Já imaginou ouvir sucessos do Metallica como “The Unforgiven”, “Enter Sandman” e “Nothing else Matters” com violinos e violoncelo elétricos no lugar das guitarras de James Hetfield e Kirk Hammett?
No dia 2 de fevereiro, às 21h, a Orquestra Petrobras Sinfônica sobe ao palco do Vibra São Paulo para apresentar o concerto Black Album Sinfônico, com versões sinfônicas das músicas do disco de maior sucesso da banda norte americana Metallica.
Um surpreendente ‘showcerto’ com regência do maestro Felipe Prazeres e arranjos do baixista Ricardo Cândido.
Black Album – Metallica – Orquestra Petrobras Sinfônica
02 de Fevereiro de 2023 às 21:00 Vibra São Paulo São Paulo/SP Duração: 60 minutos Classificação: 18 anos
Quando se fala em ir assistir uma apresentação de uma orquestra sinfônica (ou filarmônica) grande parte da população torce um pouco o nariz pois ainda há a percepção de que se trata de um gênero musical mais elitista, apenas para pessoas com alto grau de instrução…em resumo, para gente rica, onde apenas essa classe compreenderia os clássicos como Tchaikovsky, Bach e cia limitada. Mas em paralelo com a evolução do mundo e da sociedade, isso mudou e nos últimos anos, no Brasil, o processo de democratização ao acesso a estes espetáculos vem avançando, ganhando novos públicos com gostos musicais bem diferentes.
Um projeto tem esse proposito de democratizar esse acesso e ao mesmo tempo cativar outros públicos de gêneros musicais diferentes é o ALBUNS, da Sinfônica Petrobras, sediada no Rio de Janeiro. E a proposta deles é bastante ousada para não chamar de interessante. O mesmo visa fazer releituras de álbuns do POP e do Rock nacional e internacional adaptados para um orquestra sinfônica como arranjos e vocais. Em um primeiro momento, a pessoa pode até estranhar e achar uma heresia desconstruir um clássico do rock por exemplo e transformar em algo mais sinfônico, instrumental. Mas com a Sinfônica Petrobrás, o enredo foi extremamente diferente.
No último dia 30 de junho, estive no Allianz Parque, na capital paulista e presenciei um ESPETÁCULO. Sim! Em letras garrafais mesmo. Até aquela data nunca tive um contato próximo a uma orquestra e ainda mais com a audácia de fazer a releitura de um dos mais emblemáticos álbuns do Metallica: Black Álbum de 1991.
Devidamente credenciado, adentrei ao estádio, que para a ocasião recebeu em um formato bastante diferente. Chamado de Allianz Hall, a organização utilizou somente o espaço dedicado ao Gol Norte, que lembra um semicírculo com capacidade para 7 mil pessoas. E digo aos senhores: a galera compareceu em peso para a apresentação com ingressos esgotados antecipadamente.
Para iniciar os trabalhos, primeiramente sobem os músicos e por último o maestro Felipe Prazeres e fazendo as honras, vestido com uma camisa do Metallica, sendo ovacionado por todos os presentes. Uma vez acomodados, a primeira a ser executada para aquecer os motores é a introdução de The Ecstasy of Gold muito bem executada. Mas quando começou a ser executado Enter Sandman…as coisas começaram a ferver. E aqui fica meu destaque ao maestro, onde em toda sua apresentação demonstrou disposição e entrega na execução das músicas e interagiu com a galera, pedindo para que cantassem as mesmas, acompanhando o conjunto de cordas e instrumentos de sopro, que em determinadas situações faziam os vocais.
Em Sad But True foi um cartão de visitas da orquestra a galera. O arranjo que foi feito a ela foi sensacional. A junção de violino e clarinete é algo que seria inimaginável, mas que casou muito bem. Já em Holier Than Thou aparentemente foi uma apresentação não tão empolgante, no qual acredito que o motivo seja a maioria não conhecer a faixa. Entretanto, na execução de The Unforgiven, tudo mudou com uma versão bastante interessante, onde o “confronto” do sinfônico com o metal ficou nivelado. Wherever I May Roam caiu no gosto do público, que cantou junto em uma adaptação que ficou bacana, com um destaque aos violinos, que ficou marcante na execução.
Don’t Tread On Me foi uma execução OK. Tudo bem que é um clássico do álbum mas não é algo que se possa exigir um arranjo superior ao que é executado no disco.
Após 20 minutos de intervalo, foi executado o lado B do disco, iniciando por Through The Never, que sem sombra de dúvidas foi o destaque do espetáculo no qual demonstra o potencial da banda em compor canções ricas musicalmente.
Nothing Else Matters veio em seguida e sem sobra de dúvidas foi uma prova de fogo a orquestra, pois é a faixa máster do disco e como fazer um arranjo a uma música símbolo a altura do Metallica. Ficou sensacional e a galera contribuiu acendendo as luzes dos celulares, dando assim um show a parte.
Após a execução da boa Of Wolf And Man, a Orquestra Petrobras Sinfônica tratou de finalizar o disco com as menos badaladas, mas cheia de elementos ricos musicais The God That Failed, My Friend Of Misery e The Struggle Within.
E o bis? Foi uma festa que só! Master of Puppets, Enter Sandman, Nothing Else Matters, Sad But True e Master of Puppets novamente! Ufa! Parecia que a galera não queria largar a orquestra.
Em um contexto geral, a orquestra conseguiu com louvor cumprir com o propósito em levar ao público uma versão mais clássica (pode-se dizer) do Black Album. Sem sombra de dúvidas, o projeto da Sinfônica Petrobras já caiu no gosto do brasileiro, ainda mais fazendo releituras de álbuns clássicos. E com certeza, a galera do rock aprovou sem exceção. Parabéns a todos os envolvidos!
Em nome do Ponto Zero, agradecemos ao Costábile Salzano Jr. da TAGA Comunicação Estratégica pelo fornecimento da credencial ao evento.
Set list
Enter Sandman
Sad But True
Holier Than Thou
Unforgiven
Wherever I May Roam
Don’t Tread On Me
Through The Never
Nothing Else Matters
Of Wolf And Man
The God That Failed
My Friend Of Misery
The Struggle Within
Master of Puppets
Enter Sandman
Nothing Else Matters
Sad But True
Master of Puppets
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