o vocal bastante chamativo. Outra música interessante é a “The Blind Men and the Elephant”, que começa com uma boa cozinha entre o baixista João e o baterista Marlon, duelo que deu bastante destaque no álbum.
Destaque para os efeitos sonoros em algumas músicas que nos lembra a história que o álbum está retratando, como de vidro quebrando, sirene de policial, motores, gritos, etc. Outra ênfase também para a participação especial da vocalista Alirio Netto (Khallice) representando a voz da consciência do transtornado personagem principal.
O ponto negativo do álbum (que às vezes nem pode ser tão negativo assim para outros pontos de vista) é o número de canções e, pelo fato de algumas serem muito curtas faz com que torne algumas passagens parecidas ou até repetitivas entre uma música e outra. Eu particularmente não ouço esse estilo com freqüência e, e mesmo achando este álbum muito bom para o som que eles fazem essa questão pegou um pouco, mas aí depende de quem ouve.
No geral, vale a pena conferir o trabalho da banda, sem dúvidas, uma promessa para a cena do estilo progressivo brasileiro.
01. The Coward’s Refuge
02. Parasites in Paradise
03. Fight my Fear
04. Not so Long
05. Comeback to Myself
06. Exit
07. Touch of Wind
08. Out of Reality
09. Invisible Man
10. Time Should Be an Ally
11. Introspection
12. Crisis
13. Best Friends
14. The Blind Men and the Elephant
15. Blind by Choice
16. Recipes for the Greatest Lie
17. Engineers of the Day
18. Flood
19. Red Ocean
20. Passage
21. Epiphany
22. The Sentence
23. The Coward’s Refuse
Nota: 7.0
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