Um dos maiores ícones do rock mundial, o Faith No More chega ao Brasil em setembro para apresentação única em São Paulo, no dia 24, no Espaço das Américas. Dono de hits como “Epic” e “Falling to Pieces”, do disco The Real Thing (1989), e “Midlife Crisis” e “Easy”, do álbum Angel Dust(1992) – a última um celebrado cover do grupo americano Commodores – a banda também integra oline up do Rock in Rio.
Os shows pertencem à plataforma Samsung Galaxy S6 Live Music Rocks, em uma realização da Move Concerts, apresentado por Samsung Galaxy S6 e patrocinado por Sky e Budweiser. Informações sobre venda de ingressos serão divulgadas em breve.
Após trabalharem apenas com releituras durante 18 anos, os californianos se preparam para lançar um novo álbum de inéditas no próximo mês de maio. “Sol Invictus” é o sétimo trabalho de estúdio da banda e terá 10 faixas, entre elas as já conhecidas do público “Motherfucker” e “Superhero”, que poderão ser ouvidas na passagem da banda pelo Brasil. O Show em São Paulo contará ainda com sucessos mais antigos, como “Epic”, “Easy” e “Ashes to Ashes”, esta última do disco Album of the Year, o último lançado pela banda, em 1997.
O novo trabalho teve todas as faixas produzidas pelo baixista, Bill Gould, que está com a banda desde o início, em 1981. Além de Bill, a Faith No More é composto por Mike Bordin (bateria) e Roddy Bottum (teclados), também da formação original, Mike Patton (vocal), desde 1988, e Jon Hudson (guitarra), último a entrar na atual formação, em 1996.
É a sexta vez que o grupo se apresenta no país, tendo estreado em solos brasileiros em janeiro de 1991, no Rock in Rio, repetindo a dose no final do mesmo ano, com cinco shows no país. Em 1995, a banda voltou ao Brasil para se apresentar no festival Monsters of Rock. Em 2009 a turnê brasileira passou por por Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Em 2011, a banda chegou ao país para o encerramento do festival SWU.
Faith No More
O Faith No More surgiu em 1982, oriundo do Faith No Man, banda formada e liderada por Mike Morris. Roddy Bottum, Mike Bordin e Billy Gould, então integrantes do Faith No Man, não queriam mais trabalhar com Morris e formaram uma nova banda, chamando Jim Martin para a guitarra. Diversos músicos ocuparam a vaga de vocalista – Courtney Love, que foi expulsa depois de alguns shows (segundo ela, os integrantes queriam uma banda de machos), e Chuck Mosley, que participaria dos dois primeiros discos da banda: We Care a Lot, de 1985, e Introduce Yourself, de 1987.
Mosley foi demitido em 1988 e Mike Patton foi escolhido como substituto. Patton entrou pouco antes das gravações de The Real Thing, lançado em 1989, e em pouco tempo se tornou líder do grupo. O álbum é um divisor de águas na carreira do FNM. No fim do ano de 1990, The Real Thing recebeu um disco de platina. No ano seguinte a banda ganharia o Grammy de Melhor Performance de Metal.
“Epic” arrematou o nono lugar na Billboard e teve o clipe exibido à exaustão na MTV norte-americana. Com mais dois singles de sucesso, “Falling to Pieces” e “From Out Of Nowhere”, The Real Thingchegou ao 11º lugar na parada e vendeu um milhão de cópias no país. No Brasil, a MTV Brasil surgia em 1990 e o FNM foi uma das estrelas reveladas. A popularidade conquistada pela banda no país impressionou os próprios integrantes. Em 1991, eles tocaram para um Maracanã lotado durante o Rock In Rio, iniciando um verdadeiro culto à banda no país. O sucesso foi tão grande que eles retornaram no mesmo ano para uma mini-turnê nacional.
Em meio a grandes expectativas, Angel Dust foi lançado, em 1992, e apontava para outras direções. Musicalmente, a banda também mostrava evolução, incorporando elementos eletrônicos e teclados, proporcionando um clima cinematográfico a algumas canções. O álbum teve como singles “Midlife Crisis” e “A Small Victory”, que ficou muito popular na Europa. Apesar disso, o disco não teve a mesma repercussão de The Real Thing.
