RESENHA: ORPHANED LAND – ALL IS ONE

Por: Rodrigo Paulino

O metal é um gênero único, suas vertentes são tão amplas que algumas vezes você pode se pegar a pensar: “Bah! Onde que eu andei esses tempos que nunca tinha ouvido isso?” Isso me ocorreu no último dia do ano de 2014. Bateu aquela curiosidade para saber quem era Orphaned Land… Ví um daqueles ups que fazem com o álbum inteiro no YouTube e simplesmente me apaixonei pela banda.

Eles são israelenses, desde 1991 estão na ativa, apesar de um hiatos de 6 anos, voltaram em 2004 . O álbum que vou resenhar agora, é particularmente o meu favorito, pela sonoridade e pelas letras. A capa fala por sí.

O álbum inicia com o melhor das palmas e aquele clima israelense, mas ai você s esupreende com as guitarras e um coral maravilhoso, dando entrada ao vocalista, que possuí uma voz bem característica de habitantes do meio oriente, All Is One abre o álbum de maneira épica e, apesar do clipe ser cheio de pequenos detalhes grossos, é muito bonito. Os arranjos árabes não soam artificiais, são muito bem trabalhados e bem posicionados, o elemento folk é muito marcante, com aquelas firulas vocais e tudo mais, após um tradicional instrumental, a guitarra explode num solo feroz, com riffs e voltamos ao início da musica com aquele mesmo coral poderoso, carregado de vozes, chega a arrepiar. The Simple Man carregam uma impressão mais oriental do que sua antecessora, é mais leve, porém guitarra e bateria se fazem muito presentes, o vocal é mais ambiental, porém no refrão é muito gostoso, é uma viagem de tapete voador. Brother vem a ser uma balada acompanhada por um piano, vem lembrando mais as bandas ocidentais, o álbum como um todo trata bem das políticas e das diferenças infundadas por meio da religião, visto eles virem de um país dividido e sentido religioso, eles tratam os conflitos que eles vivem diariamente: judaísmo, cristianismo e muçulmanos se ferem em combates, tanto que a capa do álbum retrata os 3 símbolos religiosos em um único desenho.

Outra canção que merece destaque é Fail, ela trás consigo o peso que pode ser conferido nos álbuns anteriores, é uma canção bem agressiva, por sí mesma ela assusta com a fala no início. Guitarras pesadas e a bateria bem rítmica, garantem o peso. É uma música bem progressiva, o refrão dela é lindo demais, em meio a tanta violência, abre-se caminho para uma melodia de vozes tão tranquilas, que chega a destonar daquilo que você como ouvinte espera.

Existem faixas cantadas em hebraico, como Through Fire And Water, o que eu acho que seja algo muito positivo, tendo visto que o idioma materno é algo mais fácil de se expressar, a emoção é impressa na música e sentida de forma mais direta. Ya Benaye já tem mais peso o que a torna meio que indispensável numa ouvida rápida pelo álbum.

O álbum como um todo, é um daqueles que você ouve sem pular uma faixa sequer, ele é surpreendente, os convidados enriquecem mais ainda o álbum com suas vozes e cordas, é uma experiência diferente, vinda de um país que sabemos pouco com relação à sua cultura e sua relação com o metal ser um tanto que desconhecida. Espero que curtam.

Orphaned Land é:
• Kobi Farhi – vocais
• Yossi Sa’aron (Sassi) – guitarra, violão e instrumentos orientais
• Uri Zelcha – baixo
• Chen Balbus – guitarra
• Matan Shmuely – bateria

Tracklist de All Is One:
01. All Is One
02. The Simple Man
03. Brother
04. Let The Truce Be Known
05. Through Fire And Water
06. Fail
07. Freedom
08. Shama’im
09. Ya Benaye
10. Our Own Messiah
11. Children

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