Bangers Open Air 2025: Três dias intensos de metal no Memorial da América Latina consolidam o festival como referência na cena

Texto: Thiago Tavares

Nos dias 2, 3 e 4 de maio, o Memorial da América Latina, em São Paulo, recebeu mais uma edição do Bangers Open Air, evento que se consolida como um verdadeiro refúgio para os fãs do metal em um cenário onde festivais genuinamente dedicados ao espírito pesado e autêntico do gênero são cada vez mais raros. Já em seu terceiro ano consecutivo – considerando as duas primeiras edições realizadas sob o nome Summer Breeze Brasil –, o festival novamente entregou uma programação rica e diversificada, com uma curadoria musical que abarcou diferentes vertentes do metal, agradando tanto os headbangers mais tradicionais quanto os públicos que apreciam sonoridades mais modernas ou experimentais.

A organização do evento mostrou mais uma vez seu comprometimento em garantir não apenas um lineup de peso, mas também uma experiência confortável e segura para o público presente. A infraestrutura montada no Memorial da América Latina impressionou pela funcionalidade e atenção aos detalhes. Os quatro palcos foram dispostos de maneira estratégica para facilitar a circulação e evitar superposições que prejudicassem a apreciação dos shows, e as áreas de alimentação apresentaram uma variedade satisfatória de opções, contemplando diferentes gostos e restrições alimentares, sempre com preços acessíveis e serviço ágil.

Outro ponto que merece destaque é a limpeza e a manutenção do local durante todo o evento. Equipes de higienização atuaram com rapidez entre as apresentações, mantendo os banheiros limpos e as áreas comuns em ordem, algo fundamental para o conforto em eventos de grande porte. O ambiente seguro e controlado, com presença constante de seguranças, contribuiu para que o festival tivesse um clima tranquilo e familiar, reforçando o caráter de encontro coletivo que vai além da música.

@diegopadilha – MHermes arts

A sinalização do espaço também foi um aspecto elogiável, com placas claras e bem distribuídas, orientando o público em meio à movimentação intensa, especialmente nos horários de pico. Para facilitar ainda mais o deslocamento dos participantes, as entradas e saídas de emergência foram disponibilizadas com atenção especial, possibilitando que quem não quisesse usar a passarela pudesse atravessar rapidamente para os diferentes setores do evento.

Por outro lado, um aspecto que merece reflexão é a qualidade do som durante algumas apresentações. Em várias ocasiões, percebeu-se um volume excessivo dos graves, principalmente no bumbo da bateria, que gerou desconforto físico em boa parte do público. A pressão sonora intensa provocava uma sensação quase incômoda, afetando tanto a audição quanto o corpo – especialmente o peito – gerando um impacto tão forte que chegava a ser comparado a uma vibração de britadeira. Mesmo com o uso de protetores auriculares, a experiência sonora ficou prejudicada, levando muitos a cobrirem os ouvidos com as mãos para amenizar o impacto. Essa questão, embora relevante, parece de fácil solução e, certamente, será aprimorada nas próximas edições, visto o cuidado geral e a qualidade já demonstrada em outros aspectos do festival.

Outro diferencial que merece ser ressaltado foi a oferta contínua e gratuita de água potável, distribuída em pontos estratégicos, o que é um gesto importante para garantir a hidratação do público em um evento ao ar livre e de longa duração, especialmente em dias de clima quente. As lojas espalhadas pelo local também agradaram aos frequentadores, disponibilizando uma seleção diversificada de merchandising oficial e artigos ligados à moda alternativa, atendendo tanto os colecionadores quanto aqueles que buscavam novidades ou itens diferenciados para compor o visual.

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O clima de confraternização e união entre os fãs de metal que vieram de várias regiões ficou evidente a cada instante. A atmosfera acolhedora e a empatia entre as pessoas presentes reforçaram que o Bangers Open Air não é apenas mais um festival de música, mas sim uma verdadeira celebração da cultura metálica, um espaço onde tribos, amigos e profissionais do metal se encontram para compartilhar uma paixão em comum, fortalecendo vínculos e criando memórias que transcendem os três dias do evento.

Atrações que marcaram o Bangers Open Air 2025

Ao longo dos três dias do festival, o público foi brindado com uma seleção de bandas que reafirmaram a diversidade e a força do metal nacional e internacional. Cada apresentação trouxe uma energia única, refletindo o compromisso do Bangers Open Air em proporcionar uma experiência musical rica e memorável.

Na abertura do evento, as bandas de abertura desempenharam papel fundamental para criar o clima ideal para o que estava por vir. Com muita garra, elas aqueceram o público e mostraram que a nova geração do metal brasileiro está longe de decepcionar, trazendo sonoridades agressivas e técnicas apuradas. A vibração da plateia já estava alta e foi crescendo progressivamente, criando um ambiente contagiante que preparou o terreno para os headliners.

Entre as principais atrações, destacaram-se nomes que há muito tempo são pilares do metal mundial, como W.A.S.P., Powerwolf e Kerry King. O W.A.S.P. entregou um show carregado de energia e clássicos que fizeram a galera cantar junto do início ao fim, reafirmando seu legado e a capacidade de manter a relevância após décadas de carreira. O vocalista Ian Astbury e sua banda imprimiram uma performance visceral, conectando-se intensamente com a plateia e mantendo o clima de celebração da cultura metálica.

Powerwolf trouxe seu habitual espetáculo teatral, com performances que misturaram elementos de power metal e uma produção visual impressionante. O vocalista, carismático e imponente, comandou o palco com maestria, envolvendo o público em uma atmosfera que mesclava o épico e o místico. A resposta dos fãs foi imediata, com mosh pits e cânticos que ecoaram pelo Memorial da América Latina.

Já Kerry King, lendário guitarrista do Slayer, subiu ao palco com uma aura de respeito absoluto. Sua presença solene, combinada com riffs pesados e intensos, elevou o nível do festival a um patamar de autenticidade incomparável. A performance de King foi uma verdadeira aula de metal, repleta de técnica, agressividade e paixão, cativando fãs antigos e novos.

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Além desses gigantes, o festival trouxe um amplo espectro de estilos e abordagens dentro do metal, incluindo bandas que exploram sonoridades mais extremas, do thrash ao death metal, passando pelo black metal e outras vertentes. Essa diversidade musical contribuiu para que o Bangers Open Air se destacasse como um festival plural, que não se prende a um único nicho, mas celebra a totalidade da cultura metálica.

O público, por sua vez, mostrou-se receptivo e participativo em todas as apresentações. Foi possível perceber a troca constante de energia entre artistas e fãs, reforçando o senso de comunidade e pertencimento que permeia todo o festival. A interação durante os shows, os momentos de descontração e os encontros nos bastidores compuseram um mosaico de experiências que fizeram do Bangers Open Air 2025 um evento memorável para todos os envolvidos.

Por fim, o Bangers Open Air 2025 deixou um gostinho de “quero mais” no ar, alimentando a ansiedade e as expectativas para a edição de 2026. Com o sucesso desta edição, a certeza é que o festival continuará crescendo e se consolidando como um ponto obrigatório para qualquer fã de metal, oferecendo não só grandes nomes da cena mundial, mas também uma experiência cultural e musical completa. A contagem regressiva para o próximo encontro já começou, e a comunidade metalhead está mais unida do que nunca para celebrar o metal em sua forma mais pura e vibrante.

Em nome do Ponto Zero, agradecemos a Taga Comunicação Estratégica pela oportunidade em realizarmos a cobertura.

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