Ainda no processo da divulgação mensal das faixas presentes em seu mais novo lançamento, o EP ‘(Re)conheça a Ti Mesmo’, onde as canções lançadas no ano de 2012 estão sendo revisitadas, a banda carioca Maieuttica resolveu ir além e colocar uma faixa bônus que não estava presente no EP original e, para isso, fazendo algo nunca antes feito em sua discografia, uma versão para uma música de outro artista, sendo ‘Ideologia’ do lendário Cazuza, a escolhida.
Sobre o processo de escolha da música a receber uma versão, o vocalista Frank Lima diz que: ‘(a) “Ideologia” foi escolhida por meio de votação dos integrantes (risos).
Basicamente, para esse EP (e o cover bônus), quisemos focar na temática de “nostalgia” para a divulgação, em razão de nossa comemoração aos 10 anos desse EP que foi nosso “start” na cena lá em 2012.
Para rechear esse “bolo” de nossa comemoração, precisávamos de um clássico, então, entre outras selecionadas optamos por “Ideologia”, justamente por ser bem popular mesmo fora do rock, e a mensagem dela ainda é (infelizmente) muito atual, principalmente nesses tempos em que vivemos toda essa polarização pregada aos ventos onde a população é feita de massa de manobra para o interesse de poucos.
Nessa releitura, fizemos questão de manter “a cara da música” original, mesmo com todo o peso extra que trouxemos, pois na original, mesmo com o tema pesado, a voz e o instrumental não transpassam essa tensão, e foi justamente isso que quisemos trazer com esse tributo, além de reavivar essa mensagem crítica para a galera que curte um som mais pesado vir a refletir conosco do porquê ainda se faz necessário em 2022 bradarmos sobre isso”.
Frank finaliza seus pensamentos com a indagação de que: ‘Se estivesse vivo, será que o Cazuza teria odiado ou amado essa homenagem a arte que outrora produziu?’
‘Ideologia’, assim como as músicas do EP ‘(Re)conheça a Ti Mesmo’, foi gravada em 2021 com produção de Chris Wiesen, Felipe Stress e Diego Pirozzi, (esse último) um dos produtores da versão original do EP ‘Conheça a Ti Mesmo’ em 2012.
‘Ideologia’ ganhou um videoclipe, que pode ser conferido no link abaixo:
“Exagerado 3.0” celebra o primeiro single da carreira solo de Cazuza, em uma produção musical de Liminha e programações de Kassin
Com a voz original do cantor, o projeto tem também a participação de João Barone e Dado Villa Lobos.
Em 1985, com o objetivo de ter maior liberdade para compor e se expressar, o cantor e compositor Cazuza, um dos maiores nomes da historia do rock nacional, deixou o Barão Vermelho e se lançou em carreira solo. Em novembro daquele ano, chegaria às lojas o álbum homônimo Exagerado. Seu primeiro single, a canção que deu título ao disco, composta por Cazuza, Leoni e Ezequiel Neves, tornou-se, não só um dos maiores sucessos da carreira do cantor, mas também sua marca registrada, sinônimo de um artista que se definia um “exagerado”, tanto em sua vida, quanto em sua arte.
Uma realização da Musickeria CORP, a produção reúne um time de peso, com artistas que são parte da história do rock brasileiro e foram influenciados pela obra de Cazuza em suas trajetórias. Marco de uma geração e ainda tão atual quanto na época de seu lançamento, “Exagerado 3.0” terá os seus 30 anos de história celebrados por uma nova versão, um “re-colour” que promete trazer de volta às paradas um dos mais emblemáticos hinos do rock and roll nacional.
Luiz Calainho, sócio diretor da Musickeria CORP, diz “para nós é uma honra desenvolver essa ação com uma canção que marcou toda uma geração e de um dos maiores ícones da nossa música. Com essa edição “re-colour” abre-se uma nova oportunidade para todas as gerações voltarem a ouvir e se emocionar com esse grande sucesso!”
O processo de “re-colour” consiste em colocar uma nova roupagem na música, com trilhas e elementos instrumentais inéditos, para imprimir estética e “cores” mais contemporâneas, mantendo a voz de Cazuza e a essência original da canção.
“Exagerado 3.0” tem produção musical, baixo e violões de Liminha, bateria e pandeirola a cargo de João Barone (Paralamas do Sucesso), guitarras por Dado Villa Lobos (Legião Urbana), teclado e programações por Kassin e mixagem de Liminha e Daniel Alcoforado, mantendo a voz original de Cazuza.
Durante o processo de produção em estúdio, iniciado com a audição do fonograma original em trilhas abertas, cedido pela Som Livre, foram reveladas algumas curiosidades, como uma risada final de Cazuza, que havia sido cortada na versão original, mas que acabou sendo aproveitada na íntegra em Exagerado 3.0.
“Quando chegou a voz do Cazuza, limpa, sem nenhum instrumento, eu senti uma emoção”, declara Liminha. “Como ele canta bem, como ele interpreta, como a versão é incrível”, completa Dado Villa Lobos. “Quando a gente ouve a voz solada de Cazuza, sente um arrepio”, garante Barone.
Relançar “Exagerado” com uma estética e linguagem sintonizadas com a juventude atual foi, segundo os artistas, uma grande responsabilidade, mas também muito emocionante. “O que a gente fez com essa versão foi trazer para 2015”, afirma Liminha. “A gente quis fazer uma estrutura meio enxuta, uma banda de rock mesmo, que possa até reproduzir isso ao vivo com muita fidelidade. Quem ouvir essa música no rádio vai sentir que é uma coisa nova”, garante ele, que promete surpresas. Programador musical, Kassin lembra: “viajei nesse negócio da música ter esses destinos na maternidade, esse negócio de exagero, fiquei imaginando a coisa do musical, que entra um coro, sinos, harpa. Está tudo lá”.
Baterista da banda Paralamas do Sucesso, que várias vezes dividiu o palco com Cazuza e o Barão Vermelho, João Barone afirma que “Exagerado“ é uma das músicas que mais sintetiza o Cazuza. Quando a gente começou, o Barão já tinha saído com um disco, já estava em outro patamar. A gente vinha em direções muito diferentes, mas a gente conhecia muito bem as virtudes do Barão, do Cazuza, e teve um convívio muito intenso e muito curto. Eu achei muito legal a ideia de pegar esses caras todos e fazer essa homenagem. Esse relançamento é uma grande homenagem”.
Guitarrista do Legião Urbana, Dado Villa Lobos relembra a primeira vez que viu Cazuza e o Barão se apresentando, no Autódromo, em Brasília, no começo dos anos 80. “Foi ali, naquele momento, que eu me dei conta do que estava acontecendo no país, no Rio de Janeiro, na música nacional. Por isso, regravar essa música, com novos arranjos, mas mantendo a voz do Cazuza, é algo instigante.”
“Exagerado 3.0” já está em todas as rádios do país. Parte dos direitos obtidos com a venda digital da nova versão da música será doada à Sociedade Viva Cazuza, que completa 25 anos em 2015 e foi criada por Lucinha Araújo, mãe do cantor e compositor, para dar assistência a crianças e adolescentes portadores do vírus HIV, assistência social a pacientes adultos em tratamento na rede pública na cidade do Rio de Janeiro e difundir informações científicas sobre a doença para profissionais de saúde e leigos.
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