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A Noite Mágica de Paul McCartney em São Paulo: Rock, Emoção e História

Texto: Thiago Tavares
Fotos: Marcos Hermes

No último sábado, dia 9 de dezembro, São Paulo foi palco de um espetáculo inesquecível protagonizado por ninguém menos que Sir Paul McCartney. A lenda viva do rock, aos 81 anos, desafiou o tempo e entregou uma performance de mais de duas horas e meia de duração no Allianz Parque, como parte de sua turnê mundial “Got Back”. O nome, que pode ser traduzido como “voltei”, carrega consigo um significado duplo: a volta aos palcos após um período sem shows devido à pandemia e, especula-se, possivelmente a última grande turnê de McCartney.

Foto: Marcos Hermes

Antes mesmo de dar início ao espetáculo, McCartney presenteou o público com uma curiosa atração de abertura: um DJ remixando canções dos Beatles, Wings e da carreira solo de Paul. Uma experiência incomum, mas que serviu como uma introdução empolgante para a noite que estava por vir. Entre a performance “eletrônica” e o show principal, uma arte vertical exibiu de forma quase infinita a fachada de um prédio adornada com várias fotos do lendário músico e das bandas que ele integrou ao longo de sua carreira.

Às 20h15, sem qualquer alarde ou truques de palco extravagantes, McCartney, acompanhado por sua banda impecável composta por Rusty Anderson (guitarra), Brian Ray (baixo e guitarra), Abe Laboriel Jr. (bateria) e Paul “Wix” Wickens (teclados), apareceu no palco. O icônico baixo Hofner de Paul, já conhecido por todos, foi o sinal de que o espetáculo estava prestes a começar.

Foto: Marcos Hermes

A abertura do repertório com “A Hard Day’s Night” foi uma escolha acertada, proporcionando uma catarse coletiva imediata para os mais de 40 mil presentes. Embora tenha havido pequenos contratempos técnicos, como o microfone principal um pouco baixo em alguns momentos, a energia contagiante da plateia assumiu o protagonismo quando necessário.

O setlist diversificado incluiu sucessos dos Beatles, do Wings e da carreira solo de McCartney. A habilidade do músico em transitar entre diferentes fases de sua carreira, mantendo o público envolvido, é uma verdadeira demonstração de sua maestria. Momentos como a poderosa execução de “Got to Get You Into My Life” e a introdução de “Come On to Me”, uma das mais recentes de sua carreira solo, evidenciaram a atemporalidade de seu repertório.

Foto: Marcos Hermes

Ao longo do show, Paul McCartney não apenas presenteou a plateia com seus clássicos, mas também proporcionou momentos de interação e descontração. Falando em português, arrancou sorrisos ao anunciar “uma música nova… um pouquinho nova” antes de apresentar “Come On to Me”.

O momento acústico, com McCartney no piano, trouxe à tona uma série de músicas que cativaram a audiência. Destaques como “Maybe I’m Amazed” e a envolvente “I’ve Just Seen a Face” demonstraram a versatilidade e a riqueza do catálogo do artista.

A emoção atingiu seu ápice em homenagens a dois membros dos Beatles. A lembrança de John Lennon em “Here Today” e a emocionante versão de “Something” dedicada a George Harrison foram momentos de profunda conexão entre McCartney, sua banda e o público.

Foto: Marcos Hermes

O bis trouxe ainda mais surpresas, com o tributo a Denny Laine, guitarrista do Wings falecido recentemente, em “Jet”. O setlist, mesmo com algumas alterações em relação a apresentações anteriores, manteve-se repleto de clássicos irresistíveis. A performance de “Hey Jude” encerrou a noite de forma grandiosa, com o público participando entusiasticamente do famoso coro “na na na na”.

Foto: Marcos Hermes

Ao final de mais de duas horas e meia de espetáculo, Paul McCartney deixou o palco com a sensação de que mesmo um show dessa magnitude deixou um gostinho de “quero mais”. O show foi mais do que uma simples apresentação; foi uma celebração da rica trajetória musical de Sir Paul McCartney, um testemunho de sua vitalidade artística e um tributo à eternidade do rock ‘n’ roll. O público presente, que abrangeu gerações, teve a oportunidade única de compartilhar um momento mágico com uma lenda viva do rock. Sabe-se lá como, mas Paul McCartney continua a desafiar as expectativas e a encantar plateias ao redor do mundo. A história dele pode ser difícil de explicar, mas sua música fala por si mesma, atravessando gerações e proporcionando experiências inesquecíveis.

*Em tempo: O público terá a última oportunidade de assistir o show de Paul McCartney em sua última parada no Brasil neste domingo (17/12) as 21:15 em transmissão ao vivo, direto do estádio do Maracanã para o mundo através da plataforma de streaming Star+ e Disney+

Em nome do Ponto Zero, agradecemos a Renata Jordão, Erika Freitas e Ágata Cunha da FleishmanHillard por nos dar a oportunidade de cobrir o show. Muito obrigado!

Paul McCartney em São Paulo – Turnê Got Back – Allianz Parque – 09 de Dezembro de 2023

A Hard Day’s Night (Beatles)
Junior’s Farm (Wings)
Letting Go (Wings)
She’s a Woman (Beatles)
Got to Get You Into My Life (Beatles)
Come On to Me
Let Me Roll It
Getting Better (Beatles)
Let ‘Em In (Wings)
My Valentine
Nineteen Hundred and Eighty-Five (Wings)
Maybe I’m Amazed
I’ve Just Seen a Face (Beatles)
In Spite of All the Danger (The Quarrymen)
Love Me Do (Beatles)
Dance Tonight
Blackbird (Beatles)
Here Today
New
Lady Madonna (Beatles)
Jet (Wings)
Being for the Benefit of Mr. Kite! (Beatles)
Something (Beatles)
Ob-La-Di, Ob-La-Da (Beatles)
Band on the Run (Wings)
Get Back (Beatles)
Let It Be (Beatles)
Live and Let Die (Wings)
Hey Jude (Beatles)

Bis:

I’ve Got a Feeling (Beatles)
I Saw Her Standing There (Beatles)
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band – Reprise (Beatles)
Helter Skelter (Beatles)
Golden Slumbers (Beatles)
Carry That Weight (Beatles)
The End (Beatles)