Por: Danielle Feltrin
Ultimamente eu não tenho ouvido muito o gênero Power metal, estou mais na linha dos classicão, porém, me veio um CD deste estilo para fazer resenha e não hesitei em escrevê-lo. E confesso que este chamou minha atenção, e me fez resgatar o pouco que restava do meu gosto por esse estilo mais pesado, melódico, ousado e cheio de inovações.
Estou falando da banda MAGICIAN, brasileiríssima, com o álbum “Tales of the Magician”, gravado em Porto Alegre e mixado por Dirk Schlachter e Arne Lakenmacher, em Hamburgo na Alemanha. A banda existe desde 2000, e este último álbum foi lançado em meados de 2007, mas ainda é bastante repercutido pela mídia, com uma divulgação à tona e com lançamentos de clipe.
As feras que integram o grupo são Dan Rubin (vocais), Renato Osorio (guitarras), Cristiano Schmiff (guitarras), Elizandro Max (baixo) e Bocchi (bateria).
O CD começa com uma intro chamada “Let The Spell Begin”, com belos coros e guitarra pesada, mostrando desde já elementos progressivos. Em “Prime Evil”, segunda faixa, já mostra sua influência melódica, com solos pegajosos e um vocal bastante trabalhado. “Underworld Terror”, a faixa seguinte, traz seu riff característico, licks de guitarra e um refrão bem feito pelo vocalista, com vocais que grudam na cabeça.
Ao longo do álbum os solos de guitarra chamam muito a atenção. O uso de coros, refrões pegajosos e dueto de guitarras lembram muito bandas como Angra e Symphony X, que também mesclam bastante essa característica. Posso dizer que o MAGICIAN é uma mistura destas duas bandas; que usa vocais operísticos e os riffs de guitarra unindo-os com uma coesão admirável.
As músicas que se seguem, com esta mesma linha de avaliação são as “Sandstorm”, “Terminal Day”, “Dark Ritual (Hear Your Master)”, “Minstrel’s Domain” – esta música é a que tem um vídeo clipe, já disponível. A seguinte é a “Siege on Zelgian” (o trecho inicial desta música me lembrou muito o Angra, talvez pelas guitarras tocando ao mesmo tempo um solo, muito bom!), “Crossing the Last Gate” e por último a aparente balada “Let the Harmony Endure”, compara com as pesadíssimas músicas acima da lista.
O que percebi também de em comum entre as músicas é os timbres sombrios e celtas que aparecem em instrumentos clássicos durante as músicas, bastante interessantes. As músicas ficam com um ar mais pesado, misterioso, e eu gosto disso em músicas deste estilo, os corais ajudam muito a ir para esse lado “místico” de uma música.
Destaco o excelente trabalho de guitarras, com duelos e solos bastante convincentes, apoiados por uma cozinha coesa e impecável, dando todas as condições para que o vocalista Dan Rubin possa trabalhar muito bem, sem agudos desnecessários e com refrões empolgantes.
Recomendo para quem gosta de ouvir músicas do estilo, quem gosta de procurar por bandas novas e, principalmente, para quem apóia o metal brasileiro, que infelizmente no momento está precário (não que um dia o metal nacional estivesse no auge como as bandas européias), mas que isso nunca significou que o nosso metal é descartável ou inferior às demais. Parabéns à banda MAGICIAN, e tomara que um dia eles virem um “Angra” da vida, com muito sucesso pela frente, pois potencial e qualidade musical é o que não falta.
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