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PONTO ZERØ homenageia as mulheres do rock!

Por: Rodrigo Paulino

Conhecida como a “Rainha do Rock’n’Roll”, Janis Joplin foi um ícone dos anos 60 e uma referência para o Blues e o Soul da geração. Nascida no Texas, Janis era considerada a rebelde de sua geração, ao se mudar para San Francisco, participou da banda Big Brother & The Holding Company, lançando um álbum auto intitulado, em 1968 lançou Cheap Thrills, em 1969 o I Got Dem Ol’Kozmic Blues Again Mama! e, após sua morte por overdose em heroína, veio o Pearl, em 1971. A voz rouca da cantora e o estilo foi de inspiração para muitas outras jovens na época e ainda encanta muitas gerações.

https://www.youtube.com/watch?v=GoLn5hmZevs

Na década de 70, outra banda bem conhecida, foram as meninas do The Runways, apenas meninas na banda. Joan Jett teve a ideia inicial de criar a banda, comentou a ideia com a seu amigo Kim Fowley, que logo apresentou a baterista Sandy West, chamaram a baixista Micki Steele e a compositora Kari Krome. Em 75, estava formada a banda de garotas. Em 76 entrou a guitarrista Lita Ford e a cantora principal Cherrie Currie, lançando assim o primeiro álbum The Runaways e em 77 lançaram o Queens of Noise e infelizmente, em 78, depois de desacordos com empresário, gravadora e alguns desfalques na banda, elas gravaram um último álbum chamado “And Now… The Runaways”. A mensagem principal da banda sempre foi a de que mulheres podem fazer rock. Em 2010 rolou um filme sobre a banda.

https://www.youtube.com/watch?v=GvmIwhXe6rE

No anos 80, com a ascensão do heavy metal, uma banda possuía uma vocalista de voz rouca, aliás, vamos combinar que anos 80 uma série de cantoras de vozes potentes, como Bonie Tyler e Kim Carnes tinha como marco a voz rouca e forte. No entanto, vamos falar da belíssima Doro Pesch, vocalista da banda Warlock. Com o tempo, Warlock acabou e Doro permaneceu como a única membro original da banda, lançando assim sua própria banda, Doro Pesch. Fez inúmeras apresentações especiais com outras bandas como Hole Moses, cantou com UDO, Jorn Lande, apresentou um cover do Abba com Dirk Bach, gravou um dueto com o Twisted Sister no álbum A Twisted Christmas, aparece em Who I Am com Floor Jansen e atualmente cantou junto com Rafael Bittencourt no álbum Secret Garden, do Angra.

https://www.youtube.com/watch?v=GHT1sreYIho

Com a chegada dos anos 90, várias mulheres foram liderando bandas, sendo vocalistas e até mesmo formando suas próprias bandas, Nightwish, que apesar da explosão “Once” ter ocorrido apenas nos meados d 2005, existe desde o fim dos anos 90 com a vocalista Tarja Turunen e sua inconfundível voz, e apesar da demissão dela, seguiu em frente com Anette Olzon que fez participação com diversas bandas enquanto estava assumindo os vocais da banda e atualmente tem um projeto solo e sua sucessora, Floor Jansen que já participou de projetos como o Ayreon, era quem comandava o After Forever e ainda comanda o ReVamp.

O que dizer das nossas guerreiras brasileiras? Com mais de 50 anos apenas de carreira, Rita Lee passou por todos os gêneros, desde o rock psicodélico do qual Janis Joplin participou, o tropicalismo, pop rock, disco, new age e vários outros estilos. Participou da banda “Os Mutantes” e “Tutti Fruti”, trabalhou em rádio, televisão, estabeleceu parceiras, lançou 18 albuns de estúdio e 6 ao vivo. Pessoalmente amo as letras dela. Outro destaque foi Cassia Eller, que levou uma vida ao máximo, ela tinha muita presença de palco, era declaradamente uma interprete de todos os gêneros, e estava sempre envolvida em grandes projetos. No ano de 2001, Cassia teve 95 apresentações, gravou um acústico e apresentou um programa pela MTV ao lado de Rita Lee. No entanto, no mesmo ano, no dia 29 de dezembro ela faleceu de um infarto. Cassia possui 11 albuns lançados entre shows e de estúdio.

Não posso deixar de falar aqui, de uma mulher que muito me chama a atenção, pela atitude que ela tem, pela criatividade e pelo trabalho dela. Pitty, que sempre teve muito conteúdo em suas composições, apesar de já cantar em outras bandas, como a Inkoma e Shes, em 2003 sua banda foi uma das que mais venderam nos anos 2000, com uma temática filosófica, baseada em Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Em 2005 tivemos o lançamento de Anacrônico, que ela intitulou ser meio auto biográfico. Em 2009 veio o Chiaroscuro, que considero um cd bem interessante pela proposta que a cantora quis oferecer aos ouvintes, com uma pitada aqui e acolá para o bolero. Em 2012 ela se aventurou em gravar Agridoce, um projeto folk, muito ousado e gostoso de se ouvir e no ano passado, ela lançou o Sete Vidas, mais diferente de todos os outros trabalhos, carregado emocionalmente, místico e muito divertido de se escutar. Apesar de grandes problemas pessoais, como a perda de um bebê e até mesmo quase morrer após uma infecção, nada disso fez a peteca cair.

São tantos nomes ainda para serem falados, tantas bandas para serem citadas, mamães que são cantoras como Simone Simons(Epica), apoiadoras de causas como Charlotte Wessels (Delain), ex-coelhinhas da Playboy como Butcher Babies e Huntress, pessoas que traçam um ideal e vão em frente, como Fernanda Hay (Overdrive) e meninas que “são colocadas para cantar” (isso é uma referência do que li num release feito pela banda) como Fabiana Santos (The Leprechaun) e até mesmo símbolos do feminismo como Christina Scabbia (Lacuna Coil) e Maria Brink( In This Moment).

Lugar de mulher é em casa!” me enche de raiva ouvir essa frase, todo lugar é lugar de mulher, seja em casa, em escritório, em lojas e até mesmo no intuito de montar uma banda, dia da mulher não é apenas dia 8 de março ano após ano, é todo dia!

A seguir, tem uma listinha básica com umas músicas de algumas moças citadas nesse especial.

http://www.youtube.com/playlist?list=PLmwL6dFjq5EImUpIMBKOe1TGH9wNZJ6Q1