Nos demais países, o Faith No More continuava enorme. O terceiro single do álbum foi uma canção que não estava no disco: “Easy”, cover dos Commodores, que a banda vinha tocando ao vivo e que ganhou uma versão de estúdio. Angel Dust rendeu mais uma turnê mundial, onde eles promoveram concertos próprios, tocaram em festivais e abriram shows para Metallica e Guns N’ Roses. A popularidade do álbum na Europa e na Austrália rendeu um disco de ouro.
Em novembro de 1993, Jim Martin foi afastado da banda pela falta de entusiasmo. A dificuldade de encontrar alguém somada a cada vez maior necessidade de Patton de explorar outros projetos acabou por instituir uma grande desunião entre eles. Patton chegou a lançar um disco solo, composto apenas de efeitos vocais, e seu trabalho no Mr. Bungle vinha crescendo.
King for a Day… Fool for a Lifetime foi bem recebido pelo público, com guitarras gravadas por Trey Spruance, colega de Patton no Mr. Bungle e apostando em sonoridades mais cruas e menos elaboradas. O trabalho funcionou no quesito peso, mas Trey teve dificuldades de aplicar seu estilo “torto” no panorama “mais convencional” e o resultado foi pouco empolgante, com altos e baixos. Alegando dificuldades em se adaptar à banda, Trey recusou o convite para participar da próxima turnê e o Faith No More escalou o então roadie de teclados Dean Menta para fazer o trabalho ao vivo das guitarras.
O momento seguinte se notabilizou pela grande proporção alcançada pelos trabalhos paralelos de seus integrantes. Patton entrou de cabeça no avant-garde, lançou outro trabalho solo e elevou o status de adoração do Mr. Bungle com turnês expressivas. O baterista Mike Bordin tocou com Ozzy Osbourne e Roddy Bottum estreou sua banda Imperial Teen. Billy tornou-se o único integrante disposto a segurar a bandeira do quarteto em meio a rumores fortíssimos de uma inevitável dissolução. Partiu dele a iniciativa de convidar Jon Hudson, da banda System Collapse, para assumir as guitarras do disco a ser gravado.
O Faith No More gravou o que viria a ser o seu último trabalho até este ano: Album of the Year. O resultado final foi uma colcha de retalhos, canções pouco inspiradas e sem um fio condutor entre si. Com recepção fria, oposta aos anos dourados da banda, Album Of The Year foi praticamente ignorado pela mídia que estava mais focada no grunge.
Curiosamente, os últimos meses do Faith No More caracterizaram-se por uma grande reverência a suas apresentações ao vivo. Especialistas em palcos, os rapazes passaram a apresentar o que muitos defendem ser os melhores shows da carreira. O Faith No More vestia terno e gravata para destilar suas canções de maneira altamente empolgante. Mas os problemas tomaram proporções insuperáveis e foi através de um e-mail que Billy Gould, ao final de uma turnê europeia, anunciou o final de atividades.
Com suas responsabilidades aliviadas, os integrantes passaram a dedicar seu tempo a projetos paralelos. Além de seguir com suas participações com outros artistas inusitados, Patton enfileirou projetos de qualidade em pouquíssimo tempo. De forma madura e desencanada, o vocalista levou a sua maneira a tarefa de adotar os fãs que lamentaram o final do FNM.
A banda retomou as atividades em maio de 2009 e se apresentou nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte em novembro. No final de 2010, anunciaram definitivamente o fim da banda. Porém, em julho de 2011, o grupo confirmou presença na edição do festival SWU, em 14 de novembro, onde tocaram a inédita “Matador”. Após um período de incertezas, a banda divulgou uma enigmática, porém animadora mensagem, onde diziam que “a reunião havia sido ótima, porém é chegado o tempo de sermos mais criativos”. O suspense não durou muito: pouco tempo depois o quinteto revelou as datas de estreia do single de “Motherfucker” e do novo álbum, Sol Invictus, com lançamento previsto para maio de 2015. Em conjunto a esses anúncios, mais datas de shows foram sendo agendadas, onde o Faith No More irá executar as novas músicas do álbum vindouro. Juntamente com “Matador” e “Motherfucker” a canção “Superhero” (ou Leader of Men) foi lançada.
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