Por Thiago Tavares
Para quem achava que o mês de dezembro havia acabado acerca dos shows de grandes bandas do rock e do metal, se enganaram redondamente. Aproveitando o ensejo de no dia 18 iria ocorrer o Knotfest no Anhembi, diversas bandas realizaram uma espécie de Avant Première, aquecendo os motores para o que estava por vir no domingo em questão.
E diante de diversas prévias de qualidade rolando solta, este repórter que vos escreve resolveu cobrir um show que sem dúvidas faria um barulho ensurdecedor naquele domingo. No último dia 15, tive a honra de ver e cobrir os shows de dois clássicos: Pantera e Judas Priest no Vibra São Paulo (antigo Credicard Hall), casa esta que a cada ano muda de nome que é impressionante.
O Pantera liderado pelo polêmico (ou não) Phil Anselmo teve uma baixa na passagem pelo Brasil. O baixista Rex Brown se afastou de forma temporária da banda alegando ter contraído Covid-19 e acabou não participando, sendo que sua última participação foi no último dia 09 na Colômbia.
Por esta passagem, Brown foi substituído por Derek Engemann, baixista da banda Cattle Decapitation e já dividiu o palco com Anselmo em outros projetos.
O que foi perceptível na apresentação do Pantera é a empolgação da galera do início ao fim do show. Sem sombra de dúvidas a escolha do set foi satisfatória ao colocar clássicos da banda e diversos moshes. A galera que apenas queria fazer sua festinha no seu lugar, que lutasse para se manter em pé ao ver o espetáculo, ou por que não dizer espetáculos pois o que o público fez foi absurdo.
Para os mais saudosistas, aqueles que acompanham o Pantera lá do comecinho podem ainda ficar com uma pulga atrás da orelha acerca da formação atual. Lhe explico: Zakk Wylde é outro patamar, mas não é Dimebag Darrell e Charlie Benante não é Vinnie Paul. E é óbvio que os integrantes atuais irão colocar suas identidades no palco. Por que então questionar? Desta nobre pessoa que vi o Pantera pela primeira vez na vida não senti diferenças e o desempenho da cozinha foi impecável naquela noite.
E o que falar de Phil Anselmo? Sem sombra de dúvidas o que ele fez no passado como pessoa não será apagado, sem dúvidas, mas em pleno 2022 mexer em um vespeiro que somente ele pode resolver não adianta em nada. Cabe a quem é fã e admirador saber separar em dois cestos distintos: o homem do artista. Como homem, errou sem precedentes. Como artista, perante o show daquela noite foi impecável à frente da banda.
Cabe reforçar que o set foi uma porrada atrás da outra e também uma homenagem aos irmãos Abbott. Um show que agradou a maioria do público, sem precedentes.
Mas a noite não tinha acabado. Ainda tinha o clássico dos clássicos. O Judão da massa iria se apresentar e essa pessoa que vos escreve estava empolgado para ver eles por dois motivos. A primeira e última vez que tinha visto o Judas foi em 2018 no Solid Rock, no Allianz Parque, ao lado de Alice In Chains e do Black Star Riders, mas com uma distância considerável. O segundo motivo é acompanhar com atenção o desempenho de Rob Halford em palco e não acreditar que aos 71 anos canta de forma incrível, absurda (coloque mais dois adjetivos a sua escolha!)
Claro que não podemos colocar em pé de inferioridade Ian Hill, Scott Travis, Ritchie Falkuner e Andy Sneap (longe disso!) mas o que Sr. Halford fez naquele show é impressionante a demonstração de força, vitalidade, a técnica vocal, na qual repito e com letras garrafais AOS 71 ANOS e que antes do bis simplesmente deixou a cereja do bolo para todos ficaram impressionados: Screaming for Vengeance e Painkiller. Um item que não passou despercebido foram as produções de cenário, tanto do show do Pantera quanto do Judas: impecáveis.
Mesmo com algumas falhas no microfone, algo que não comprometeu o show como um todo, o Judas continua firme e forte rodando o mundo com a tour em comemoração aos 50 anos de carreira e felizes são as pessoas que têm a oportunidade em assistir essa banda que até hoje leva uma legião de fãs, lotando os palcos e estádios por onde passam. Sabemos que isto não será para sempre, mas havendo a oportunidade, não hesite em ir ver o show destas lendas do metal.
Em nome do Ponto Zero, agradecemos a Midiorama por nos dar a oportunidade de realizar a cobertura do show.
SETLIST PANTERA – VIBRA SÃO PAULO – 15 DE DEZEMBRO DE 2022
A New Level
Mouth for War
Strength Beyond Strength
Becoming
I’m Broken
5 Minutes Alone
This Love
Yesterday Don’t Mean Shit
Fucking Hostile
Cemetery Gates em playback com vídeo em tributo a Dimebag e Vinnie
Planet Caravan (cover do Black Sabbath)
Walk
Domination / Hollow
Cowboys From Hell
SETLIST JUDAS PRIEST – VIBRA SÃO PAULO – 15 DE DEZEMBRO DE 2022
The Hellion
Electric Eye
Riding on the Wind
You’ve Got Another Thing Comin’
Jawbreaker
Firepower
Devil’s Child
Turbo Lover
Steeler
Between the Hammer and the Anvil
Metal Gods
The Green Manalishi (With the Two Prong Crown)
Screaming for Vengeance
Painkiller
Hell Bent for Leather
Breaking the Law
Living After Midnight
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