Por Thiago Tavares
Nesta matéria não irei falar de um simples disco, mas sim de uma obra que deve ser ouvida por muitas e muitas vezes, no qual nós, brasileiros, temos que nos encher de orgulho ao ver na praça este e muitos trabalhos do metal nacional de qualidade, onde apenas precisam de maior visibilidade perante o país e ao mundo.
Ao olhar a capa do álbum Angry Voices, o primeiro da banda de Trash/Death Metal Affront, já imaginava que iria ouvir um som interessante, algo de se ouvir o mesmo pelo menos duas vezes, uma seguida da outra (pois quando ouço algo e vejo que é bom, uso esta sistemática). E já na primeira faixa já me surpreendeu bastante.
Scum Of The World já abre os trabalhos do álbum com uma pegada bastante agressiva com os vocais bem rasgados, música objetiva, direta e com violentas distorções.
Em Angry Voices o que domina nesta faixa são as passagens de bateria, alternadas entre simples e o uso de pedaleira dupla, onde até mesmo fazendo-se a junção do ritmo com a bateria, parece que soa com o barulho de uma metralhadora em meio a um campo de guerra, onde sair derrotado da guerra não era válido.
Affront ainda que se dê nome ao álbum da banda, ainda consegue ser a música chiclete, onde inicia-se com um ritmo rápido e traz um envolvimento forte para quem ouve. Ficou até fácil de decorar o refrão e porque não sair cantando?
Conflicts, quarta faixa do álbum é bastante interessante. Nela há variações de riffs melódicos e rápidos, pesados, sem perder as características da banda, fora o trabalho de voz estridente e uma virada de solo que é de tirar o chapéu.
A quinta faixa, intitulada Terra Sem Males (Guerra Guaranitica), instrumental, tem um contexto histórico, na qual retrata em sons melancólicos nos dedilhados do baixo e sons que faz lembrar chocalhos as guerras entre indignas e tropas espanholas e portuguesas durante o Brasil Colônia. Faixa muito bem executada.
Encerrada a faixa, a banda engata para uma faixa mais agressiva e que nos remete para um mix de Trash Metal com ritmos regionais. Mestre do Barro fala da cultura nordestina no qual se exalta em sua a letra a figura de Mestre Vitalino (1909-1963) considerado até hoje um dos maiores escultores da história da arte do barro, onde suas obras são expostas em diversos museus Brasil a fora. É uma faixa bem arrastada onde ainda colocaram um “pandeirinho monstro” no início e no fim da música. Bem original por parte da banda.
Religious Cancer deixa entendido o recado que se passa: a crítica sobre o fanatismo religioso. A faixa contém vocais agressivos e um instrumental alterando entre cadenciado e acelerado.
Under Siege é uma faixa que considero um ponto fora da curva devido ser um som bastante elaborado, uma sintonia perfeita de baixo, guitarra e bateria, fora que esse último tem seus momentos de loucura que se encaixam perfeitamente a música.
Carved In Stone é uma faixa que não é rápida, possui influências de um metal mais raiz onde as vezes, é necessário alternar os ritmos se observado o álbum como um todo. Outra faixa bem interessante
Wartime Conspiracy volta com a pegada original do Affront, onde a música fala da insanidade do ser humano, uma humanidade bem cega acerca dos fatos que ocorrem no mundo e até mesmo no solo, remete-se a tristeza e a melancolia.
Echoes Of The Insanity é mais um instrumental que mistura uma sensação de paz, elementos latinos, algo bem leve e que de longe lembra a banda se em Wartime Conspiracy relatou-se um combate, em Echoes Of The Insanity era hora de contar os mortos e feridos.
E para fechar os trabalhos, Under Siege vem com a participação mais que especial: Marcello Pompeu do Korzus com um som agressivo e forte com vocais bem rasgados.
Para quem não conhece, vale a pena ouvir o trabalho dos caras, no qual pode-se confiar de olhos fechados: irão aprontar bastante com trabalhos de qualidade. Se este álbum foi o cartão de visitar para consolidar, o que dirá então do futuro?
Affront é:
M.Mictian – Baixo
R.Rassan – Guitarra
Oman Oado – Bateria
Contato:
Facebook: facebook.com/affrontmetal/
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