Por: Rodrigo Paulino
Um dos álbuns mais esperados do meio do metal, era este, todos queriam ver como seria o legado Karevik e saiu um álbum muito bem trabalhado, muito bem composto e cheio de fibra, no entanto, muitos que ouviram o álbum sentiram falta de algo (algo que ninguém conseguiu explicar exatamente o quê), posso dizer que peso é o que não falta, Karevik está com a voz mais madura, gritando um pouco mais, e o álbum conta com uma instrumentação digna de nota e cheia de corais, sem falar na dupla que faz participações especiais em três musicas do álbum cantando: Alissa White-Gluz (ArchEnemy – ex The Agonist) e Charlotte Wessels (Delain) e do especialista em gaitas do Nightwish, Troy Donokley.
As primeiras músicas são interessantes, são fortes, no entanto Citizen Zero te prende pela introdução e instrumentação junto do teclado acompanhando a bateria e a guitarra, nessa canção notamos Karevik com um vocal diferente do que ele usou, mais firme, mais consistente e um coral que acompanha ele no refrão, as guitarras estão muito presentes, como uma locomotiva em alguns momentos, um outro ponto alto desse álbum é o coral, em um determinado momento você imagina que a música vai acabar em coral, e o refrão explode aos seus ouvidos e sim, Karevik dá uns berros fantásticos.
Outra que me chamou demais a atenção foi Under Gray Skies, na boa, a introdução de Troy com o gaita e violão é linda demais, a musica é uma baladinha, acompanhada pela flauta, violão e violoncelo, a combinação da voz de Tommy com Charlotte foi um tiro e tanto, e a progressão para a música é fantástica! As vozes conversam entre si, até mesmo quando ela faz os backing vocals, o refrão conta com guitarras, mas discretas, que só são notadas de fato com o solo, o final dessa música arrepia, coral + Wessels + Karevik, alterações de quem lidera, o sotaque lindo da Charlotte, enfim, uma obra de arte.
Ecclesia é um instrumental, seguido por My Therapy que é seguida pela imponente End of Innocence, da qual então sai Beautiful Apocalypse, outro destaque do álbum que começa com elementos do oriente médio, e contém uma sinfonia muito interessante, ela tem peso, seja nos vocais ou na instrumentação, mas o refrão é muito gostoso de se ouvir, possui um excelente acabamento de back vocal, os versos parecem uma queda livre, enquanto o refrão parece um resgate dessa queda.
Em seguida vem uma das minhas favoritas: Liar, Liar (Wasteland Monarchy), ela começa tranquila, com ar soturno e cresce ao melhor estilo power Kamelot, baterias super rápidas, com um instrumental imponente e muito maneiro. Os vocais chegam a lembrar os de Khan, mas possui algo que apenas Karevik possui na voz, a ponte que liga ao refrão é algo surreal, com pianos, calma, até uns corais masculinos (comuns no Queen), e então a explosão do refrão, um dos melhores refrões do álbum, faz você querer banguear, então a musica ganha seu solo de guitarra e bateria, bateria explosiva, riffs fantásticos, e então chegamos a uma extensão que antecede os guturais de Alissa, com todo o peso, te deixa com gostinho de quero mais… só que AÍ SOMOS SURPREENDIDOS com Alissa cantando o refrão com vocais limpos! MANO DO CÉU, se você estiver lendo a matéria e chegou neste ponto, por favor, vá atrás da música, porque você fica com vontade de ouvir mais dela cantando dessa forma, cantando limpo no power metal, a musica após tudo isso termina tranquilamente.
Here’s to fall possui uma atmosfera tão melódica, que quando Tommy abre a boca para cantar, você se liga novamente à Khan mas o destaque vai para a faixa seguinte: Revolution, uma pegada diferente do álbum, baterias mais compassadas, firme, gritos, peso e Alissa gritando “REVOLUTION”, uma soprano soltando firulas como em Ghost Opera, a cada Revolution gritado por Alissa, conforme a musica ganha peso, ouve-se uma multidão, num momento Alissa domina a musica, com a multidão ao fundo gritando, é algo muito legal, uma experiência interessante para os ouvidos a musica perde todo o peso, e fica apenas na instrumentação e voz abafada de Tommy, em alguns momentos ele muda a escala vocal, e chega a arrepiar, para você ouvir um grotesco REVOLUTION, e voltar ao peso total… é uma musica muito forte, muito poderosa.
Chegamos em Haven, uma musica instrumental com jeito de “O álbum acabou” e realmente acaba com ela.
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