Por Thiago Tavares
No último dia 15 de Novembro, feriado nacional, uma ótima pedida para curtir um show de qualidade em São Paulo e ainda mais quando me refiro a um dos maiores músicos britânicos dos últimos tempos, onde arrasta fãs e admiradores pelo seu cartel de sucessos, onde esteve a frente da banda Oasis e hoje, em carreira solo, realizou um show que não ficou devendo ao público. Um show nostálgico, agitado e bastante elogiado pelos presentes no Espaço Unimed, na capital paulista.
Liam Gallagher definitivamente carrega para si a essência do Oasis, no qual também é perceptível no álbum lançado recentemente intitulado C’mon You Know. Entretanto, o vocalista apostou em um repertório dedicado ao Oasis, onde das 17 músicas executadas no show, 10 são do grupo britânico que cativou diversas gerações entre os anos 90 e 2000, uma pitada de Beady Eye e seis músicas do mais recente trabalho.
Antes de Gallagher aparecer no palco, surgiu a banda que o acompanha nos shows. E pela composição dos músicos, o mesmo não estava para brincadeira. Oito músicos subiram ao palco, composto por três guitarras (Michael Moore, Jay Mehler e Barrie Cadogan) duas backing vocals (Frida Touray e Holly Quin-Ankrah), Drew McConnell no baixo, Dan MacDougall na bateria e Christian Madden nos teclados e piano e por que não dizer Liam Gallagher acumulando o cargo de percussionista, visto o uso de meia-lua e chocalho, sendo o “nono integrante”.
Todo mundo a postos, os trabalhos se iniciam com Morning Glory, na qual já deixa o público bem empolgado e cantando bastante. Já em Rock ‘n’ Roll Star, a galera literalmente saiu do chão com este hit dos anos 90. Em seguida foram engatadas duas músicas já da carreira solo: Wall of Glass e Everything ‘s Electric e a percepção da pessoa que vos escreve é de que o público cantou e interagiu com o Liam como se fossem músicas do Oasis.
Be Here Now jogou mais empolgação ao público e ao público. Ao final da música, no telão é reproduzida uma imagem de uma fã com um cartaz dizendo: “Dêem os nossos cumprimentos a Bonehead” em referência a Paul “Bonehead” Arthurs, guitarrista da banda que está afastado para tratamento contra um câncer.
Liam resgata o Oasis novamente com Roll it Over ao oferecer uma baladinha mais lenta, com uso de efeitos de voz na faixa em questão. Outro ponto que pode se destacar perante ao show é como Lian é exigente na execução das músicas ao compararmos com as gravações dos álbuns. Isso pode ser constatado em Slide Away. More Power injeta mais uma balada no set da noite, música esta nova, mas não empolga. Posteriormente Gallagher brinca com o público que iria tocar Slipknot, mas inicia outra música que também não empolga: Soul Love, original do Beady Eye.
O cantor retoma a atenção do público com duas faixas solo: Diamond in the Dark e The River, faixas estas que já exigem mais do vocal do protagonista do show. Once aparece e é recepcionada de forma positiva pelo público que canta do início ao fim.
Indo para a parte final do show, Some Might Say era a próxima do set e também pedida por uma fã bem insistente através de um cartaz, assim como Supersonic, músicas essas que Liam nem cantava dada a interação do público que era grande, ao ponto do cantor se distanciar do microfone quando chegava o refrão e o público correspondia, sendo também o protagonista do show.
E é claro que não poderia faltar um clássico do Oasis. Ao dedicar a próxima música aos jogadores brasileiros que passaram ou estão no time de coração, o Manchester City (o goleiro Ederson e o atacante Gabriel Jesus, hoje no Arsenal) Wonderwall foi o momento em que vi a maior quantidade de celulares levantados para fazer alguma gravação ou stories para publicação nas redes sociais, inclusive a pessoa que vos escreve. A galera começou a ir embora, mas nem desconfiou que iria rolar o bis em seguida.
Após um rápido intervalo, foi engatado Live Forever, faixa esta do antigo grupo, na qual é a única música do antigo grupo a realmente fazer o uso de backing vocals. A derradeira foi com Champagne Supernova para fechar o show no êxtase.
Em pouco mais de 90 minutos, Liam Gallagher realizou um show que empolgou bastante o público presente no Espaço Unimed. Como o mesmo dialoga pouco com o público, o mais conveniente seria emendar uma música atrás da outra, com poucas pausas para que se mantenha o êxtase do show lá em cima. O mesmo conseguiu com êxito.
Aqui deve-se deixar registrado o show feito pela equipe de imagens do Lian, no qual utilizava-se uma espécie de filtros para reproduzir imagens do cantor, dos integrantes, das backing vocals e da galera nos telões. Diversas câmeras espalhadas pelo palco e fixadas também no pedestal que sustenta o microfone do artista, onde foi possível ver um show de imagens, na qual acrescentou de forma positiva o show.
O ponto negativo da experiência daquela noite é a forma de demonstrar empolgação de algumas pessoas em querer atirar cerveja no público. Deram um pouco de trabalho aos seguranças, mas isso de longe não atrapalhou o andamento do show, onde sem dúvidas é um dos melhores que presenciei neste ano sob o conjunto da obra: localização, o agito da galera, as músicas. Sem dúvidas quem compareceu saiu da casa satisfeito.
Em nome do Ponto Zero, agradecemos a Midiorama, na qual nos concedeu o credenciamento para a cobertura do show.
Liam Gallagher – C’mon You Know Tour – Espaço Unimed – 15 de novembro de 2022
Morning Glory (Oasis)
Rock ‘n’ Roll Star (Oasis)
Wall of Glass
Everything’s Electric
Stand by Me (Oasis)
Roll It Over (Oasis)
Slide Away (Oasis)
More Power
Soul Love (Beady Eye)
Diamond in the Dark
The River
Once
Some Might Say (Oasis)
Supersonic (Oasis)
Wonderwall (Oasis)
Bis:
Live Forever (Oasis)
Champagne Supernova (Oasis)
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