AUDIÇÃO OFICIAL DE “ØMNI” REUNE IMPRENSA NO CAFÉ PIU PIU EM SÃO PAULO.

Por Thiago Tavares

No último dia 10 de fevereiro, a banda Angra realizou no Café Piu Piu, tradicionalíssima casa na Bela Vista a audição oficial do nono disco intitulado ØMNI, onde a imprensa (ou parte que não ouviu o álbum vazado) estava ansiosa para ouvir faixa por faixa do disco que já se cogitava como um álbum novo, totalmente diferente daquilo que já foi gravado anteriormente. Nesta matéria, irei expor os principais pontos da audição, assim como a versão dos integrantes acerca da elaboração do disco.

Sob a execução de Black Widow’s Web, Felipe Andreolli falou sobre o processo de composição e gravação da mesma, onde ele diz que a ideia de composição da música surgiu durante o 7000 Tons of Metal em janeiro de 2016, festival esse que a banda participou e que conheceu a líder da banda Arch Enemy, Alissa White-Gluz, e que a banda se impressionou com o modo de cantar. “Ficamos embasbacados com a qualidade e com a presença que tem a Alicia, onde é uma artista completa em todos os sentidos, cantando na performance e ela faz todos os tipos de voz e a gente ficou bem impressionado” Mais adiante, ele mencionou a participação da cantora Sandy nesta faixa, onde o nome da mesma apareceu em uma reunião feita com o Felipe, o empresário Paulo Baron e o guitarrista Rafael Bittencourt “Meu cérebro deu 5 segundos de TILT para processar a informação” e a galera da imprensa caiu na risada. Mais adiante, Felipe comentou que a voz da Sandy encaixou perfeitamente na proposta musical, e na qual ele considera uma das melhores músicas do álbum.

Depois da execução de Insânia, o baterista Bruno Valverde, comentou sobre a música onde ressaltou a inclusão de elementos do Groove: “Além de ela ser empolgante ela uma coisa mais “groovada” que é um pouco diferente“. Valverde anunciou também que haverá a divulgação do clip da música em breve, clipe este que foi gravado em dois sets: em um apartamento e outro no Café Piu Piu.

Em “The Botton of My Soul”, o membro fundador do Angra, Rafael Bittencourt resumiu de uma forma bem-humorada como ele “emerge” no processo de produção desta e das demais músicas: “Quando eu entro no processo criativo, eu realmente me mergulho, eu fico muito sensível, fragilizado, confuso porque realmente eu entro em um estado quase esquizofrênico, de cagação de idéias“. Adiante o guitarrista mencionou que a música em questão se trata de um desabafo pois perante o processo de criação das músicas, muitas coisas aconteceram, o que deixaram ele desgastado como a pressão de se fazer algo novo e também de fazer um novo álbum sem a presença de Kiko Loureiro, onde exaltou o trabalho de Marcelo Barbosa: “Eu tinha total confiança no Marcelo, mas a pressão que vinha de fora, as vezes até atrapalha, enche o saco e agora as pessoas podem ver porque estávamos tão confiantes no Marcelo“. Ao final de sua fala, ele define o conceito da música: “Seria o fundo do poço da minha alma de onde eu pude olhar para cima e falar “Agora é hora de reconstruir”“.

Perante a execução de War Horns, o guitarrista Marcelo Barbosa mencionou que a sexta faixa do novo álbum não entraria neste disco e que houve um certo trabalho para finalizar esta música onde o meio da mesma estava pronto, entretanto, havia um certo buraco que seriam o início e o final da música onde tentaram diversos riffs e combinações, sem sucesso e a partir daí ficou como lição de casa para ele e ao Rafael para encerrarem o trabalho. Depois de várias notas de mi menor e dó maior, puxado para lado mais gótico, estavam próximos de chegar na marcação perfeita para a música, chegando assim ao resultado final apresentado.

Na execução de Caverman, o vocalista Fábio Lione, mencionou sobre a necessidade de se colocar elementos nacionais em meio as músicas e assim reforçar a personalidade musical da banda e assim ganhar mais reconhecimento dos fãs do exterior, por mais que se coloque alguns trechos em português, onde a música ganha-se mais valor. Citou como exemplo o Rammstein onde grande parte de suas músicas são cantadas em alemão, mas não foi considerada uma barreira para alcançar o sucesso que se tem hoje. Exaltou também o trabalho realizado nas guitarras e da bateria nesta música.

Em Magic Mirror, Bittencourt mencionou que foi a música mais difícil a ser escrita, onde ele quis mencionar que a letra em questão quer tratar de como as pessoas podem tirar de bom (ou benefícios) as coisas ruins que falam de você e a questão de encontrar o perdão. Disse mais adiante sobre as questões filosóficas que estão inclusas nesta faixa, associado também com alguma espécie de mágoas do passado que foram elementos que também estão inclusas na música.

Na nona música do disco Always More, Rafael fala sobre a mesma, onde menciona que já tinha sido escrita desde a época de Secret Garden, último álbum da banda que se trata da conclusão do álbum Omini “A conclusão desse álbum é que o controle do destino, o controle de nossas vidas está sempre aquém do nosso ego, está sempre aquém de nossa percepção, está sempre aquém dos nossos planos, nossas expectativas“.

Ao final da audição, o manager da banda Paulo Baron mencionou a importância de valorizarmos as bandas brasileiras, e alfinetou aqueles que criticam a banda: “Eu queria saber quantas pessoas conseguem fazer o que esses caras fazem“.

Em tempo, em divulgação a todos os presentes foi executado o clip de War Horns, no qual será liberado para o público em breve. Além desse clip, mais dois foram gravados, também sem previsão para divulgação. Rafael comentou que a banda irá trabalhar com praticamente com todas as músicas com materiais áudio visuais para a divulgação do novo álbum.

Em nome do Ponto ZerØ, agradecemos a Damaris Hoffman que gentilmente forneceu as credenciais para a cobertura do evento.

Confira nossa resenha de “ØMNI”

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