Texto: Edu Carvalho
Fotos: Daniel Ometo
04 de maio de 2018, estreia do Angra em terras tupiniquins na tour do seu mais novo álbum ØMNI.
O local escolhido foi o SESC Belenzinho, dentro da sua comedoria. O verdadeiro estilo Angra, local bem família, acolhedor e cheio.
Após os anúncios do SESC, somos agraciados com Bruno Valverde posicionando-se atrás da bateria. Na sequência Rafael Bittencourt (guitarra e líder da banda), Felipe Andreolli (baixo), Marcelo Barbosa (guitarra e mais novo integrante do Angra) e Fabio Lione (vocalista) adentram o palco e já emendam o eterno clássico Nothing To Say, petardo do “Holy Land”. Nem começou e a noite já estava ganha. Uma execução sensacional, Lione evoluiu muito como vocalista do Angra, dominou a música como se fosse da sua fase da banda. A troca de energia entre público e banda era visível. Clássico absoluto. Escolha perfeita para abertura de show!
Na sequência somos agraciados com a primeira de muitas músicas do novo trabalho “ØMNI”, Travelers Of Time. Com seu refrão grudento, já parecia uma velha conhecida do público, que cantava a plenos pulmões. Com certeza ficará por muitas turnês nos setlists da banda.
Após uma música da fase Andre Matos, uma da fase Lione, somos apresentados a fase Edu Falaschi com Angels and Demons (Temple Of Shadows), faixa esta que dispensa comentários. Agita o público 100% do tempo, com destaque para Bruno Valverde, com uma execução ímpar da música.
Emendam Newborn Me (Secret Garden) e na sequência temos outra novidade Light Of Transcendence. As novas músicas funcionam muito bem ao vivo, e além do entrosamento da banda, que aparenta estar em perfeita harmonia no palco durante todo o tempo, temos uma impressionante resposta do público, pulando, cantando, punhos em riste, uma grande aceitação pelas novas faixas introduzidas.
Uma dobradinha contagiante nos é apresentada com Acid Rain (Rebirth) e Final Light (Secret Garden). Após, temos a faixa do mais novo clipe da banda, sim Insania também nos foi apresentada. O seu estilo cadenciado, funcionou muito bem ao vivo, não deixou a peteca cair em momento algum. Outra novidade com potencial de sobreviver a muitas turnês.
Outro “clássico” que nunca falta em nenhum show do Angra finalmente deu as caras, o Drum Solo. Bruno Valverde mostrou toda sua técnica, com um solo contagiante, brincando com o público e ao mesmo tempo demonstrando muita técnica. Ele foi de longe uma escolha extremamente acertada da banda. O “menino” é muito bom.
Após, temos outro momento solo, desta vez do líder do Angra, Rafael Bittencourt. Posicionado no centro do palco somos apresentados a parte acústica do show. Somos agraciados com a belíssima Lullaby For Lucifer (Holy Land). Emocionante do começo ao fim. Música curta e potente. Os fãs “old school” agradecem com certeza por este momento. Na sequência, de acordo com o setlist teríamos Gentle Change, porém, após pedidos do público Rafael a trocou por outra belíssima canção da fase Andre, Reaching Horizons (Freedom Call). Duas grandes surpresas cantadas em uníssono por todos presentes no SESC Belenzinho. Emoção define o sentimento após a dobradinha acústica.
War Horns, faixa que em estúdio contou com a participação de Kiko Loureiro vem na sequência. Senti o público meio parado nesta, talvez se tivessem invertido a ordem e posto Lisbon (Fireworks) após o acústico e ela na sequência, a aceitação e agitação tivessem sido maiores, porque sim, Lisbon não permite que uma única alma fique parada. Difícil imaginar um show do Angra sem ela. Magic Mirror, outra novidade encerra a primeira parte do show.
O Bis começa com Rebirth, do álbum de mesmo nome. Sou suspeito para falar sobre esta música, a minha favorita do Angra, mas posso dizer que Lione consegue transmitir todo o sentimento desta belíssima canção. A noite já poderia ter encerrado ai mesmo, com chave de ouro, mas a banda ainda nos agraciaria com mais uma dobradinha: Carry On/ Nova Era. Aqui temos um problema, Lione melhorou a sua performance em Carry On, porém, fica nítido que ela só é mantida no setlist para evitar reclamações de alguns fãs. Nitidamente ela poderia ser trocada por algo mais confortável para o poderoso vocal do italiano, e que fosse tão clássico quanto. Na sequência Nova Era encerra de forma perfeita uma noite extasiante.
O novo disco ØMNI é potente, a banda é habilidosa e entrosada, porém, o setlist é muito curto. O Angra poderia aumentar o set, poderia alterar algumas músicas tocadas que se arrastam desde que foram lançadas. Assim como hoje temos uma nova formação, poderíamos ter uma nova leva de músicas nos setlists. Seria tão ousado quanto é o novo trabalho de estúdio, tão ousado como o Angra sempre foi.
Showzaço que merece ser assistido por qualquer amante do Metal.
- Nothing To Say
- Travelers Of Time
- Angels And Demons
- Newborn Me
- Light Of Transcendence
- Acid Rain
- Final Light
- Insania
- Drum Solo
- Lullaby For Lucifer
- Reaching Horizons
- War Horns
- Lisbon
- Magic Mirror
- Rebirth
- Carry On/ Nova Era
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