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RESENHA: KATTAH – LAPIS LAZULI

Por: Rodrigo Paulino

Kattah foi formada em 2006 em Curitiba, o nome da banda vem de um personagem criado pelo vocalista Roni Sauaf e as músicas retratam o mundo das pessoas, de ilusões à realidade, por se tratar de uma banda brasileira, carregam uma característica bem fundida ao som deles de traços da cultura brasileira.

Este ultimo álbum Lapis Lazuli, foi produzido por Roy Z e Andy Haller, que já trabalharam com SOAD, Sepultura, Judas Priest etc.

O álbum começa com Behind the Clay, uma canção bem pesada, o vocalista tem um grande poder, lembrando grandes nomes como Fabio Lioni, o lado sinfônico, presente num tempo mais “zen” da música é capaz de tirar do chão. A faixa ainda carrega um tom “faraônico”, em certos pontos a música fica apenas em voz e piano. Uma excelente faixa para abrir o álbum. Na sequencia, Inside My Head possui um tom mais melódico, mesmo sendo apenas bateria e guitarra, de maneira progressiva, a voz abafada vai ganhando poder até os vocais aparecerem totalmente de maneira progressiva. Uma variação no tom na parte do refrão dá um toque todo especial. Nessa faixa, ele utiliza diversos estilos vocais, alguns mais rápidos, outros mais rápidos, abafados , etc. Apocalypse abre com notas egípcias, o teclado fazendo um efeito cristalino e a bateria ganhando força, apesar de haver uma guitarra, ela segue o tom egípcio no inicio de forma bem leve, até então a musica engatar, ganhar velocidade e peso, sem perder o tom cristalino do teclado, o vocal nessa musica é meio travado, no entanto no refrão é totalmente libertador, essa faixa é muito gostosa de se ouvir, fechar os olhos e se deixar levar, uma hora o refrão simplesmente explode em seus ouvidos, encerrando a musica ao melhor estilo Egito.

Alpha Centaury começa com elementos que te levam a crer que é uma musica bem Nova Era, no entanto, ela tem um estilo bem rápido, desacelera no refrão, com a presença do teclado bem mais nítido na canção, mas volta com a velocidade. Interessante que apesar da musica ser agitada, o vocalista não é agitado todo o tempo, depois de um leve hiato, a musica simplesmente se desenvolve de uma vez em guitarras. Essa é uma das minhas faixas favoritas do álbum. Vetus Espiritus começa agitada, logo a voz abafada, e sobe o nível de forma que você não espera, as guitarras enlouquecem ao fundo e a voz do vocalista se encaixa tão bem ao estilo que ela flui muito fácil, essa musica também possui um solo fantástico, muito poderoso, a única coisa que não me agradou foi o fade no final da musica, no demais ela é demais. Rebirth of Pharaos já começa ao melhor estilo egípcio presente em grande parte do cd, a variação que tem nessa faixa é muito gostosa de se acompanhar, em dado momento a guitarra é abafada, e ai vem fatores que criam diferenciais em algumas bandas, ouve-se palmas ao fundo, acho interessante a utilização de palmas, assobios e outros sons não instrumentais em musicas de estúdio, outra faixa que vou arrebentar o replay.

The Hidden Voice conta com mais peso que sua antecessora, guitarra bem rítmica e é bem rápida com uma desacelerada tão cativante em dado momento que te dá a ideia de paz, seguido de um dos melhores solos que eu já ouvi, com riffs e a bateria muito bem presente. Lapis Lazuli é uma faixa abrasileirada do álbum, porém com bastante peso, é bem compassada, cantada em partes em português e inglês, gostei muito do resultado da musica, outra coisa que acho legal, o fator Folk, temos uma cantiga de “Nana Nenem”, seguido a musica normalmente, é uma faixa muito interessante, muito curiosa, o resultado é aquele: a musica tema do álbum acaba sendo realmente a cereja do bolo. A Capoeira é bem rápida, uma canção breve mas muito bem arranjada. Land Of God é uma faixa mais tranquila, daquelas que faz você parar e viajar, contem apenas o violão e o teclado em sua maior parte e a voz do vocalista que praticamente te abraça, então a bateria e a guitarra fazem sua participação, chega a ser surreal, assusta, pois você não espera que entrem dessa forma, o resultado é muito agradável.

You Will Never Be Dead, começa com um piano tranquilo, que logo ganha companhia de guitarra, mas quando a voz entra, o piano toca de forma tão doce, essa é uma das musicas mais calmas do álbum, até entrar a guitarra compassada, acho interessante a forma que essa musica evolui, ela é meio progressiva e ao mesmo tempo muito forte, possui características bem marcantes, sua velocidade oscila, no entanto quando ela é executada a todo o vapor, ela causa uma sensação muito boa. Untitled é outro instrumental ao estilo árabe, apenas vozes para terminar em Last Chance, a presença do teclado e pequenos elementos leves com guitarra logo são quebrados com a guitarra com mais ênfase e destaque, a musica se desenvolve de maneira harmônica, com direito ao teclado ao melhor estilo órgão, a musica finalmente ganha maior força depois da metade, com seu instrumental.

Gostei muito do trabalho dessa banda, o álbum é muito bem trabalhado, os arranjos muito bem compostos e o vocal sabe muito bem o que faz, recomendado para os amantes de Rhapsody Of Fire, Angra, Shaman etc.

Tracklist:

01. Behind The Clay
02. Inside My Head
03. Apocalypse
04. Alpha Centaury
05. Vetus Espiritus
06. Rebirth Of Pharaohs
07. The Hidden Voice
08. Lapis Lazuli
09. A Capoeira
10. Land Of God
11. You Will Never Be Dead
12. Untitled