Sepultura lança single e clipe de Isolation

A música faz parte do novo álbum Quadra, com lançamento previsto para fevereiro de 2020

Foto: Marcos Hermes

O Sepultura lançará mundialmente, na sexta-feira (8), em todas as plataformas digitais, o single Isolation. A música, que também terá o clipe divulgado, é faixa do novo álbum Quadra, com lançamento previsto para 7 de fevereiro de 2020.

Segundo o autor da letra, o vocalista Derrick Green, Isolation trata do sistema prisional dos EUA. “A prática desumana do confinamento solitário muda a estabilidade mental dos prisioneiros. Eles não são reabilitados, mas transformados para pior. Uma vez lançados de volta à sociedade, todos pagamos o preço pelo que foi feito com eles”, explica Green.

O single foi escolhido para abrir o disco. “A faixa é mais tradicional, do trash metal, mas tem elementos novos, como o coral e os arranjos de vozes que acompanha o Derrick. O disco foi composto desta forma: dividido em quatro – três faixas para cada lado -, como se fosse um disco de vinil duplo (A,B,C,D). O lado A, onde a Isolation abre é mais tradicional trash, que representa o discurso do Sepultura, mas sempre com elementos novos. Por isso, a Isolation tem essa característica rápida  e tradicional”, diz o guitarrista Andreas Kisser.

O clipe, editado por Douglas Aguilar, foi feito com imagens captadas durante o show do Sepultura no Rock in Rio 2019. A apresentação no evento foi baseada nas capas históricas do Sepultura, que aproveitou para mostrar a capa do novo álbum e a música Isolation.

Quadra foi gravado na Suécia e leva a produção de Jens Bogren, o mesmo do disco Machine Messiah, lançado em 2017. “Trabalhar com Bogren é sensacional. Foi fundamental. O produtor sempre é o quinto elemento da banda dentro do estúdio. Energia 100% dentro do disco. Ele expandiu a ideia de corais, de coisas de cordas”, comenta Kisser.

Quadra foi inspirado no Machine Messiah, um disco diferente na história do Sepultura, com elementos inusitados. “Com o Quadra estamos explorando as novas possibilidades que o Machine Messiah trouxe. O lado A é mais tradicional, trash metal; o B é mais percussivo, com ritmos brasileiros; O C vai um pouco mais além com o violão, mais instrumental como característica geral. É ir um pouco mais além; e o D é aquela coisa mais ‘groovada’, lenta, com melodia. Traz a participação da Emmily Barreto, do Far From Alaska.  O vocal feminino casou muito bem com a voz do Derrick. O Quadra é uma consequência do crescimento do Sepultura”, diz.

O Sepultura trabalha a nova turnê prevista para março ou abril nos EUA. A participação da banda já está confirmada em alguns festivais de verão europeus e programa uma turnê na Europa, no final do ano, além de América do Sul e outros locais. Para Kisser, será uma turnê histórica, levando em consideração o momento em que a banda se encontra.

Bio

Formado em Belo Horizonte, em 1984, o Sepultura passou a ser uma das principais figuras no cenário underground que florescia para o thrash metal. Com sonoridade inventiva e exuberante e ao mesmo tempo crua e primitiva, a banda rompeu preconceitos ao fixar a América do Sul no mapa do metal assim como ajudou a dar forma para algo novo e brutal no heavy metal desde seus primeiros álbuns, Morbid Visions, Schizophrenia e Beneath The Remains. Obstinados a viajar para qualquer parte, o Sepultura construiu com firmeza uma das bases de fãs mais dedicada do planeta e, enquanto na década de 1990 muitas bandas tentavam se firmar criativa e comercialmente, os brasileiros conseguiram isso de ponta a ponta: em 1993, com Chaos AD, e em 1996, com Roots, clássicos instantâneos que provaram desde o lançamento serem extremamente influentes sobre várias gerações de músicos do metal. 

A saída de Max Cavalera, frontman e membro fundador da banda em 1997. poderia ter descarrilado um grupo menos focado, mas mais tarde, naquele mesmo ano, a convocação do vocalista Derrick Green se provou um golpe de mestre. 

As duas últimas décadas assistiram o Sepultura evoluir, diversificar e prosperar com o lançamento de uma sucessão de registros devastadores que adicionaram muita profundidade à ilustre biografia da banda.  Da indiscriminada euforia causada pelo primeiro registro de Green no grupo, Against (1998), à Roorback (2003), para o brilhante e com riffs que guiam ao futurismo, Kairos (2011) e o extremamente aclamado The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart (2013), produzido por Ross Robinson, o progresso do Sepultura tem sido perpetuado com sua integridade artística impecável.

O álbum Machine Messiah é um disco com músicas cuidadosamente elaboradas, desafiadoras e impactantes. Lançado em 2017, traz o casamento perfeito entre os melhores solos de Andreas Kisser e a voz potente de Derrick Green, dois gigantes do heavy metal mundial.

Sonoridade e riffs bem encorpados são a essência do álbum. As faixas têm características únicas e não deixam de marcar a inovação musical do Sepultura.

Iceberg Dances, por exemplo,faz a guitarra de Kisser praticamente falar. “Há muitos elementos novos nesse disco e isso é algo que sempre fazemos. “Sempre colocamos 100% de energia e paixão. Falamos muito sobre tudo, especialmente quando chega a parte das letras e encontrar o melhor caminho para expressar o que queremos dizer”, afirma Kisser.

Andreas Kisser (guitarra), Derrick Green (vocal), Paulo Jr. (baixo) e Eloy Casagrande (bateria) celebraram recentemente os 33 anos de existência do Sepultura. Derrick tem um motivo a mais para comemorar: está há 20 anos à frente dos vocais da banda.

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