Por: Thiago Tavares
Em nosso meio musical, sempre é interessante conhecer novas tenências, novos estilos musicais, até mesmo novos trabalhos que vem surgindo de forma bem mais rápida com o advento das mídias sociais.
Nosso país é um belo exemplo de novos talentos que vem surgindo nas muitas esferas musicais, principalmente no rock, que vem se reinventando, vem sendo mais criativo, mais inspirador em composições, em letras, em arranjos. E uma nova safra de músicos chega para conquistar seu espaço e não brincar em serviço.
Um exemplo dessa nova safra irei dissertar nas próximas linhas acerca do EP de um maranhense que recentemente lançou em suas plataformas digitais seu primeiro trabalho com uma proposta de rock progressivo bem limpo, cadenciado e com arranjos bem interessantes. O nome da fera? Lucas Ray, guitarrista, cantor e compositor que lançou um trabalho com seis faixas intitulado Sphinx – esfinge em Português – figura essa em destaque na capa do EP no qual a arte é bastante original e que chama a atenção, onde nem de longe dá pistas do que o ouvinte irá escutar.
Lucas resolveu se aventurar no ramo da música de forma profissional uma vez que já vem carregando uma base instrumental desde os quatorze anos, onde já tocava e que foi aprimorando ao longo do ano, inclusive em épocas difíceis de faculdade, em que tinha que conciliar os estudos com a paixão pela guitarra.
O EP é um conjunto de músicas que retratam o início da vida de artista e a transição para um caminho novo e desconhecido, palavras essas do Lucas, onde neste trabalho reuniu um time de ponta para ajudar nessa empreitada. O trabalho tem a participação dos músicos Alexandre Panta (baixo), Bruno Valverde (bateria, Angra) e Neemias Teixeira (teclados).
Mas o que podemos dizer do EP em questão? Vamos ao meu ponto de vista faixa a faixa, sem mais delongas.
Reveries – A faixa instrumental que abre o EP trata-se de um retrata em diversas linhas cenas de várias cidades que o compositor cresceu. Ao mesmo tempo, mostra sua versatilidade e técnica com a guitarra. A faixa tem seus momentos de calmaria e também seus picos mais destacados. A música em si é para que a guitarra tenha seu predomínio, proposta essa muito bem elaborada.
Run, Rabbit Run – A segunda faixa tem altos e baixos com relação aos arranjos, colocados de forma bastante cadenciada. Nela, o compositor adiciona um tempero de Brasil ao colocar elementos do samba como a cuíca, por exemplo. A faixa psicodélica fala das mentiras e contradições da vida cotidiana. Ótima faixa, não é tão pesada e a proposta é muito boa.
Xibalba – O início da faixa lembrou demais os solos de guitarra de um dos maiores guitarristas da América Latina: o mexicano Carlos Santana, que aparamente deve ser uma das influencias do Lucas na composição das músicas. A música retrata um lugar, descrito na mitologia maia denominado Xibalba, lugar esse subterrâneo governado por espíritos de doenças e morte. O conjunto da obra ficou bacana, com um canto sereno e cadenciado, bem coerente com o arranjo proposto.
Iceland – Também em um estilo mais calmo, sem agressividades, Iceland retrata a visita de Lucas a Islândia em 2014, no qual exalta diversas características do local. Os arranjos ajudam a imaginar como é aquele país para o ouvinte que nunca foi, onde convenhamos, não combinaria com um arranjo mais pesado ou técnico.
Sphinx – A faixa-título do EP conta a história da esfinge e sobre o enigama de autoconhecimento, onde diversos questionamento são realizados: “Now the sphinx questions you/ Who you are?/ What are you?”. A música vem com bastante transições para o lado psicodélico, arranjos que lembram rap. Fora isso vem com aquela agressividade do rock progressivo que não pode faltar.
É um EP de estreia que com certeza tem um ótimo caminho a trilhar, onde perante o que ouvi, fará muito sucesso, ainda mais na ramificação do rock alternativo e progressivo, que ultimamente vem ganhando mais espaço e fãs pelo país afora.
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